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O Nascimento De Uma Nova Mulher!
Adra Garcia é paulistana, trabalha com TI, e é uma das presidentes do Fã Clube Ultraviolet
![Screenshot_5](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_5.jpg?resize=598%2C445)
Era 31 de janeiro de 1998. Meu filho havia completado 3 anos no dia 30, mas a festinha seria naquele dia. Passei o dia correndo de um lado para outro, a fim de organizar tudo. A noite chegou e com ela os convidados. Balões, docinhos, salgadinhos, bolo…
O “Parabéns Pra Você” aconteceu entre familiares e alguns poucos amigos. A certa altura, uma amiga da família comenta: “você não é louca por U2? O show deles está passando na TV”. Saí disfarçadamente da festa e liguei a TV. Havia desfeito meu casamento há 2 anos, após 11 anos de união. Era a primeira pessoa da família a se separar.
Até aquele momento, eu acreditava que após o casamento desfeito, a minha obrigação seria trabalhar, sustentar meu filho, cuidar da casa, da família… Eu tinha plena convicção de que o “meu momento” havia passado. Não tinha mais direito e nem liberdade para essas “coisas de adolescentes”… Então, em pé na sala, comecei a assistir ao show.
As emoções afloraram, percebi que havia passado a maior parte da minha vida esperando por esses caras e agora eles estavam no Brasil… E eu não estava lá. Chorei. Compulsivamente. Quando, em wowy, o Bono puxa a Alessandra Germano para o palco, a cumplicidade entre os dois, o carinho, o jeito meigo e sincero da Ale… Surtei. O show acabou, mas não consegui parar de chorar.
![Screenshot_6](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_6.jpg?resize=528%2C714)
E agora? Acabou, eles vão embora, perdi a chance de assistir a um show, de estar perto deles… Fiquei tão deprimida que um dos convidados da festa sugeriu que eu fosse para Buenos Aires, assistir aos shows que aconteceriam na semana seguinte. Talvez o convidado estivesse tentando apenas me consolar, mas foi o gatilho necessário…
Naquele momento, eu percebi que não poderia deixar que convenções impostas pela sociedade me impedissem de seguir os meus sonhos de fazer o que eu quisesse com a minha própria vida… de ser feliz! Com a ajuda da minha irmã que fala espanhol, ligamos para a Argentina (internet ainda engatinhava na América do Sul) e conseguimos um ingresso para o show extra que foi anunciado para o dia 7/02.
![Screenshot_7](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_7.jpg?resize=593%2C446)
Comprei as passagens em uma agência. Por uma visão distorcida da realidade, eu achava que poderia perder o direito ao meu filho por ” abandoná-lo” com meus pais para ir a um show de rock, então mantive segredo, só meus pais, irmã e cunhado sabiam.
Na manhã do dia 7/2/98, minha irmã e cunhado me levaram ao aeroporto. Estava em pânico. Viajar sozinha. Para um país estranho, cujo idioma eu não falava… E para um show dentro de um estádio (eu nunca havia pisado dentro de um)! Embarquei.
![Screenshot_1](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_1.jpg?resize=468%2C730)
Cheguei em Buenos Aires e fui me informar como chegar no estádio do River Plate. Peguei um ônibus e cheguei ao local. O coração a mil, a respiração curta. Medo. Descobri onde retirar meu ingresso, o peguei e entrei no estádio. Horas de espera, uma banda de abertura e então: MOFO!!!
Eu estava no camarote. Levantei e comecei a pular e cantar… Quando olhei ao meu redor as pessoas estavam sentadas… Me senti constrangida e sentei… E então… I will follow… Eu não tinha chegado até ali pra ficar sentada… Levantei novamente e não sentei mais até o final do show.
![Screenshot_4](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_4.jpg?resize=640%2C358)
Cantei, pulei e chorei… Muito! Foi a catarse que eu precisava pra virar a mesa da vida e me tornar eu mesma! Ao final do show, exausta, fui direto para o aeroporto aguardar o meu vôo de volta. Quando cheguei em casa, meu filho ainda estava dormindo e não percebeu a minha ausência. Ninguém sofreu, ninguém perdeu…
A partir desse dia, eu me tornaria outra mulher…
![Screenshot_9](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_9.jpg?resize=550%2C378)
![Screenshot_8](https://i0.wp.com/www.ultraviolet-u2.com/wp-content/uploads/2016/07/Screenshot_8.jpg?resize=550%2C413)