Categoria: U2 e Eu

Depoimentos de fãs contando sua relação com a banda.

Meu encontro com Bono em Londres

Meu encontro com Bono em Londres

Por Regiane Batista do Nascimento

Entregando o terço

Meu nome é Regiane, sou fã desde 1989/90. Moro em Campinas e sou uma mulher de fé, que acredita no ativismo do U2 e sonha com justiça social.

Hoje, eu vou contar um pouquinho sobre o dia em que entreguei um terço ao Bono. Um encontro tão esperado e que acabou acontecendo de um modo inesperado. Foi a viagem dos sonhos que fiz, somente eu e uma amiga. O destino era a Irlanda e a Escócia. Os planos eram fazer “a tour” dos fãs em Dublin e depois embarcar para Glasgow, para assistir à I+E TOUR. Eu só tinha uma certeza: entregar um terço a ele!

Ainda no Brasil, recebi uma ligação de minha irmã, perguntando onde eu estava.  Respondi: estou numa loja comprando um terço para entregar para o Bono, ela achou aquilo engraçado e disse: doida! E lá vamos nós, um vôo com escala em Londres e, para nosso desespero, fomos informadas que a conexão para Irlanda estava cancelada por causa do mau tempo, sem previsão. Resumindo: três dias presas em Londres, três dias a menos na Irlanda.

Brian e Regiane

Não consegui engolir o choro, minha amiga menos ainda. Fomos para um hotel, inconsoláveis, com um porém: estávamos inconsoláveis em Londres… Conversando com os amigos da UV, soubemos que alguns estavam na cidade. E os UVs – sempre bem informados – sabiam em que hotel eles estavam. Saímos de manhã, para dar uma volta no Hyde Park, com os itens do U2 sempre nas nossas bolsas.  Resolvemos então passar pelo hotel e ficar olhando para as janelas, porque sabíamos que era praticamente impossível encontrá-los, já que na noite anterior tinham comemorado o aniversário do Larry e, com certeza, eles estavam de ressaca.

De repente, eu vejo Brian e um pequeno grupo de mais ou menos cinco pessoas na porta do hotel. Eu surtei por dentro, por fora fingi costume. Nos aproximamos e fomos falar com ele que, por sinal, é muito simpático quando não está no Brasil, rs… Ele já tinha um esquema e, como eram poucas pessoas, combinou com a gente que Bono desceria e um de cada vez ia entrar para tirar uma foto e pegar um autógrafo, sem demorar.

Uma imagem que fala mais que mil palavras

Surtei de novo, mas sempre fingindo estar acostumada. Meu número era o 6. O papo do simpático Brian com o grupo continuou. Quando olhamos pro lado, uma turma de curiosos se aproximou e descobriu que era Bono quem estava no hotel, para o nosso desespero. O pequeno grupo se transformou numa fila com mais de vinte pessoas. Brian entrou e saiu algumas vezes, até que nos informou sobre uma mudança de planos. Esse choro, eu tive que engolir…

Brian pediu desculpas e disse que, por conta da fila, Bono resolveu sair rapidamente e só dar alguns autógrafos. Além do Brian, vários seguranças faziam de tudo para que Bono não pegasse nada nas mãos. Pediam para entregar os presentes para eles o tempo todo. Pensei: não mesmo! Brian não saia do meu pé e ficava repetindo: o presente, o presente!

Bono pertinho de Regiane, com o terço na mão

Até que o Bono chegou, olhou para o terço e me perguntou sobre as cores. Era um terço missionário. Respondi que cada cor trazia uma reflexão para cada continente e ele respondeu: “Uau, Love and peace!” Neste momento, um grande mico. Do nada, involuntariamente, simplesmente saiu da minha boca: Yep! Love And Peace Or Else… Pensei em duas coisas: abre um buraco e enfia a cabeça; ou outra, ele deve “tá” pensando: essa é fã de verdade! Esperei que ele mandasse logo um: Laydown… Kkk

Óbvio que nenhum e nem outro, ele apenas pensou, mais uma maluca! Mesmo assim, perguntou de onde éramos, de qual cidade. Respondi que era do Brasil, São Paulo. Ele disse: “Uau, Brasil!!! Nós amamos São Paulo!” Depois disso, ele autografou nosso livro e saímos de lá querendo estrangular cada curioso que estragou o plano de dar um abraço e tirar uma foto com o nosso ídolo. De qualquer maneira, quando tem que ser, é!

O hotel em Londres

O terço que imaginei entregar em Glasgow, foi entregue em Londres por conta do mau tempo. Nunca mais reclamei quando os planos não saem como planejamos. Já no show, na Escócia, tenho certeza de que ele se lembrou do terço. Eu o segurei igual e, várias vezes, Bono olhou para ele e caminhou como se viesse com a intenção de pegá-lo (temos testemunhas). Os escoceses ao nosso lado vibravam, cada vez que ele caminhava na nossa direção…

Bandeira do Brasil que Bono “roubou” de Regiane e Liz

The Joshua Tree Tour 2017 em Paris – Um ano de boas memórias

The Joshua Tree Tour 2017 em Paris – Um ano de boas memórias

Jorge Takeda tem 27 anos, é publicitário e mora no interior de Goiás. Fã do U2 desde 1998, quando assistiu “sem querer” à transmissão da Popmart Tour em São Paulo na extinta MTV Brasil. UV desde 2003 e colaborador desde 2014, abaixo ele conta como foi assistir aos shows do U2 na França, há exatamente um ano:

 

Quando o U2 anunciou a turnê comemorativa de 30 anos do disco The Joshua Tree, em janeiro do ano passado, imediatamente decidi que eu tinha que ver esse show. Inicialmente, só haviam datas na Europa e América do Norte. Escolhi o Velho Continente sem pestanejar por conta do ato de abertura. Depois do U2 e dos Beatles, o Oasis é a banda que mais acompanhei e sou fã da carreira solo do Noel Gallagher. Poderiam ser as melhores noites da minha vida. E foram.

Com ingressos para assistir os dois shows em Paris (embora, na verdade, o estádio fique em St. Dennis), cheguei com uma semana de antecedência para “turistar” e estar bem descansado para as apresentações da banda. Embora estivesse na cidade mais linda do mundo, a ansiedade pela semana seguinte não passava de jeito nenhum. Além do tradicional roteiro para conhecer os principais cartões postais da capital francesa, aproveitei e visitei lojas de discos diversas e garimpei materiais do U2 para minha coleção. Valeu a pena!

Conforme as datas se aproximavam, parecia que a banda estava em todos os lugares. As esquinas ganhavam cartazes informando que os ingressos já estavam esgotados e não era incomum topar com pessoas vestindo camisetas do U2 pelas estações do metrô. Definitivamente, eu estava no lugar certo.

Na manhã do primeiro show, cheguei bem cedo para garantir um bom lugar. A entrada no magnífico Stade de France foi super organizada, e fiquei tão feliz por estar lá dentro que até esqueci que se tratava do palco da fatídica final da Copa do Mundo de 98, quando a Seleção Brasileira foi humilhada pelos “bleus”.  Escolhi, obviamente, ficar perto de Adam Clayton, meu favorito. Mas antes do U2 ainda tinha o Noel Gallagher…

Ele enfrentou um sol a pino e confessou estar “suando champagne” (mais tarde, em uma entrevista, fiquei sabendo que ele de fato estava com uma puta ressaca, induzida por… Bono, claro, seu melhor parceiro de bebedeira). Ainda assim, o Gallagher mais talentoso fez um show impecável, botando o estádio inteiro para cantar o refrão de “Don’t Look Back In Anger”. Emocionante demais.

Então chegou a hora do U2. “The Whole Of The Moon” (da banda The Waterboys) ecoou pelo estádio e os franceses cantavam cada linha da música como se fosse uma canção dos irlandeses. Larry caminhou até seu kit de bateria e o espetáculo começou. Pouco depois, tive a enorme emoção de ouvir minha música favorita ao vivo pela primeira vez… “Bad” não foi tocada nos shows que assisti anteriormente, nas passagens da Vertigo e da 360° Tour pelo Brasil. Dedicada a David Bowie e com um trechinho de “Heroes” cantado por Bono, a música por si só já valeria o ingresso e toda a viagem. Mas é claro que tinha muito mais por vir.

Falar da execução na íntegra de The Joshua Tree é “chover no molhado”, as memórias ainda estão bem vivas na mente de quem pôde assistir aos shows de 2017. Porém, nessa primeira noite rolou algo ainda mais especial. Ao fim de “Exit”, reparei em uma senhorinha caminhando lentamente até o microfone. Era a Patti Smith! Fiquei sem palavras. Ao lado de Bono, ela bradou seus poderosos versos de “People Have The Power” enquanto a banda executava “Mothers Of The Dissapeared”. Não consegui nem cantar, tamanha surpresa. O set seguiu seu curso normal, com destaque para a então inédita “The Little Things That Give You Away”, que fechou a noite. O que poderia ser melhor que isso? A noite seguinte…

Quem acompanha as turnês do U2 já ouviu a máxima de que “a segunda noite é sempre melhor”. Dito e feito. Ao contrário do dia anterior, o céu fechou para o segundo round no Stade de France e a chuva caiu por toda a apresentação do Noel Gallagher, novamente irrepreensível. Desta vez, de frente a The Edge no palco principal, vi mais de perto o bloco inicial realizado na árvore. A raríssima “A Sort Of Homecoming” deu o ar da graça, em sua penúltima execução na turnê. Quem não viu, não vê mais, acredito.

A banda estava ainda mais energizada que na noite anterior e a chuva foi embora ao som dos primeiros acordes de “Where The Streets Have No Name”. O setlist seguiu-se da mesma forma até o bis, quando “Mysterious Ways” reapareceu e, de quebra, contou com nossa amiga Ju Sarda tirando o Bono para dançar (e não o contrário), cena que se repetiria na terceira noite de São Paulo, três meses depois. O sonho já estava completo, mas o U2 ainda nos presenteou com “I Will Follow”, de improviso, e o estádio tremeu freneticamente. A banda foi embora, mas o público parecia não querer deixar o local. Sorrisos e lágrimas nos rostos de todos que estavam por ali. Me despedi dos amigos de países diversos que fiz naqueles dias e fiz meu caminho de volta sabendo que, naquele momento, não tinha pessoa mais feliz no planeta que eu.

Com os amigos Giorgia, da Itália, e Kirill, da Rússia, a quem dedico este post.

O que significa essa tatuagem no seu braço?

O que significa essa tatuagem no seu braço?

Angela Kuczach é bióloga, ambientalis e Diretora Executiva da Rede Pro UC, organização não governamental advocacy que trabalha pelos Parques Nacionais do Brasil. Em 2014, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil. Chorou 24 horas seguidas depois desse encontro com o Bono.

Essa pergunta, eu tenho ouvido com frequência nesse último mês… A resposta? Tem a ver com um antigo poema de Willian Blake.

Esses têm sido tempos difíceis para a humanidade… E num mundo cada vez mais pasteurizado e superficial, é uma sorte ter como companhia e influência alguém que impulsione para frente e inspire a caminhar no anti-fluxo do caos. No meu caso, tem a ver com uma das últimas grandes bandas de rock do nosso tempo. Mais do que música, os mais de 20 anos de amor incondicional ao U2 me levou aos lugares mais inusitados, sejam geográficos – como às vezes em que estive na Irlanda exclusivamente para vê-los – ou as profundezas da alma, sendo estas, as viagens mais frequentes e que me fizeram ser quem eu sou.

A influência desses 4 irlandeses na minha vida é “indimencionável”… Vai das músicas ao ativismo, da fé na vida à vontade de mudar o mundo. Eu brinco que o Bono é o meu relacionamento mais antigo, está comigo há mais de 20 anos. Lembro que ainda no início da adolescência, eu sonhava em viajar pelo mundo e, nas noites de inverno curitibano, olhava para o céu e pedia… Pedia força e coragem para nunca deixar de olhar para um céu estrelado. O que eu estava pedindo, na verdade, era para não deixar de sonhar e de ouvir minha alma. Eu fazia isso ao som de U2.

Vida vai, sonhos vêm, alguns se realizam, outros não. E lá pelas tantas, você oscila. Com a devida licença poética: “Tempo de sonhar, tempo de acreditar; tempo de viver, tempo de sobreviver”. E não é difícil que a certa altura da vida, a esperança que acompanha os sonhos seja soterrada pela dureza da rotina. Nessas horas, ecoa na cabeça aquela cena de Rocky Balboa: “O mundo vai tentar te colocar de joelhos e não importa o quanto você consiga bater, o que importa é o quanto você consegue apanhar e se manter de pé”. No meio do caos que é a vida de adulto, graças a Deus, ainda existem os shows do U2.

Outubro desse ano, São Paulo. Seriam quatro shows e muitas expectativas. Como a maioria dos fanáticos que fazem parte dessa seita, apenas estar lá não bastava! Tinha que ser da primeira fila! Não! Tinha que ser na primeira fila e na frente da banda! Dias antes do show, internet bombando: “Como será a entrada? Com segurança, como é no resto do mundo, ou o velho esquema do salve-se quem puder?” Caos, confusão… Meu Brasil brasileiro é para os fortes… Nervos e coração a mil!

Chego em São Paulo 2 dias antes do show… 16h00… Um boato: “O U2 pode estar se dirigindo para o prédio da TV Globo, para gravar alguma coisa no heliporto”.

Bom, todos sabem que nossos irishs curtem um terraço de prédio e já no carro – a caminho de outro local – eu e um amigo resolvemos ir até lá para ver o que aconteceria. Portão da Globo, pouca gente, Outnenhum boato confirmado.

Eu já fui à Meca (Dublin) duas vezes e em ambas, fiz a romaria pelos “U2 points”, mas pra falar a verdade, nunca esperei nada. Era mais uma vontade de reviver alguns passos deles, saber por onde andaram. Coisa de fã que tem curiosidade sobre o ídolo. Então esse tipo de tietagem era novidade pra mim e sinceramente não sabia o que esperar. Talvez ouvi-los tocar lá de cima, sei lá. Só que as melhores partes da nossa vida não são desenhadas pela nossa imaginação.

Lá estava eu, naquela rua de SP, num final de tarde de uma terça-feira, quando aqueles 3 carros pretos viraram a esquina. O carro para, o segurança desce e avisa: “Eles vão fazer algo muito rápido lá dentro e voltam aqui pra dizer um oi pra vocês”. Numa hora dessas, o cérebro, talvez por auto preservação, te prega peças. Você simplesmente não realiza o que está para acontecer…

Ficamos por ali, mais alguns fãs chegam e eu vou fazer umas fotos a partir do edifício da frente. É quando a realidade bate: a pouco mais de 100 metros da lente da minha câmera estão aqueles caras que me acompanham há tanto tempo, que quase são parte da minha família. A pouco mais de 100 metros da minha lente, meu melhor amigo irlandês ri, conversa, ensaia e se prepara para uma apresentação. A 100 metros da minha lente, ele se torna real!

Voltamos à entrada da Globo, onde os seguranças já organizam a fila e orientam como será o encontro com a banda. Bono irá apenas autografar, por conta da agenda apertada não haverá tempo para fotos individuais. Nervosismo, expectativa… Eu, rindo, apenas peço aos amigos que estão comigo que, caso “desmaie, gagueje ou esqueça como falar em gaélico, inglês ou português, alguém – por favor – estique meu braço e peça para que ele desenhe algo para eu tatuar”.

Ele vem. E como a vida é caprichosa, eu estou no meio da fila, há tempo para o cérebro realizar o que está acontecendo e acalmar o corpo.

Ele vem. Para em minha frente:

– My dear friend.

– Yes.

– I think that… I need a new tattoo.

Um olhar divertido, ele pega o meu pulso, com toda calma do mundo, desenha. Assina.

– Thank you so much

Ele me olha, aperta minha mão:

– Be carefull…

Ele sai

– Thank you for all.

Ele volta.

Me olha nos olhos…

E o mundo pára.

“Ver o mundo em um grão de areia e o céu numa flor selvagem.

O infinito na palma da mão, a eternidade em um instante”.

O poema de William Blake, que sempre me intrigou, nesse instante ganha sentido. Um segundo pode ser eterno e o universo pode ser visto por inteiro no fundo de um par de olhos azuis.

Algumas pessoas já me disseram que quando o Bono olha nos olhos parece que enxerga a alma, e que isso seria parte do seu arsenal carismático, que fez com que dobrasse gente como George Bush e o fizesse investir em ajuda humanitária na África. Eu posso atestar que é verdade. Só que não foi o que ele viu em mim ou como ele me olhou que fez o eixo do meu mundo mudar de lugar. Foi o que eu vi nele…

Esses têm sido tempos difíceis para os sonhadores, para os que acreditam em um mundo melhor, para os não superficiais e para aqueles que ainda ousam seguir o coração. Num mundo com tanto barulho, às vezes, torna-se difícil ouvir a si mesmo.

Como uma bióloga conservacionista, uma ativista ambiental, vivendo no Brasil onde a gente anda um passo para frente e dois para trás, é difícil depois de 18 anos de briga não cansar. Administrar os desafios da vida, o caos do mundo e uma luta interminável, por vezes, nos coloca de joelhos.

E eu estava de joelhos.

Eu me sentia descrente e cansada, atravessando o período mais dark da alma.  Não sei dizer exatamente quando começou, mas durante meses esse ano, eu olhei no espelho e não reconhecia quem me olhava de volta. Várias vezes, me peguei perguntando a mim mesma quais eram os meus sonhos, o que me movia naquele instante, e ouvia o silêncio como resposta. A força que eu sempre me orgulhei de ter e de ser minha principal característica, de repente, parecia ter me abandonado… Durante os dias mais negros, eu olhava para o céu e não fazia a menor ideia de onde estavam as estrelas.

E foi no fundo daquele par de olhos azuis que o desencanto se quebrou.

Eu não sei explicar o que aconteceu ali, e acho mesmo que magia não se explica… No todo, meu encontro com Bono durou uns 30 segundos, e pra quem olha de fora o momento olho no olho não deve ter sido mais que um segundo. Não é verdade. Einstein estava certo… O tempo é absolutamente relativo. Se tiver que definir aquele momento, tem a ver com encontro, resgate e redenção… Em enxergar a plenitude do um amor gigante pelo mundo… O reflexo da alma… Tudo isso esteve presente naquele momento em que o tempo parou.

O Bono tinha tudo para dar errado. Ele poderia ter se agarrado nas milhares de desculpas que estavam ali, a mão: podia culpar o país – não esqueçamos que a Irlanda sempre foi o patinho feio da Europa ocidental e, além de tudo, nas décadas de 1970 e 80 era assolada pelo terrorismo do IRA –; podia culpar a falta de dinheiro de alguém que vivia na periferia de uma cidade provinciana como Dublin; a falta de educação, já que o pai mesmo nunca o incentivou a estudar; e, acima de tudo, ao fato de ter ficado órfão de mãe aos 14 anos de idade, durante o enterro do avô e a relação complicada com o pai que veio a seguir. Ser mais um na multidão era o esperado.

Só que no fundo daquele par de olhos azuis não mora qualquer alma…

O ativismo do Bono nunca foi leviano, ao contrário, o cara é um estrategista nato que carrega um amor gigante pelo mundo e muita raiva das injustiças naquele coração de poeta irlandês. Olhar para ele e para essa banda, ver de onde esses caras saíram, aonde chegaram e o que arrastaram no caminho é mais que uma inspiração. É praticamente um tapa na cara, desses que te fazem acordar para a vida de um jeito irreversível.

Saí do encontro com ele e entrei num estúdio de tatuagens. A garota que quando criança procurava trevos de 4 folhas no caminho da escola agora traz um shamrock, o símbolo da sorte irlandesa, gravado na pele.

Voltei pra casa com a certeza que os dias vividos em SP estarão entre os melhores momentos da minha biografia: os shows foram uma egrégora a parte, os amigos foram um plus de encher a alma de luz… Mas, acima de tudo, voltei pra casa com uma vontade louca de viver! Os sonhos restaurados, a capacidade de enxergar minha estrela-guia de volta no céu, sempre apontando pra onde eu devo ir:  ajudar a cuidar melhor dos jardins naturais desse mundo lindo que a gente vive e a despertar o máximo de pessoas possíveis para a beleza desses jardins, até que a gente entenda que o jardim também somos nós.

O que essa tatuagem significa?

A devolução daquilo que sempre me pertenceu: uma fé inabalável na vida!

Eu fui a um concerto do U2 na Tour Joshua Tree!

Eu fui a um concerto do U2 na Tour Joshua Tree!

Cristina Cruz é portuguesa e participa do fã clube Ultraviolet desde o começo dos anos 2000, principalmente no antigo Fórum do UV.

 

Quando me pediram para escrever sobre o concerto do U2, em Paris, no dia 4 de Julho de 1987, a primeira coisa em que pensei foi a overdose de emoções sentidas naquele dia. Mesmo tendo já passado quase 30 anos (30 anos!), ainda é com emoção que recordo aqueles momentos.

Eu tinha 16 anos, estava em Paris e a minha banda preferida era o U2. Tinha uma semana antes comprado o álbum – em vinil, claro – Joshua Tree. Recordo-me que no dia em que cheguei a Paris fiquei pasmada no mêtro ao ver numa tela enorme o vídeo de “Where the streets have no name”. Lembro-me dos meus colegas de viagem me dizerem que também gostavam, o que eu achei fantástico, pois os meus amigos gostavam mais do Bryan Adams e do Wham.

Em Paris, tudo era novidade. No terceiro dia, numa das nossas preambulações pelas ruas, perto dos Campos Elísios, vimos uma limousine parar e de lá saírem algumas pessoas. Paramos para ver quem seriam. Quando me apercebi que uma das pessoas era o Bono senti um misto de perplexidade e excitação. Seria possível? O Bono do U2? O Bono que usava cabelos compridos e cantava no cimo dos prédios? Sim, era mesmo ele. Cabelo preso, calças pretas e penetrantes olhos azuis. Ele sorriu para nós e um colega meu começou a gritar “U2, I love you”. Ele aproximou-se ainda mais de nós e disse “Thank you” e acrescentou “Are you comming to the concert tomorrow?”. E seguiu, conversando com os outros três que iam com ele. Reparei que eram os outros membros da banda, mas eu naquela altura não sabia sequer como se chamavam, só sabia que instrumentos tocavam.

Já longe deles quebramos o silêncio e questionamos “Que concerto? Vai haver um concerto? Onde?”. Relembro aqui que, na época, não havia internet, cartões de crédito, celulares, apenas (poucas) revistas de música e os jornais quase não escreviam sobre concertos. Nessa noite, no hotel, perguntamos ao rececionista se ia haver um concerto do U2, onde era e se havia ingressos. Ele foi procurar e disse “é amanhã no Hipodrome e ainda vendem ingressos lá”. Decidimos ir, prontos a gastar todo o dinheiro que tínhamos, nem que isso significasse passar fome o resto da viagem.

Lembro-me que chegamos lá no meio da tarde, compramos os últimos ingressos à venda e entramos. Havia muita gente do lado de fora, mas confesso que fiquei chocada com as milhares de pessoas que estavam lá dentro. Alguém disse que era um recorde em Paris, cerca de 70 mil pessoas. Eu só me perguntava: essas pessoas gostam todas tanto do U2 como eu? Deviam gostar! Afinal de contas eu nunca tinha ido a um concerto, nem tinha estado num lugar com tanta gente.

O palco era enorme e lindo, com a árvore projetada no fundo e dos lados, em tons de amarelo torrado e preto. Passado pouco tempo começou a cantar o Pogues e depois o UB40. Eu não sabia quem era o Pogues e apesar de conhecer o UB40 não conseguia estar atenta ao que cantavam ou como se movimentavam no palco. Queria ver o U2, ouvir a voz do Bono cantando sem ser no toca discos ou no rádio. Não ficamos muito perto do palco com receio de alguma confusão e pelo aglomerado de câmaras de televisão. Fiquei naquele momento com a sensação que aquilo tudo não seria o usual, mas não pensei que o concerto iria ser gravado.

 

Quando finalmente o U2 apareceu no palco, fiquei de boca aberta e com o coração batendo descontroladamente. Fui percorrida por uma espécie de arrepio até à alma. Eram eles, eram mesmo eles! O Bono tinha uma energia louca, pulava, gritava, não parava um minuto. A voz era límpida, provocante e cheia de garra. As músicas seguiam-se umas atrás da outra a um ritmo alucinante e sem interrupções. Recordo-me especialmente de Sunday Bloody Sunday, na época a música emblemática da banda. O público parecia enlouquecido e berrava cada palavra da música. Bono cantava avidamente como se o mundo fosse acabar ali, naquele momento. Quase no fim lembro-me de me sentir absolutamente feliz quando ouvi Running to Stand Still, uma das minhas músicas preferidas. A seguir, esperava Where the Streets Have no Name, mas ela não veio. Pouco depois começou With or Without You e tudo se transformou. Na frente as pessoas iam sendo empurradas pelas que estavam mais atrás. De repente, no meio da noite, surgiu uma nuvem de fumaça branca. Nós voltamos para trás e combinamos ir embora. Entretanto, o Bono parou de cantar e disse qualquer coisa como “nos concertos do U2 ninguém sai ferido”. Essas palavras acalmaram as pessoas e o concerto recomeçou com Party Girl (a Ali apareceu no palco, mas na altura a gente não sabia que ela era a mulher dele, pensamos que era uma fã) e por fim 40. Acabou? Sim, acabou o concerto e eu nem acreditava que ele algum dia tinha acontecido.

No caminho para o hotel viemos em silêncio. Tinha sido tudo tão extraordinário e surreal que qualquer palavra poderia acabar com a magia do que tínhamos vivido. Eu pensava que quando chegasse a casa e contasse o que tinha visto ninguém ia acreditar. Ainda por cima tinha deixado a minha máquina fotográfica no hotel com medo que me roubassem! Ainda hoje não me perdoo por isso.

Nos 30 anos seguintes, voltei a ver U2 ao vivo, em várias tours, em vários países, na grade e na arquibancada. Tive a oportunidade de voltar a ver o Bono (e o Edge) na rua durante a 360 tour, tirar-lhe fotos e, no fim, ele me dar, sem eu pedir, um autógrafo no single de vinil de Pride.

Lembro do concerto de Paris muitas vezes. Em 2007, quando eles escolheram para a comemoração dos 20 anos esse concerto para incluir na box da edição especial, eu estava novamente longe de casa e fui numa loja no dia em que a colocaram à venda. Nada anunciava o lançamento e quando a colocaram na prateleira ninguém estava por perto na expectativa de lhe tocar. O simples gesto de pegar nela foi emocionante para mim. Trouxe o box para casa, mas nunca fui capaz de ver o concerto, talvez por achar que o que está guardado na minha memória tenha pouco a ver com a realidade.

Entretanto, o ano passado o U2 anunciou que vai comemorar os 30 anos do Joshua Tree com uma nova Joshua Tree Tour. Fiquei surpreendida! O que esperar? Não sei. Acho que nenhum fã sabe. Mas talvez eu vá finalmente ver o DVD do concerto de Paris no momento certo, ou seja, na véspera do começo desta tour. Apesar de, aparentemente, ser um regresso ao passado, acredito que essa tour seja bem mais do que isso. Apenas uma coisa é imutável, essa é a banda – e os concertos, a forma onde todas as emoções transbordam – que acompanha a minha vida há mais de 30 anos.

Cris Cruz, Maio de 2017

 

It’s not a secret: minha banda preferida é sempre uma ótima companhia

It’s not a secret: minha banda preferida é sempre uma ótima companhia

Sou Natália, tenho 24 anos, nasci em São Paulo, mas moro em Recife há 16 anos.

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Tenho uma deficiência física desde que nasci, sou estudante de jornalismo, amo livros, música e estar com meus amigos. Muitos deles são uma extensão da minha família, principalmente aqueles que conseguem entender meu amor pelo U2 sem me julgar ou taxar de doida. Acho que se eu fosse escolher um deles pra ser o “preferido” seria o Adam, por motivos que eu falarei mais adiante.

Minha história com esses quatro caras começou há 10 anos, em 20 de Fevereiro de 2006, no show da Vertigo, Tour transmitido pela Globo. Eu tinha 14 anos e na época não gostava tanto de rock a ponto de conhecer bandas de outros países. Lembro que meu irmão mais velho falava que queria ver o show pela TV, pois ele gostava da banda (depois que me tornei fã, ele passou a detestá-los, implicância de irmão). Ele acabou não vendo o show, mas eu acompanhei do início ao fim.

Já nos primeiros acordes de “City of blinding lights” percebi que o amor por eles estava nascendo. Eu tinha encontrado o que eu procurava…  “City of blinding lights”, “Stuck in a moment”, “Love and peace or else”, “Streets”, “I’m still haven’t found”, músicas daquele show que me acompanham até hoje.

O tempo foi passando, muita coisa aconteceu nesses 10 anos, boas e ruins. No dia 31 de Julho de 2011, o U2 encerrava mais uma turnê, a 360°, em Moncton, no Canadá. Eu estava em Recife e aquele se tornaria um dos piores dias da minha vida, por muito pouco não foi o último. Uma barreira caiu na minha casa, sim, eu quase morri naquele dia.

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Passei uma semana na casa de um vizinho e quase dois meses na casa do meu tio. Tio que era o único da minha família que entendia meu amor pela banda, ele os chamava de “udois”, o que parece ser regra pra quem não conhece muito a banda. No período em que fiquei na casa dele, meu tio me deixava colocar meus DVDs do U2 e até assistia comigo, mesmo não entendo nada do que aqueles velhos, (como ele os chamava carinhosamente) estavam cantando. Enfim, ele foi e também deixou o U2 ser minha melhor companhia naqueles dias tenebrosos e incertos. E foi durante esse tempo que adotei “Walk on” como a música da minha vida, pois naquele momento era a música que eu mais escutava, ela me dizia muito e ainda diria muito mais com os momentos alegres e tristes que viriam.

Era 2013, eu me preparava para a maratona de provas para entrar na faculdade de jornalismo no ano seguinte. Em outubro, no primeiro dia daquele mês, acordei com uma notícia terrível e inesperada: meu tio havia falecido. O mesmo que me abrigou em sua casa, o mesmo que era como um segundo pai, o que não tirava sarro por eu ser fã do U2, o que sempre me disse pra cursar jornalismo; tinha ido embora pra sempre, sem se despedir. E lá estavam eles, o U2 era a única coisa que conseguia me ajudar a extravasar um pouco do que eu sentia naquele momento. “Kite” era tudo o que eu precisava escutar, era a tradução de todo aquele sentimento.

A partir dali, o U2 foi minha força e trilha sonora pra enfrentar um vestibular pouco tempo depois da grande perda. Consegui entrar pra faculdade, enfim começava um bom momento, e eles estavam com “I Will Follow”, no dia que eu recebi a notícia mais feliz dos últimos anos; com “Walk on”, quando eu cheguei a pensar que mesmo tendo boa nota nas provas, alguma burocracia me impediria de realizar meu sonho de cursar jornalismo. Se eu tinha alguma dúvida de que essa é realmente a música da minha vida, já não poderia ter. “Siga em frente, seja forte e siga em frente”, é o que a música diz, e virou meu lema.

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No início do curso, mais uma perda, dessa vez foi meu pai, o responsável por eu ter outra paixão, o futebol. A segunda perda em sete meses. “Sometimes You Can’t Make it On Your Own” foi a música antes, durante e depois do momento em que ele esteve doente. Pouco menos de quatro meses entre a descoberta da doença e seu último dia com vida. “Sometimes” define uma relação um pouco complicada entre eu e meu pai. Claro, sinto falta dele também e gostaria que ele tivesse a força que o Adam teve na década de 90. Quem sabe do passado do Adam pode imaginar, então, o motivo dessa relação entre pai e filha nem sempre amistosa. E essa força do Adam é o motivo dele provavelmente ser o meu “preferido”.

Dois anos depois da última perda, parece que as coisas se ajeitaram, e cheguei até aqui, há um ano e meio da conclusão do curso, ao lado deles. Hoje tenho uma vida bem diferente do que eu podia vislumbrar dez anos atrás. Como disse na introdução deste texto, gosto muito de estar com meus amigos. Ahh, e quantos eu ganhei direta ou indiretamente por causa do U2…

Se tem uma coisa que o U2 me deu e que eu agradeço muito, são os amigos que tenho hoje. Alguns estiveram nesses momentos relatados, me dando todo o apoio possível. O melhor deles, se tornou meu amigo porque, entre algumas coisas em comum, temos o U2 como ídolos. Além de ser uma pessoa que eu chamaria de “um verdadeiro seguidor do U2” por ser quem ele é. Como toda fã, admiro muito o lado humano e humanitário sempre demonstrado por eles e mais evidenciado pelo Bono. E, talvez, só o Bono poderia imaginar a alegria de ter pessoas tão generosas quanto eles por perto de mim.

Hoje eu só tenho uma coisa pra desejar que eu AINDA não realizei : ir a um show! Como também já mencionei, moro em Recife, e acho meio difícil eles virem fazer um show por aqui, mas, se tudo der certo e isso não entrar em conflito com o término do curso na faculdade, estarei no Morumbi ou onde for, para curtir um show deles e espero que com muitos desses amigos.

O Nascimento De Uma Nova Mulher!

O Nascimento De Uma Nova Mulher!

Adra Garcia é paulistana, trabalha com TI, e é uma das presidentes do Fã Clube Ultraviolet

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Em frente ao portão da casa de Bono, na Irlanda

Era 31 de janeiro de 1998. Meu filho havia completado 3 anos no dia 30, mas a festinha seria naquele dia. Passei o dia correndo de um lado para outro, a fim de organizar tudo. A noite chegou e com ela os convidados. Balões, docinhos, salgadinhos, bolo…

O “Parabéns Pra Você” aconteceu entre familiares e alguns poucos amigos. A certa altura,  uma amiga da família comenta: “você não é louca por U2? O show deles está passando na TV”. Saí disfarçadamente da festa e liguei a TV. Havia desfeito  meu casamento há 2 anos, após 11 anos de união. Era a primeira pessoa da família a se separar.

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Até aquele momento, eu acreditava que após o casamento desfeito, a minha obrigação seria trabalhar, sustentar meu filho, cuidar da casa, da família… Eu tinha plena convicção de que o “meu momento” havia passado. Não tinha mais direito e nem liberdade para essas “coisas de adolescentes”… Então, em pé na sala, comecei a assistir ao show.

As emoções afloraram, percebi que havia passado a maior parte da minha vida esperando por esses caras e agora eles estavam no Brasil… E eu não estava lá. Chorei. Compulsivamente. Quando, em wowy, o Bono puxa a Alessandra Germano para o palco, a cumplicidade entre os dois, o carinho, o jeito meigo e sincero da Ale… Surtei. O show acabou, mas não consegui parar de chorar.

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Tatoo Bono

E agora? Acabou, eles vão embora, perdi a chance de assistir a um show, de estar perto deles… Fiquei tão deprimida que um dos convidados da festa sugeriu que eu fosse para Buenos Aires, assistir aos shows que aconteceriam na semana seguinte. Talvez o convidado estivesse tentando apenas me consolar, mas foi o gatilho necessário…

Naquele momento, eu percebi que não poderia deixar que convenções impostas pela sociedade me impedissem de seguir os meus sonhos de fazer o que eu quisesse com a minha própria vida…  de ser feliz! Com a ajuda da minha irmã que fala espanhol, ligamos para a Argentina (internet ainda engatinhava na América do Sul) e conseguimos um ingresso para o show extra que foi anunciado para o dia 7/02.

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Tour 360º

Comprei as passagens em uma agência. Por uma visão distorcida da realidade, eu achava que poderia perder o direito ao meu filho por ” abandoná-lo” com meus pais para ir a um show de rock, então mantive segredo, só meus pais, irmã e cunhado sabiam.

Na manhã do dia 7/2/98, minha irmã e cunhado me levaram ao aeroporto. Estava em pânico. Viajar sozinha. Para um país estranho, cujo idioma eu não falava… E para um show dentro de um estádio (eu nunca havia pisado dentro de um)! Embarquei.

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Show da Ultrviolet Tribute Band

Cheguei em Buenos Aires e fui me informar como chegar no estádio do River Plate. Peguei um ônibus e cheguei ao local. O coração a mil, a respiração curta. Medo. Descobri onde retirar meu ingresso, o peguei e entrei no estádio. Horas de espera, uma banda de abertura e então: MOFO!!!

Eu estava no camarote. Levantei e comecei a pular e cantar… Quando olhei ao meu redor as pessoas estavam sentadas… Me senti constrangida e sentei… E então… I will follow… Eu não tinha chegado até ali pra ficar sentada… Levantei novamente e não sentei mais até o final do show.

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i+e Tour, em Berlim

Cantei, pulei e chorei… Muito! Foi a catarse que eu precisava pra virar a mesa da vida e me tornar eu mesma! Ao final do show, exausta, fui direto para o aeroporto aguardar o meu vôo de volta. Quando cheguei em casa, meu filho ainda estava dormindo e não percebeu a minha ausência. Ninguém sofreu, ninguém perdeu…

A partir desse dia, eu me tornaria outra mulher…

 

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Em 2000, quando o U2 veio gravar o clipe de Walk On

 

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Adam e Adra

U2 & Eu: Sandra Sorlino

U2 & Eu: Sandra Sorlino

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Meu nome é Sandra Sorlino. Nasci na Argentina, cresci na Califórnia e vivi a maior parte da minha vida em São Paulo, Brasil.

Não lembro exatamente quando foi a primeira vez que ouvi falar de U2. Eu lembro que foi nos meus primeiros anos de adolescência, através de um estudante de intercâmbio irlandês, que trouxe com ele uma fita cassete com uma ” banda nova ” do norte de Dublin. Gostei tanto do que ouvia, que ele acabou me presenteando com a fita.

Na época, ninguém realmente dava muita atenção quando eu mencionava “esta nova banda da Irlanda”.

No dia 13 de julho de 1985, uma estação local de TV transmitiu um concerto de rock que mudou, não só a maneira que eu via o Rock – fazendo com que me apaixonasse ainda mais pelo gênero – como causou uma mudança numa geração inteira. E lá estavam eles, na frente de uma multidão no estádio de Wembley. Tão surpresos e encantados quanto eu. Naquele dia, junto com os Rolling Stones, eles se tornaram meus ídolos.

U2ExperienceApril20102Finalmente em 1998, pude ter a sensação do que era estar num concerto do U2 ao vivo. Em 2006, novamente. Surpreendentemente, por ser uma voluntária da ONE.ORG, fui escolhida para trabalhar durante o concerto de São Paulo, no dia 09 de abril de 2011. Tive a experiência incrível de estar no palco com meus ídolos. Uma sensação que palavras não explicam.

Nessa mesma época, minha amiga querida Sabrina Gargiulo e eu começamos a sonhar no que seria assistir a um concerto do U2 em Dublin. Começamos a sonhar mais alto e resolvemos tornar o sonho realidade.

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Nos dias 23 e 24 de novembro de 2015, fomos capazes de alcançar nosso sonho de uma vida inteira: viajar para participar de um dos mais incríveis concertos do U2. No The Point. Em Dublin, na Irlanda.

Nós não estávamos sozinhas. Como membros do Ultraviolet – um fã clube brasileiro único – estávamos compartilhando este momento tão especial com alguns amigos igualmente especiais. Os concertos e a alegria não teriam sido a mesma coisa sem eles.

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As amizades também aumentaram e, a cada dia, cada encontro e show do U2 Tribute Band – Ultraviolet, eu conheço mais e mais pessoas singulares que dividem comigo a paixão e a loucura insólita e incompreensível de ser fanática por alguma coisa. Bem… Só nós nos entendemos o que é ser fã.

Fã do U2…

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Alguns dos melhores dias de nossas vidas. Parte 2

Alguns dos melhores dias de nossas vidas. Parte 2

Por Maria Teresa Menegassi da Rosa

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Foto by Ricardo Rocha

Nos meus 30 anos recém completados como fã do U2 (pra quem não sabe, me apaixonei pela banda em 13 de julho de 1985, ao ver a performance deles no Live Aid), ganhei um super presente: ver metade da banda – Adam e The Edge – aparecer de surpresa e tocar na festa de 20 anos do ótimo fansite @U2, criado por Matt McAgee, referência na comunidade de fãs do U2 pelo mundo afora.

Sempre gostei de festas e reuniões de fãs. São eventos que congregam pessoas com a mesma paixão, que pra tantas outras pessoas parece descabida. Participei em 2005 da festa do grupo U2 GTA, em Toronto, no Canadá, que aconteceu antes dos 4 shows da Vertigo Tour na cidade. E depois, em 2008, da grande festa de 10 anos do nosso fã clube, Ultraviolet-U2 Brasil, em São Paulo. Dessa vez, decidimos participar na festa do pessoal do @U2, que aconteceria no dia 29 de julho, véspera do penúltimo show do U2 em New York.

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Foto by Isabel Rocha

O encontro começou cedo, num bar/pub chamado The Cutting Room, lugar pequeno, mas bem interessante. A atração principal da festa era a performance da banda cover de New York, Unforgettable Fire, também completando 20 anos de estrada. O setlist trouxe de volta à vida pérolas pra gente que é fã há muito tempo, músicas que o U2 não toca há décadas como: Twilight, An Cat Dubh, Seconds, A Celebration, Exit, Trip Through Your Wires, e até uma inédita, Acrobat, além de praticamente todos os grandes hits. A banda é realmente muito boa, estão de parabéns.

Mais ou menos na metade do show, o vocalista Tony Russo anunciou uma surpresa, algo que eles também não esperavam. Em seguida, vemos Dallas Schoo, técnico das guitarras do Edge no palco. Todos aplaudiram e gritaram muito, pois ele é uma figura queridíssima dos fãs do U2.  Ele pega uma guitarra da banda cover, busca a afinação, e todos na audiência pensam que ele vai tocar pros fãs presentes na festa. Ele então toca algumas notas, porém parece desistir da idéia e devolve a guitarra… nesse exato momento sobem no palco The Edge e Adam Clayton, que haviam entrado no pub completamente incógnitos! (vale ler o relato com todos os detalhes dessa proeza, escrito pelo Matt McAgee aqui, em inglês.

A partir daí, eu me vi outra vez na gravação do especial do U2 para o Fantástico em novembro de 2000… não dava pra acreditar que Adam e The Edge estavam ali, tão perto da gente. Nossa queridíssima Ana Vitti, fundadora do Ultraviolet, chorava e chorava, incrédula como tantos ali. Eu? Sorria e sorria, não me perguntem o porquê… talvez por vê-los sorrindo muito, genuinamente felizes em estar prestigiando o evento, tocando outra vez num pequeno pub, como no começo da carreira deles.

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

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Foto by Ricardo Rocha

A emoção foi muito grande, catarse total. Eles tocaram Where the Streets Have no Name, depois posaram pra fotos com a banda cover, enquanto todos gritavam “one more song, one more song…”, e então pegaram os instrumentos novamente e tocaram Out of Control…o primeiro single, o primeiro registro fonográfico, a música que Bono compôs na manhã do seu aniversário de 18 anos, quando se deu conta de que os dois eventos mais importantes das  nossas vidas estão fora do nosso controle, da nossa vontade: nascer e morrer.

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Por que eles apareceram na festa? Por que decidiram prestigiar o evento? A esta altura da carreira, uma das bandas mais famosas e celebradas do mundo…não havia nenhuma necessidade! Foi uma deferência muito especial aos seus fãs, especialmente sendo surpresa total, inclusive para os organizadores da festa e para a banda cover. Inacreditável. Inesquecível. Esse é o U2 que amamos.

O site da banda citou o episódio, com fotos e vídeos.

Veja o que aconteceu no vídeo abaixo:

Alguns dos melhores dias das nossas vidas…

Alguns dos melhores dias das nossas vidas…

Por Maria Teresa Menegassi da Rosa

Engenheira Civil, fã do U2 há 30 anos e membro do Ultraviolet há cerca de 15.

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Pensei em vários títulos pra este texto que me propus a escrever, em forma de depoimento, sobre o que vivemos acompanhando os dois últimos shows do U2 em New York, dias 30 e 31 de julho, além da festa de aniversário do fansite @U2, no dia 29 de julho.

Minha proposta original era de voltar a Dublin no final do ano, porém os tão esperados shows na cidade não chegaram a ser anunciados. Assim que a iNNOCENCE + eXPERIENCE Tour começou, em Vancouver, maio passado, Edge e Bono deixaram claro que esse show, essa produção, não teria condições de ser levada pra cidade “deles”, e que eles estavam tentando viabilizar shows na cidade… parece que ainda estão.

A verdade é que, ao ver as primeiras imagens desses shows, corri pra ver onde ainda havia ingressos disponíveis, porque eu jamais me perdoaria se não fosse a pelo menos um deles. À essa altura, só os dois últimos, dos oito shows em New York, ainda tinham ingressos à venda, e apenas cadeiras. Os ingressos de pista obviamente foram todos vendidos na pré-venda do U2.com, e eu, assim como muitos fãs, havia guardado meu código de pré-venda para Dublin. Agora ele não servia mais pra nada…mas c’est la vie.

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Decidi virar essa página, e junto com queridos amigos, assistir a esses dois shows em New York. E o que dizer sobre esses shows? Simplesmente fantásticos. O nível de inovação, de criatividade, e ao mesmo tempo de simplicidade dessa produção é impressionante. Como todos os shows do U2 desde a ZooTV, é uma produção que procura utilizar ao máximo recursos de vídeo e iluminação, pensada para quem está no lugar mais longe da arena, além da qualidade de áudio impecável. O show é extremamente coreografado, com pequeno espaço para improvisação, mas sabemos que essa tem sido a proposta do U2, de novo, desde a tour do Achtung Baby.

O espetáculo se desenrola realmente em dois atos, com um pequeno intervalo. A proposta original da banda era fazer pares de shows diferentes, um mais elétrico e outro mais acústico, ou talvez um mais sobre a “inocência” e outro mais sobre a “experiência”, não sabemos ao certo. O fato é que eles parecem ter desistido dessa ideia, e o que vemos pode ser, de certa forma, uma colagem dessas duas propostas, com dois atos como numa peça teatral.

A primeira parte procura levar o público à uma viagem no tempo e no espaço, para a zona norte de Dublin, no final dos anos 70. Bono convida a plateia pra isso, procurando contextualizar o início da banda. Iris é lindíssima, muito emocionante, e Song for Someone também não fica atrás. Os efeitos utilizados em Cedarwood Road, especialmente, são impressionantes ao vivo, com um passeio virtual do Bono pela rua e memórias de sua infância e adolescência. Já ao final de Until the End of the World, as ondas virtuais no telão levam tudo embora (as casas, carros, a cerejeira florida, enfim…), o que pra mim demonstra fim da inocência. É o fim do primeiro ato.

Na segunda parte estão os grandes hits, e é também onde acontecem algumas variações no setlist. Falando sobre eles (Pride, Mysterious Ways, With Or Without You, Streets, etc), é impressionante a reação que essas músicas provocam no público em geral, o que me dá a certeza de que elas nunca vão sair do setlist. Pra nós que somos fãs, elas podem soar desgastadas até, mas não tem jeito, elas tocam fogo na massa.

Foi muito bom ouvir Ordinary Love e Satellite of Love na primeira noite, dia 30, e também Party Girl e Stand By Me na segunda noite, dia 31. Pena que não rolou Gloria, October, Lucifer´s Hands ou Bad, mas tudo bem, não costumo reclamar de setlists. E fechar o show e a leg americana da tour com “40” foi emocionante, como sempre.

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Foto by Ju Sarda

No show do dia 30, aconteceu um episódio um tanto insólito, quando o Bono quis agradecer as pessoas que o ajudaram após o grave acidente de bicicleta que sofreu no Central Park em novembro passado. O Madison Square Garden inteiro vaiou a tal mulher que deu o telefonema para os bombeiros, já que, num ato insano e talvez impensado, fez questão de se autopromover criticando os nova-iorquinos na casa deles. O Larry ficou visivelmente indignado e o Bono prometeu na hora não fazer mais esse tipo de coisa. Será que ele cumpre?

Em compensação, no show do dia 31 teve brasileiros no palco. A turma do fansite U2BR usou e abusou da criatividade e reproduziu os figurinos a la Village People do videoclipe de Discotheque, conseguindo chamar a atenção da banda. Bono os convidou para subir no palco enquanto tocavam Desire e eles fizeram a festa. Foi muito legal testemunhar a empolgação dessa turma. Pena que não rolou Discotheque, mas quem sabe eles não mudam de ideia na próxima leg?

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E pra fechar, as participações de Paul Simon, dia 30, e Bruce Springsteen, dia 31. Memoráveis. Sem mais.

E sobre Adam e The Edge bancando os penetras na festa do @U2? Ainda vou falar sobre isso, mas paro por aqui pra não me estender demais. Só adianto que foi épico!.

 

Paulo Lilla, o brasileiro que tocou com o U2 no MSG: Foi mágico!!!

Paulo Lilla, o brasileiro que tocou com o U2 no MSG: Foi mágico!!!

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Paulo Lilla, 37 anos, advogado, foi o homem escolhido por Bono para tocar All I want is you no show do Madison Square Garden da última quinta feira, dia 23 de julho. Fã do U2 há quase 25 anos – “Depois de assistir Rattle and Hum” – Paulo sabe que 10 entre 10 fãs da banda irlandesa gostariam de estar em seu lugar. “Estava escrito! Foi coisa de Deus”, afirmou.

Ele nos concedeu entrevista exclusiva, direto de Nova Iorque, onde revela aos amigos do fã clube Ultraviolet sua “experiência”, as impressões sobre Bono e a banda, além de detalhar tudo o que aconteceu durante esta super aventura norte americana.

Paulo foi para Nova Iorque com a esposa, Angela, em férias programadas para coincidirem com as apresentações da banda. Lá encontrou-se com outros UVs – Cristianne Medeiros e Eraylton Neto – e assistiu um show nas cadeiras e outro – justamente este onde foi protagonista – na pista. Sua esposa, que o acompanhou nas cadeiras, não foi neste, não tinha ingresso.

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Ele já tinha assistido a todos os shows que o U2 havia feito em São Paulo, mas esta foi a primeira vez que viajou para vê-los fora do Brasil. Ficou impressionado com o espetáculo visto da arquibancada: “Dá pra ver a grandeza do show, com o telão e tudo mais. Aquele telão interage com a banda o show inteiro, faz parte do espetáculo. Quem tá na pista perde muito isso”, revelou.

Apesar disto, prefere a pista porque “Há uma interação incrível entre público e banda! Bono tem um carisma incrível! Consegue unir a galera”. A ideia de levar o cartaz veio do fato de ver outros serem chamados: “Vi que ele chamou pessoas pra tocar em vários shows. Estão interagindo muito mais com o público, dado o clima mais intimista dessa turnê, então resolvi arriscar… Fiz um cartaz mequetrefe, feio pra caramba, porém grande. Feio, mas eficaz! Fiz a mão, com canetinha mesmo”, brincou.

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A seguir, vocês vão ler o relato da aventura vivida por Paulo, em primeira pessoa. Tudo o que ele viveu, sentiu e consegue expressar com palavras, já que é impossível descrever de forma racional tamanha emoção.

 

“Quando o Bono foi ao palco e parou na minha frente, levantei o cartaz. Não fiquei com ele levantado o tempo todo pra não atrapalhar o pessoal que estava atrás. Bono viu, leu, e fez um sinal pra mim com a cabeça. Eu não disse nada… Apenas levantei o cartaz e olhei fixamente para ele, sorrindo. Como se eu estivesse falando com os olhos.

Quando ele fez o sinal pra mim, achei que minhas chances tinham aumentado. Aí o show seguiu e mantive o cartaz abaixado. Fiz várias fotos e videos bacanas, já que a posição era privilegiada. Quando a banda veio ao palco B e tocou Mysterious Ways, o sonho começou…

Bono puxa uma colombiana pra dançar com ele e filmar pelo celular. Quando vi que tocaram Sweetest Thing achei que não teria mais chances, pois normalmente chamam pra tocar Desire ou Angel of Harlem. Nenhuma das duas foi tocada. Ai veio Every Breaking Wave.

Nesse momento, eu já me conformava que não iria rolar. Quando acabou, ele disse algo no ouvido do Edge. E veio em minha direção, perguntando quem era o cara que tocava guitarra. Eu levantei a mão e mostrei o cartaz. Ai, ele perguntou se eu sabia tocar All I Want is You. Disse que sim. E ele me chamou…

Subi e ele perguntou meu nome e de onde eu era. Respondi e a Arena veio abaixo. Ele disse para eu conferir a afinação com Edge. E comecei a tocar os primeiros acordes. Meio improvisado. Comecei a tocar, mas não tinha retorno… Eles ficam com um retorno no ouvido para conseguirem se ouvir.

Eu não conseguia ouvir o que estava tocando. E Bono foi ditando o ritmo pra mim. Com os pés e com as mãos. Dá pra ver no vídeo. Eu estava anestesiado… Foi difícil me concentrar, mas não podia fazer feio diante de 30 mil pessoas no MSG, né? Olhei pro Edge e ele piscou pra mim…

Bono estava concentrado, vendo se eu entrava no ritmo direito. Aí veio o riff do refrão. Fiz direitinho. Ele fez um sinal e a banda entrou. Com a bateria ficou mais fácil entrar no ritmo certo. E Bono relaxou e começou a cantar mais solto…

Eu comecei a flutuar pelo palco pra curtir o momento… Olhava para as pessoas em volta, olhava o pessoal nas cadeiras… Um sonho!

O Bono olhava fixamente nos meus olhos e eu olhava nos dele. Como se houvesse uma comunicação por telepatia. Fiquei impressionado, como ele é baixinho… Mas é uma figura abençoada, um ser iluminado! Impressionante!

Ele viu que eu estava cantando e aproximou o microfone para eu cantar com ele a parte final em que ele grita All I Want is You seguidamente… No final, pediu pra eu dedilhar o violão. Coloquei a palheta na boca e fiz com os dedos pra não ter perigo de errar… Ele veio com aquele snippet de improviso enquanto eu dedilhava.

E olhava pra mim fixamente, nos meus olhos. Eu sorria e agradecia! Então a musica acabou e ele me reverenciou se inclinando pra baixo. Fiz o mesmo! Então veio me abraçar… Abraço forte, carinhoso… Ficamos assim e ele não disse uma única palavra… Enquanto ele me abraçava, começou a tocar With or Without You. Disse pra ele que essa era a musica da minha vida…

Nesse momento, agradeci, fiz graça dizendo que achava que era o primeiro brasileiro a tocar com o U2 (depois lembrei que o Seu Jorge já tinha tocado). Disse que eles eram meus ídolos! E não lembro mais o que falei… Eu estava em transe…

Ele me levou até a escada, fui tirar o violão para entregar pra produção. Mas ele então fez um sinal pra eu parar e disse: “that belongs to you” (isso pertence a você)… Aí, não acreditei… Quase chorei de emoção… Ia pedir pra ficar com a palheta… A produção veio dizer que guardaria o violão até o fim do show…

 

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

 

E virei celebridade…  Todo mundo queria me abraçar, me conhecer, tirar foto… E o Dallas veio me trazer a viola no case do Edge. Não resisti e tirei fotos com ele. E a galera atrás, querendo tirar foto comigo! Não conseguia sair do MSG. Todo mundo vinha pedir pra tirar foto, conversar…

Uns achavam q tinha tido ensaio, que foi armado! Foi tudo improviso que partiu da genialidade do Bono, de sentir que aquele momento valeria a pena! Mas sei que me comuniquei com ele com os olhos. É difícil de explicar com palavras…. Foi mágico!”

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Paulo, que tinha Juzinha UV como amiga e por isso se juntou ao fã clube, mandou um belo recado para todos os que ainda sonham em passar pela mesma experiência que ele:

“Espero ter representado bem a UV! E nunca desistam de seus sonhos! Tudo é possível, até o impossível!”

Alguém aqui ainda duvida?

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Vejam o vídeo com a apresentação:

Outro ângulo:

Paulo Lilla fez tanto sucesso que concedeu entrevista ao canal GloboNews, direto de Nova Iorque, contando a surreal aventura. Teve seu nome citado também no site oficial do U2.

Ficou curiosa com o presente? Dá uma olhadinha nas fotos do violão que o Paulo nos mandou…

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

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Foto by Paulo Lilla

 

Parabéns. Paulo!!! Você merece!