Entrevista com Ali Hewson no The Guardian

Entrevista com Ali Hewson no The Guardian

Você acabou de lançar a nova coleção da marca EDUN, agora em colaboração com a Diesel, em Paris na Semana de Moda. Como foi?
Fizemos uma festa grande com vários jovens artistas e músicos da África e Solange Knowles concordou em tocar alguns números. É uma coleção pequena, então tivemos mais um evento do que um show. Para esta coleção, nós reunimos uma série de jovens talentos da África – designers, fotógrafos, músicos – de todo o continente sob o título de Studio Africa. Eu realmente sinto que o que a África irá fazer criativamente nos próximos 20 anos vai estourar nossas mentes. Nós queríamos aproveitar um pouco dessa energia.

A EDUN foi fundada por você e pelo Bono em 2005 como uma marca de moda sem fins lucrativos para promover o comércio na África. Tem sido um aprendizado?
Sim. O negócio de moda é bem duro. O calendário é implacável. Nós temos uma missão, como você disse, mas nossa prioridade como marca é entregar as roupas mais bonitas que pudermos a tempo. Até agora tem sido difícil alcançar o volume que nós queremos, mas com a Diesel a bordo nós podemos expandir.

O quanto você quer que a EDUN cresça?
Bem, por exemplo, hoje nós temos 8.500 agricultores no norte de Uganda fornecendo nosso algodão, e nós temos o objetivo de ter 10.000 na próxima estação. Nossa missão é conduzir o comércio, mas nós temos que andar antes de correr. Até agora nós estamos no Quênia, Tunísia, Marrocos, Uganda e Madagascar. E há uma conversa de uma nova fábrica na Etiópia. Eu adoraria ir ao Senegal e Mali, mas tem que fazer sentido para o negócio. Nós somos pioneiros e queremos mostrar que esse modelo de trabalho funciona, que pode se tornar autossustentável, mas temos de fazê-lo de uma maneira inteligente. Daí as colaborações, as peças de edição limitada. Tem sido difícil e eu acho que é justo dizer que fomos um pouco ingênuos no início com os desafios. Nós não estamos fazendo dinheiro ainda, mas sobrevivemos à recessão. Ainda estamos no jogo e crescendo. É um compromisso a longo prazo.

Bono é muito associado à África como uma causa e ele também é seu marido. Alguma vez já teve alguma complicação por causa do relacionamento de trabalho?
Não, nunca. Como você pode notar, Bono tende a trabalhar no nível macro. Uma das razões que nós quisemos criar a EDUN foi para ver como todas essas grandes políticas trabalham no chão. Então, nós alimentamos um ao outro. Ele é como uma caixa de som para nós. É incrível ter a sua absorção e influência, e ele é ótimo em ficar fora da coisa do dia-a-dia. Além disso, ele faz muita coisa. Mas não, nós não brigamos por nada relativo com o funcionamento da EDUN – pelo menos estamos na mesma página!

Como é a vida quando ele e o U2 estão preparando um álbum e uma turnê, o que eles têm feito agora?
Bem, de uma maneira eu acho que a vida fica mais fácil pra ele quando ele está simplesmente trabalhando com o U2. Ele consegue se focar completamente na música, que ele faz 100%. Ele mergulha no dia de trabalho, que ele adora. Ele começa a sair com os amigos. É tudo de bom.

E eles estão em estúdio agora?
Eles estão no caminho do novo álbum e está soando bem. Isso é que tudo o que eu estou dizendo.

Você estudou Política na universidade, não é?
Sim, eu tenho isso do meu pai.

Jordan, sua filha mais velha, parece estar seguindo seus passos.
Sim, ela se formou na Universidade de Columbia em Política e Francês e ela está trabalhando com um grupo de ação contra a pobreza no momento.

Sua segunda filha, Eve, é atriz. Como você se sentiu sobre a escolha da carreira dela?
Bom, pelas leis das probabilidades nós teríamos que perder um para a indústria do entretenimento. Acho que, se eu fosse honesta, não é o lugar onde você quer se seus filhos vão porque é um lugar muito precário. E pode ser um pouco solitário também. Então, você se preocupa com eles. Mas tenho certeza que se fosse perguntasse aos pais do Bono o que eles achavam sobre a escolha da carreira dele, eles teriam dito a mesma coisa. Mas ela tem um certo carisma e é muito apaixonada. E você sabe, eu já vi isso antes.

Posso esclarecer um rumor persistente? É verdade que você foi abordada em 2008 para a presidência irlandesa?
Não! Essa é uma das histórias da imprensa na Irlanda que vieram do nada. Deve ter sido uns dias sem muitas notícias naquela época. Quer dizer, eu teria que aprender Irlandês. (risos) E Bono teria que andar atrás de mim.

Fonte: The Guardian
Tradução: Fernanda Bottini

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