DUBLIN / AFP — A ícone birmanesa da democracia Aung San Suu Kyi foi aclamada como uma estrela do rock durante apresentação em sua homenagem em Dublin, durante a qual Bono entregou para ela um prêmio oferecido pela Anistia Internacional por sua luta pelos direitos humanos.

Aung San Suu Kyi foi recebida no Bord Gais Energy Theater por uma multidão entusiasmada, que a aplaudiu longamente.

A opositora birmanesa se disse “surpresa” e “profundamente emocionada” com o apoio que recebeu do público em sua viagem à Tailândia -sua primeira ao exterior depois de 24 anos- e no início de sua turnê triunfal na Europa, que já a levou a Suíça e Noruega.

Eu não tinha consciência do número de pessoas que se interessavam por nós e pela nossa causa antes de começar esta viagem”, declarou a Prêmio Nobel da Paz, que chegava à tarde vinda de Oslo com Bono, a bordo do jato particular do vocalista do U2.

O mesmo Bono entregou a ela no palco o prêmio “de embaixadora da consciência” concedido pela Anistia Internacional. “Por uma grande ironia das coisas, seu confinamento fez com que você estivesse dentro de nós no mundo inteiro. Você está em casa em Dublin esta noite”, disse a estrela irlandesa.

Receber este prêmio me lembra que há 24 anos assumi compromissos que não poderia abandonar nunca, mas vocês me deram a força para continuar. Vocês me mostraram esta noite que eu não estava sozinha”, afirmou Aung San Suu Kyi.

O cantor Bob Geldof, um dos artistas que se apresentaram durante o show “Electric Burma”, saudou a presença da opositora birmanesa como uma “honra” para a Irlanda, e leu um poema do irlandês Seamus Heaney, “The Cure at Troy”.

A noite também foi marcada pelas apresentações do comediante birmanês e militante pró-democracia Zarganar, da cantora do Benin Angélique Kidjo, do irlandês Damian Rice e do rapper americano Lupe Fiasco.

O líder do U2 cantou “Walk On”, música escrita especialmente para Aung San Suu Kyi em 2000, de depois “One”.

Suu Kyi havia dito anteriormente que aprecia a música da estrela irlandesa, engajada em favor dos direitos humanos e contra a pobreza. “Eu gosto da música (“Walk On”), porque ela está muito próxima do que eu sinto, ela diz que cabe a cada um seguir seu caminho”, disse.

Durante a sua curta passagem por Dublin, Aung San Suu Kyi também se reuniu com o presidente irlandês, Michael D. Higgins.

Aung San Suu Kyi iniciou no dia 13 de junho na Suíça uma viagem histórica à Europa, após 15 anos de prisão domiciliar. Na Noruega, ela enfim pronunciou o seu discurso de aceitação do Prêmio Nobel da Paz concedido à militante em 1991.

A opositora birmanesa, libertada em 2010 e que foi eleita deputada depois, deve em seguida ir ao Reino Unido. Ela festejará na terça-feira o seu aniversário em Oxford, onde estudou e formou sua família.

No Reino Unido ela relembrará a parte mais dolorosa de sua luta política: as duas décadas que passou afastada de seus dois filhos, que ficaram com o pai neste país.

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