Mês: julho 2002

Alta do dólar derruba agenda de shows

Alta do dólar derruba agenda de shows

A recente disparada da moeda americana faz produtores cancelarem apresentações de artistas estrangeiros por aqui e se armarem de muita cautela na hora de fazer novos convites e negociar os cachês dos astros

São Paulo – A alta do dólar chegou ao show biz. O que seria uma das épocas mais férteis de atrações internacionais por aqui acabou se tranformando em um ano de cautela para os produtores. Se o atentado de 11 de setembro derrubou apresentações no início do ano porque os artistas ficaram com medo de viajar de avião, a recente disparada da moeda americana derruba negociações com popstars porque os produtores estão com medo de naufragar.

O Free Jazz, por exemplo, pode ter despedida melancólica. A Souza Cruz, por força de lei antitabagista, não poderá mais patrocinar o evento a partir do próximo ano. Sua última edição, em era de cachês triplicados, deve ser reduzida. A empresa não confirma as informações, mas não nega que luta para se adequar.

Não temos ainda o desenho final do Free Jazz deste ano. Formato, praças e casting ainda estão sendo analisados”, responde a direção. Informações não oficiais cogitam que o evento terá menor número de atrações.

O Kaiser Music fez uma parceria com a produtora CIE do Brasil para sobreviver depois de perder a Clear Channel. No início do ano, anunciou uma lista de artistas na qual o público deveria votar. Os mais votados seriam trazidos para o Brasil. Entre eles estavam Lenny Kravitz, Pearl Jam, Radiohead, Oasis, Aerosmith, U2, Limp Bizkit, Jimmy Page, Santana, Yes e Pearl Jam. Nenhum virá este ano.

A Kaiser se aliou à CIE levando em conta a alta do dólar. Estamos negociando outros shows e vamos informar as novas atrações”, diz a empresa por meio de sua assessoria de imprensa.

Gastos nas nuvens – Para se ter uma idéia dos gastos envolvidos na vinda de um artista, se o cachê cobrado por ele é de US$ 100 mil, a produção deve ter quase outros US$ 100 mil para gastar com passagens aéreas, hospedagem, transporte e comida para toda a equipe. “Só não pagamos o presente que o artista compra para a mulher”, brinca o diretor da Via Funchal, Jorge Maluf.

Maluf estava tentando trazer Natalie Cole e Lenny Kravitz para apresentações em São Paulo, mas desistiu da idéia em razão das oscilações da moeda americana. Ele explica que, no caso de Lenny Kravitz, seria preciso um parceiro muito forte e produtores de outros Estados interessados em contratar shows do cantor.

Ele cobraria uns US$ 300 mil para fazer apenas um ou dois shows em São Paulo, mas se a gente conseguisse organizar outros quatro no Rio e em Porto Alegre, por exemplo, o cachê cairia para US$ 100 mil. O músico deixaria o Brasil com pelo menos meio milhão de dólares.” Só os ingressos não seriam suficientes para pagar Kravitz. “Sem dúvida, a gente precisaria de um grande patrocinador”.

O produtor esclarece que, para vir ao Brasil, o músico precisa estar em turnê mundial, caso contrário ninguém não cruza mares para se apresentar. Quando reserva na agenda os shows no País e assina o contrato, quer receber 20% do cachê adiantado.

Conforme vamos vendendo os ingressos, vamos pagando as parcelas seguintes e quando o show for feito o artista deve ter recebido o dinheiro total.” Se o produtor quiser adiar o show em razão do aumento do dólar, por exemplo, perde o sinal dado anteriormente. “E a casa de shows e o País ficam malvistos entre os artistas. Se não der para pagar, é melhor nem chamar.”

Por esta razão, o show de Natalie Cole foi adiado, já que Maluf temia não poder honrar os compromissos do contrato. A reviravolta do mercado não impediu que vários shows programados pela Via Funchal fossem mantidos, mas Maluf admite que terá de repassar os gastos para o preço dos ingressos.

O produtor Cassio Leite, que está levando o grupo norueguês A-Ha e a cantora Gloria Gaynor para a festa de Barretos, também vai cobrar mais para que o público assista às atrações. “O show de Gloria será em uma casa de shows, com capacidade para 2,5 mil pessoas e vai ser inevitável fazer um repasse. Já no caso do A-Ha, a cobrança, se existir, será menor, porque eles estarão num estádio com capacidade para 40 mil pessoas e posso ganhar na quantidade”, diz Leite, que revelou o valor do cachê de A-Ha: US$ 100 mil.

Já os empresários e produtores da área do jazz garantem que irão honrar seus compromissos e que não repassarão o aumento dos custos para a bilheteria. O Bourbon Street, que inicia na próxima semana sua série Diners Club Jazz Nights com James Carter, não cancelará nenhuma das atrações (as outras são Nnenna Freelon, Regina Carter e Norah Jones). É o que garante, Edgard Radesca, sócio da casa. “A alta do dólar está tendo um grande impacto. Mas os acordos serão cumpridos, mesmo que tenhamos de fazer alguns shows no vermelho.”

Toy Lima, responsável pelo Chivas Jazz Festival e Natu Blues Festival, faz uma sugestão ao governo para que o mercado encontre um equilíbrio. “A Receita Federal precisa fazer uma reavaliação sobre os impostos que pagamos. Atrações de grande popularidade pagam o mesmo que nomes pouco conhecidos que não serão vistos por milhares de pessoas. É injusto.”

Larissa Squeff e Júlio Maria

U2 nega apresentação em Nova York

U2 nega apresentação em Nova York

NOVA YORK – O Grupo U2 negou hoje que vá se apresentar em um mega show no Times Square durante o aniversário oficial do ataque terrorista de 11 de setembro, segundo o NME. O New York Post noticiou que o show, promovido pela prefeitura, aconteceria no dia 5 de setembro. Um porta-voz do grupo, entretanto, garantiu que eles não foram sequer avisados do evento e que se surpreenderam ao ler a notícia no jornal.

U2 faz homenagem às vítimas do terror

U2 faz homenagem às vítimas do terror

A banda irlandesa U2 foi escalada para se apresentar dia 5 de setembro, no Times Square de Nova York, em um evento que homenageará as vítimas dos ataques terroristas do dia 11 de setembro do ano passado. O show foi programado para mostrar a recuperação da cidade um ano depois dos ataques às torres do World Trade Center.

U2 toca em Nova York em setembro e lança novo single em outubro

U2 toca em Nova York em setembro e lança novo single em outubro

O U2 irá se apresentar em uma grande festa em Nova York marcada para o dia 5 de setembro, seis dias antes do aniversário de um ano dos atentados terroristas de 2001.

O cantor Jon Bon Jovi também deverá fazer parte do evento que irá marcar o início da temporada local de futebol americano.

De acordo com um funcionário da prefeitura de Nova York, o show também visa mostrar que a cidade se reergueu, um ano depois dos ataques.

O site u2achtung, de um fã da banda, diz que o U2 planeja lançar um novo single, “Electric Storm”, no dia 21 de outubro. A canção é uma das duas inéditas que farão parte da compilação de sucessos, “Best Of”, que sai em novembro.

Um DVD com os clipes das 17 canções da coletânea, tem lançamento previsto para dezembro.

As informações são do site Ananova.

Boatos sobre as novas músicas do U2 começam a surgir

Boatos sobre as novas músicas do U2 começam a surgir

De acordo com o fansite @U2 alguns boatos têm surgido sobre as novas músicas em que o U2 está trabalhando. Alguns títulos mencionados são “All Because Of You”, “Origin of the Species” e “Electrical Storm”. Essa última foi mencionada pelo Bono em dezembro de 2001 em entrevista para a revista Spin. Outro nome familiar é “Origin of the Species”, que pode ser ser uma canção remanescente do último álbum, All That You Can’t Leave Behind, ou mesmo das sessões de gravação de Pop.

Outro boato seria de que o produtor William Orbit estaria trabalhando com o U2. Ele co-produziu o álbum da Madonna, Ray of Light, e também trabalhou com a banda No Doubt, além de atuar em remixes de faixas do Blur, Sting, Peter Gabriel, Prince e muitos outros.

Documentário sobre a vida do Bono poderá ser produzido pela BBC

Documentário sobre a vida do Bono poderá ser produzido pela BBC

O site belga U2 Vlaanderen publicou que o proprietário suíço de um avião usado pelo U2 durante a turnê Elevation encontrou-se com uma equipe de produção de filmes da BBC para um documentário que ela está fazendo sobre a vida do Bono.

O proprietário do avião disse: “Eles [a equipe da BBC] tiraram várias fotos da aeronave usada para a turnê e entrevistaram o piloto da PrivatAir que voou com a banda. Nós entendemos que o filme vai ser transmitido pela BBC neste outono [primavera no Brasil].”

À beira dos 84 anos, Mandela mantém-se ocupado como sempre

À beira dos 84 anos, Mandela mantém-se ocupado como sempre

JOHANESBURGO (Reuters) – Seu caminhar é hoje algo mais lento e ele dorme um pouco mais do que antes. Mas Nelson Mandela, o reverenciado estadista africano que completa 84 anos na quinta-feira ainda mantém uma agenda cheia de compromissos dentro e fora da África do Sul, agenda essa que esgotaria muitos homens com metade da idade dele.

Para uma pessoa da idade e condição dele, isso é incrível. Ele prefere manter-se ocupado”, afirmou à Reuters Jakes Gerwel, ex-chefe de gabinete de Mandela e diretor hoje da Fundação Nelson Mandela.

O ex-presidente sul-africano planeja uma comemoração discreta em Londres para comemorar seu aniversário e o casamento de quatro anos com Graça Machel, ex-primeira-dama de Moçambique.

Nenhuma cerimônia oficial está planejada para o homem conhecido por “Madiba” em um dos poucos dias em que sua agenda está vazia.

Mandela, que ficou 27 anos nas prisões do apartheid (regime de segregação racial) e liderou seu país em meio à violência e instabilidade para a democracia em 1994, mantém, três anos depois de ter se aposentado, quase o mesmo ritmo de vida de antes.

Questionado recentemente sobre por que era tão ativo, Mandela responsabilizou sua secretária Zelda la Grange: “Ela diz: ‘Você ficou entregue ao ócio por 27 anos. Agora você tem de trabalhar’.”

O ex-presidente sul-africano recebeu vários prêmios, entre os quais o Nobel da Paz e a Medalha Presidencial da Liberdade, uma condecoração do governo dos EUA concedida no mês passado em uma cerimônia à qual não pôde comparecer.

Bono, vocalista do grupo U2, teve uma reação típica após ter se encontrado com Mandela em maio. “Foi maravilhoso. Ele é tanto um comediante como um grande herói.”

Uma das piadas favoritas de Mandela faz referência à morte dele e deixa clara sua fidelidade ao Congresso Nacional Africano (CNA).

Quando morrer, irei para a sede mais próxima do CNA a fim de renovar minha filiação”, diz Mandela, cujos médicos afirmam ter uma saúde notável para alguém com a idade dele e que teve de lutar contra um câncer no ano passado.

Bono Vox pede a irlandeses que votem a favor da ampliação da UE

Bono Vox pede a irlandeses que votem a favor da ampliação da UE

da Reuters, em Dublin (Irlanda)

O roqueiro Bono Vox, da banda U2, pediu aos eleitores irlandeses descrentes que ratifiquem o Tratado de Nice, que diz respeito à ampliação da União Européia, num plebiscito que acontecerá ainda este ano.

A Irlanda tumultuou os planos de expansão da UE quando rejeitou o tratado, por 54% dos votos contra e 46% a favor, num primeiro plebiscito promovido no ano passado.

Pelo amor de Deus, se rejeitarmos a expansão, o que seremos? Vou a reuniões com políticos na Europa e eles sempre falam no assunto”, disse o vocalista do U2 em entrevista concedida à rádio estatal irlandesa.

Eles acham inacreditável que a Irlanda tenha feito o que fez com o Tratado de Nice. Muitos políticos estão ficando revoltados conosco. Acho que votar ‘não’ vai fazer a Irlanda parecer altamente egoísta”, afirmou Bono, que já ficou conhecido por sua militância em prol do perdão da dívida do Terceiro Mundo.

O apoio de Bono Vox representa um alívio para o lado pró-Nice, cujos líderes políticos se esforçam para atrair o eleitorado irlandês, enfrentando a apatia amplamente difundida entre a grande população jovem do país.

Pesquisas de opinião recentes detectaram um aumento do sentimento contrário em relação ao tratado e uma queda no apoio à realização do segundo plebiscito, previsto para outubro.

Alguns eleitores chegam a se irritar por lhes ser pedido que votem duas vezes sobre o mesmo assunto.

Se não for assinado por todos os países membros da UE até o final deste ano, o tratado vai expirar, complicando tremendamente a entrada na UE de 12 países, em sua maioria do Leste Europeu.

A postura pró-UE de Bono Vox forma um contraste com a do também militante humanitário e natural de Dublin Bob Geldof, que recentemente provocou um furor ao se manifestar contra o euro num comercial veiculado nos cinemas britânicos.