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U2 & Eu: Andréa

U2 & Eu: Andréa

Eu sou Andréa, tenho 41 anos, moro em São Paulo, adoro ler, viajar, sair com amigos, praticar caridade e viver bem. Amei encontrar todos os grupos no Facebook, vocês são as únicas pessoas que me entendem.

Minha história com o U2

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Como muitos de vocês sou considerada louca, boba e chata por amar tanto o U2. Esse amor começou quando tinha apenas 11 anos. Estava assistindo a um daqueles programas de clipes que já não existem há muito tempo, quando me deparei com uma banda que nunca tinha visto antes. Achei o vocalista um gato, meus olhos brilharam e eu fiquei hipnotizada com o U2 cantando Pride. Foi amor à primeira vista.

A partir deste dia, comecei a pesquisar sobre a banda dos 4 jovens irlandeses. A cada descoberta, meu amor aumentava mais. Todas as músicas tinham algo em comum comigo, achava esse fato surpreendente e tive certeza de que tinha encontrado minha cara metade!!!

Comprei discos, revistas, camisetas, etc. Daí começaram as críticas: “ Ah, como você é boba”; “Não aguento mais ouvir U2”; “Dá pra parar de falar desses caras?”. Enquanto todas as minhas amigas se desesperavam pelo Menudo, eu continuava fiel ao Bono e cia.

Fui uma jovem idealista que sonhava em mudar o mundo e Bono era meu maior e melhor exemplo: pela sua luta contra a miséria na África, pela paz entre as nações, pelos direitos iguais, entre outros engajamentos. Quando assistia o clipe do “Do they know it´s Christmas” chorava e tinha certeza de que ele era minha alma gêmea, rsrs. Coisas de adolescente…

Recebia críticas de todos pelo meu fanatismo sem limites, exceto de uma pessoa: meu pai, que resumia a banda e Bono em “udois”.  Ele comprava jornais, revistas, discos importados, shows em VHS – a secretária dele ajudava na busca de novidades, coitada… Se ele estivesse assistindo TV e alguma matéria sobre o U2 fosse anunciada, ele começava a gritar: “Dé corre que o ‘udois’ vai passar na televisão”.

Em 1998, o U2 anuncia sua vinda ao Brasil. Enlouqueci, fui nos 2 shows de São Paulo e chorei muito, gritei como histérica, confesso que não lembro nada da turnê POP, só deles cantando “I still haven´t found…” vagamente, e Bono apresentando a banda. Nos 2 shows, meu pai me levou até o estádio e ficou me esperando do lado de fora do Morumbi. Quanto o show acabava, eu corria até ele e o abraçava. Nós 2 chorávamos como crianças, eu por ter visto meus ídolos e ele por ver minha felicidade…

Chegou o ano de 2006 e o U2 volta ao Brasil com a turnê Vertigo. Novamente fui aos 2 shows, só que dessa vez foi diferente, lembro deles inteiros. O que mais me marcou foi Bono cantando “Sometimes you can make…” de forma tão dolorida e cheia de saudades de seu pai. Mais uma vez, o meu estava me esperando do lado de fora do estádio, na primeira noite nos abraçamos e choramos. Na segunda, fui surpreendida: quando corri para abraçá-lo, ele fez sinal de para, pra mim e falou:

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“Espera filha, como o “udois” é feio!”

Eu: “Como assim pai?”.

Ele: “Ah, ele parou o carro aqui, desceu e me cumprimentou e a todos os que aqui estavam, mas que sujeitinho baixinho e feio”.

Quase morri…

O que aconteceu foi que quando o U2 estava chegando ao Morumbi, Bono pediu pro motorista parar o carro e foi até o povo que estava em uma determinada região para distribuir autógrafos e tirar fotos, porque ele pensou que eram fãs que não tinham conseguido ingresso. Eu quase enfartei, fomos brigando até minha casa. Primeiro porque ele achou Bono feio e segundo porque eu estava morrendo de inveja. Ele ria da situação e dizia que um dia eu ia conseguir abraçar e ganhar um beijo do “udois”.

Em 2011, o U2 traz ao Brasil sua maior turnê: 360º. Fantástica. 3 shows em São Paulo, comprei ingressos para todos os shows, só que desta vez foi muito diferente, meu pai não estava mais aqui… Fui a todos os shows sozinha e saia chorando, porque não havia mais ninguém me esperando… E uma música do U2 tinha tudo a ver comigo: Sometimes you can’t make it on your own. Parecia ter sido feita especialmente para falar da relação com meu pai, meu sentimento por ele e a dor da perda, que nunca passa.

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No domingo, segundo show, sai de casa logo no começo da tarde, peguei a Marginal e num estalo mudei o caminho. Fui direto ao hotel onde a banda estava hospedada. Poucas pessoas estavam ali, porque os seguranças falavam que o U2 já tinha ido pro Morumbi. Mas eu decidi ficar um pouco, porque àquela hora já não iria ficar em um bom lugar na pista.

Meia hora depois, Edge desceu. Ele só me deu um autógrafo. Pedi 1 beijo, mas ele negou. Pedi pra segurar na sua mão, com certeza ele me achou uma louca, mas concedeu meu desejo. Ah, que mãos finas e suaves… A essa altura, a frente do hotel estava lotada.

Eis que surge Bono… Distribuiu vários autógrafos, abraçou algumas pessoas e se encantou por uma criança. Quando ele veio em minha direção e chegou perto de mim (que já estava aos prantos), me olhou, me abraçou e me deu um beijo no rosto… Em meio a toda aquela emoção, sentia meu pai dizendo: Tá vendo? Eu disse que um dia o “udois” ia te beijar…

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E essa é minha história de amor pelos 5 homens da minha vida: Bono, Edge, Adam, Larry e Olimpio.

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Bono revela que tem glaucoma

Bono revela que tem glaucoma

Em participação no programa britânico The Graham Norton Show, o apresentador fez piada e perguntou por que Bono nunca tirava os óculos escuros do rosto. Ele aproveitou o clima de descontração para fazer a revelação: que convive com o glaucoma há duas décadas.

O que parecia ser apenas um capricho de rockstar já havia rendido especulações anteriormente. Bono chegou a afirmar algumas vezes que sofria de fotofobia (hipersensibilidade a luz).

Ainda no programa, ele disse que faz tratamentos e que está bem. Ele brincou dizendo que ganha muitos óculos das pessoas, e chegou a trocar de acessório com o ator Robert Downey Jr., que participou da entrevista e também costuma aparecer em público usando óculos . O apresentador Graham Norton ainda distribuiu óculos engraçados para os demais integrantes: um com um bigode pendurado para Larry, um com guitarras em volta das lentes para Adam e um com luzes coloridas piscando para The Edge.

Para não perder o bom humor, Bono disse, sobre as reclamações de quem não gostou de ter recebido o álbum Songs of Innocence no iTunes: “nós queríamos fazer algo novo, mas as pessoas não acreditam mais em Papai Noel. E muita gente que antes não tinha interesse no U2 agora nos odeia. Acho que isso já é um avanço!”.

Assista aqui ao trecho do programa.

Revista Rolling Stone americana foi a primeira a entrevistar Bono sobre Songs of Innocence

Revista Rolling Stone americana foi a primeira a entrevistar Bono sobre Songs of Innocence

Na véspera do lançamento de Songs of Innocence o repórter Gus Wenner, da revista Rolling Stone americana, entrevistou Bono. Confira a tradução do artigo publicado no site da revista.

 

O U2 surpreendeu o mundo hoje ao lançar Songs of Innocence, seu primeiro álbum em cinco anos, como um presente da Apple disponível de graça a qualquer um que tenha iTunes. A banda fez o anúncio com o CEO da Apple, Tim Cook, na conferência de imprensa de Cupertino para o novo iPhone 6, coroando o evento com uma performance do primeiro single do álbum, “The Miracle (of Joey Ramone)”. Depois de serem aplaudidos de pé, Cook disse: “Esse não foi o single mais incrível que você já ouviu? Adoraríamos um álbum inteiro disso.”

“A questão agora é, como podemos fazê-lo chegar ao maior número de pessoas possível, porque é disso que se trata a nossa banda”, disse Bono. “Acredito que você tem mais de meio bilhão de assinantes do iTunes, então – você conseguir levar isso a eles?” “Se nós dermos de graça [sim]”, Cook respondeu. E cinco segundos depois, o álbum foi liberado e se tornou o maior lançamento do álbum de todos os tempos.

“Nós queríamos fazer um álbum muito pessoal”, Bono disse a Gus Wenner da Rolling Stone um dia antes da conferência de imprensa em uma entrevista exclusiva. “Somos nós tentando tentar descobrir por que queríamos estar em uma banda, nas relações em torno da banda, nossas amizades, nossos amantes, nossa família. O álbum todo é sobre nossas primeiras jornadas – primeiras jornadas geográficas, espirituais, sexuais. Foi difícil. Mas nós conseguimos”.

A banda trabalhou em ‘Innocence’ por dois anos com o produtor Danger Mouse (a.k.a. Brian Burton), para depois trazer ajuda extra: Flood, colaborador desde The Joshua Tree, de 1987, além dos produtores de Adele, Paul Epworth e Ryan Tedder. “Eu acho que tê-los por perto ajudou muito”, diz Bono. “A música que se chama de pop por aí, não é pop – é apenas ótima. E queríamos ter a disciplina dos Beatles ou os Stones dos anos 60, quando havia músicas reais. Não há onde se esconder nelas: pensamentos claros, melodias claras”.

Para começar, a banda voltou às suas raízes: Bono diz que o grupo ouviu as músicas que eles amavam nos anos 70, de punk rock a Bowie, glam rock, primórdios da música eletrônica e Joy Division. O álbum abre com “The Miracle (of Joey Ramone)”, uma canção pop de galope amarrada com acordes distintamente punk. “Eu encontrei a minha voz através de Joey Ramone”, diz Bono, “porque eu não era um cantor punk-rock óbvio, ou mesmo um cantor de rock. Eu cantava como uma menina – coisa que eu curto agora, mas quando eu tinha 17 ou 18 anos, não tinha certeza. Então eu ouvi Joey Ramone, que cantava como uma menina, e foi a minha porta de entrada”.

A forte e pintada de reggae “This Is Where You Can Reach Me Now” é um tributo ao The Clash, com guitarras furtivas de The Edge que flertam com Sandinista!. “Depois que vimos o Clash, foi meio que uma espécie de modelo para o U2”, diz Bono. “Nós sabíamos que não poderíamos sequer esperar ser tão legais, e isso provou ser verdadeiro, mas nós achamos sim que poderíamos nos posicionar com um tipo de agenda de justiça social.”

Há também uma canção muito pessoal sobre a mãe de Bono, Iris Hewson, que morreu quando ele tinha 14 anos. “Quarenta anos atrás, minha mãe caiu no funeral de seu próprio pai, e eu nunca mais pude falar com ela de novo”, diz ele. “A raiva sempre sucede o luto, e eu tinha um monte de raiva, e ainda tenho, mas eu a canalizava através da música, e ainda o faço. Tenho poucas lembranças de minha mãe, e coloquei algumas delas em uma música chamada ‘Iris'”.

A faixa mais alegre em Songs of Innocence é “California (There Is No End to Love)”, que inesperadamente flerta com os Beach Boys em sua introdução. “É como o próprio sol”, diz Bono. “É sobre a nossa primeira viagem para Los Angeles”. A faixa mais obscura, por sua vez, é “Raised by Wolves”, que fala sobre a fatal detonação de um carro-bomba em Dublin. “Foi um incidente real que aconteceu em nosso país, no qual três carros-bomba foram preparados para explodir ao mesmo tempo em Dublin numa tarde de sexta-feira, às 17h30,” diz Bono. “Em qualquer outra sexta-feira eu teria ido àquela loja de discos, dobrando a esquina, mas naquele dia eu fui para a escola de bicicleta”.

Em alguns momentos Songs of Innocence dá a impressão de ser quase um álbum conceitual sobre os primeiros anos de Bono – há até uma faixa com o nome da rua onde o cantor cresceu, [chamada] “Cedarwood Road”. “O álbum tem uma coesão lírica que eu considero única entre os álbuns do U2”, diz Bono, “Eu não quero que seja um álbum conceitual, mas as músicas vêm de um mesmo lugar. Edge riu e disse que este é o nosso Quadrophenia. Se tivéssemos essa sorte”.

Atualização: A Apple enviou uma nota à Rolling Stone informando o número de pessoas que ouviram Songs of Innocence na primeira semana. “Queríamos agradecer aos nossos clientes e compartilhar nosso amor pela música dando a eles Songs of Innocence”, disse Eddy Cue, vice-presidente sênior de Software e Serviços de Internet da Apple. “Apenas seis dias após seu lançamento no iTunes, um recorde de 33 milhões de pessoas já ouviram o álbum.”

 

Rolling Stone

A Dublin de Bono: “bem longe de onde eu venho”

A Dublin de Bono: “bem longe de onde eu venho”

O jornal Irish Times, da Irlanda, publicou esta imperdível reportagem, fruto de uma conversa do jornalista Brian Boyd com Bono e The Edge. Confira a tradução.

Enquanto brigava com seu novo álbum, o U2 buscou inspiração na Dublin dos anos 1970, um lugar de violência oculta, o lar de uma nova cena da new-wave e de um grupo de amigos que ainda não eram o U2. “Muita merda aconteceu”, diz Bono

Bono se inclina em direção ao meu rosto até que nossos narizes quase se toquem, e canta, sem acompanhamento: ““Life begins with the first glance, the first kiss at the first dance, all of us are wondering why we’re here, in the Crystal Ballroom underneath the chandelier… We are the ghosts of love and we haunt this place, in the ballroom of crystal lights, everyone is here with me tonight, everyone but you”. [“A vida começa com o primeiro olhar, o primeiro beijo na primeira dança, todos nós estamos nos perguntando por que estamos aqui, no Salão de Cristal debaixo do lustre… Nós somos os fantasmas do amor e assombramos este lugar, no salão de das luzes de cristal, todo mundo está aqui comigo hoje à noite, todo mundo menos você”] É sean-nós (*dança irlandesa) de óculos escuros.
N.T. – The Crystal Ballroom é uma das músicas inéditas que estarão na edição deluxe de Songs of Innocence.

“Eu preciso te contar uma coisa muito estranha sobre esta canção”, diz ele. “Chama-se The Crystal Ballroom, que costumava ser o nome do McGonagles (*casa de shows) na South Anne Street [atualmente fechado]. Uma geração inteira de dubliners ia a bailes no Crystal Ballroom, e muitos casais se conheceram lá. Minha mãe e meu pai costumavam dançar juntos no Crystal Ballroom, de modo que a música que eu acabei de cantar, e que ainda não foi lançada, sou eu imaginando que estou no palco do McGonagles com minha banda nova que se chama U2 – e de fato fizemos vários shows importantes lá, no início. E eu olho para a plateia e vejo minha mãe e meu pai dançando romanticamente ao som do U2 no palco”.

Bono respira fundo e, falando devagar, diz: “Acabo de perceber que ontem fez 40 anos que minha mãe morreu, e que hoje estamos aqui tocando nosso novo álbum sobre Dublin, que é sobre a minha família e o que aconteceu comigo quando adolescente”.

“Minha mãe morreu no funeral do pai dela. Ela teve um aneurisma cerebral. Eu só tinha 14 anos. E nesta canção eu canto “Todo mundo está aqui esta noite, todo mundo menos você”. E esse sou eu querendo ver minha mãe dançar novamente no Crystal Ballroom, e que ela visse o que aconteceu com o filho dela”.

Tudo sobre minha mãe

Estamos em uma sala sem janelas na sede da Apple no Vale do Silício, na cidade californiana de Cupertino. O U2 acaba de ajudar a lançar uma série de produtos da Apple, e foi anunciado que seu novo álbum, Songs of Innocence, foi dado aos clientes do iTunes.

The Edge também está aqui. Ele mexe no celular, encontra Crystal Ballroom e aperta o play. Silêncio na sala enquanto a música toca. Depois de uma longa pausa, um claramente chateado Bono sussurra: “o espírito dela estava conosco hoje”.

Este novo álbum do U2 poderia ser o “Tudo Sobre Minha Mãe” de Bono. A música Iris (Hold Me Close) – Iris era o nome de sua mãe – o mostra cantando sobre a morte prematura dela. “The ache in my heart is so much a part of who I am (…) Hold me close and don’t let me go (…) I’ve got your life inside of me (…) We’re meeting up again”. [“A dor no meu coração é uma parte tão grande de quem eu sou (…) Me abrace forte e não me solte (…) Eu tenho a sua vida dentro de mim (…) Vamos nos encontrar de novo”]

Ao se levantar e caminhar pela sala, ele destaca um trecho da letra. “Eu canto um verso que diz “Iris standing in the hall, she tells me I can do it all” [“Iris está parada no corredor, ela me diz que eu posso fazer tudo”], e então tem a típica frase de mãe que ela me dizia: “You’ll be the death of me” (“você ainda me mata”). Mas não fui eu. Eu não causei a morte dela. Eu não a matei”.

“A [figura da] mãe é tão, tão importante no rock. Mostre-me um grande cantor e eu te mostro que é alguém que perdeu a mãe muito cedo. Há Paul McCartney, há John Lennon. Olhe para Bob Geldof e o que aconteceu com a mãe dele”.

“No hip hop é o contrário, é tudo sobre o pai – ser abandonado pelo pai e ser criado por uma mãe solteira. Mas, para mim, é tudo sobre a mãe. Eu tinha raiva e tristeza [por causa da] minha mãe. Eu ainda tenho raiva e tristeza por isso. Mas eu canalizei essas emoções na música, e eu ainda o faço. Tenho poucas lembranças de minha mãe, mas todas elas estão na música Iris”.

A mãe de Bono o viu cantar no palco apenas uma vez, antes do U2, mas Bono já disse que, se ele pudesse reviver apenas um momento de sua vida, ele iria voltar ao dia que cantou na frente de sua mãe pela primeira vez.

Bono aos 14 anos de idade – na época apenas Paul Hewson – tinha uma relação tensa com seu irmão Norman (oito anos mais velho) e com seu pai, ao crescer em Cedarwood Road, em Glasnevin, no norte de Dublin, após a morte da mãe.

Sem mãe, Bono se encontrava batendo à porta de seus vizinhos: dos Rowens na hora do almoço, dos Hanveys na hora do chá. Derek Rowen se tornaria o artista Guggi. Fionán Hanvey se tornaria o músico Gavin Friday, do Virgin Prunes.

Na nova canção Cedarwood Road Bono fala sobre a árvore cerejeira no jardim [da casa] dos Rowen: “I was looking for a soul that’s real. Then I ran into you, and that cherry blossom tree was a gateway to the sun” [“Eu estava procurando por uma alma que fosse real. Então eu te encontrei, e aquela árvore cerejeira era uma porta de entrada para o sol”] Nos subúrbios de Dublin da década de 1970, Bono diz, a cerejeira”parecia ser a coisa mais luxuosa”.

The Edge então interrompe, incluindo na conversa alguns detalhes sobre a política da Câmara Municipal de Dublin sobre as cerejeiras. Como ele sabe disso eu não faço ideia.

Finglas, Cabra, SFX

Songs of Innocence mostra o U2 tentando se reconectar com os prazeres adolescentes do final da década de 1970 em Dublin e seu cenário new-wave, centrado no McGonagles, no Dandelion Market e com incursões estranhas no SFX ou no Top Hat, em Dún Laoghaire.

“Somos nós tentando descobrir por que queríamos estar em uma banda, as relações em torno da banda e nossas primeiras jornadas – geográficas, espirituais e sexuais. Foi difícil e demorou anos. Vamos colocar desta forma: muita merda aconteceu “, diz Bono.

Com canções sobre Finglas, sobre ir ver os Ramones tocar no Cabra Grand e pegar um ônibus até College Green para ver o The Clash tocar no Trinity College, este álbum parece décadas distante de seu último. E de certa forma é.

Quando Bono conversou com o Irish Times na época do lançamento de No Line on the Horizon, em 2009, ele levou este repórter até a sala de sua casa em Dalkey, abriu as janelas e mostrou sua vista do Mar da Irlanda, um panorama em que nenhuma linha era visível no horizonte – não naquele dia, pelo menos. A recessão na Irlanda ia de mal a pior, e um rock star multimilionário colocou em seu álbum um nome inspirado na suntuosa vista que ele tem todos os dias.

Mas a imagem que deu a volta ao mundo nesta semana da festa de lançamento em Cupertino era muito diferente: um álbum de vinil revestido de papel feito para imitar a aparência do primeiro lançamento da banda, em 1979, o EP U2-Three.

Os bombardeios em Dublin

Em 2009, Bono me mostrou uma obra de arte que Frank Sinatra tinha apresentado a ele; hoje ele está falando de Superquinn em Finglas (o primeiro lugar em que pediram seu autógrafo, após a primeira aparição da banda no programa Late Late Show), sobre a vaga inicial de banda de abertura para o The Stranglers no Top Hat (“Eles nos trataram como merda, então roubamos todo o seu vinho e juramos que, quando chegasse a nossa vez, trataríamos a todos com respeito”) e sobre pegar um ônibus para Marlborough Street para fuçar na Golden Discs (*loja de discos) de lá.

Esta experiência foi trazida para a nova música Raised By Wolves, uma espécie de Sunday Bloody Sunday sobre os atentados de Dublin de 1974. “As bombas foram armadas para explodir ao mesmo tempo: numa sexta-feira à noite, às 17h30”, diz ele. “Naquela época, em 1974, às sextas-feiras eu estaria na Golden Discs na Marlborough Street, a uma esquina de onde as bombas explodiram. Mas naquele dia eu tinha ido de bicicleta para a escola, então não peguei o ônibus para a cidade depois, como de costume”.

Mas este não é um álbum pintado com as cores da nostalgia. Bono também lembra a violência e as surras incessantes dadas nos membros do U2 e nos seus amigos do Virgin Prunes. “Não estou exatamente falando dos Black Catholics (*termo depreciativo para se referir aos Protestantes irlandeses que apoiam a submissão da Irlanda do Norte ao Reino Unido) aqui, mas sim sobre o quanto atraíamos a violência pelo nosso visual e pelas bandas de que gostávamos”, diz ele. “Gavin Friday costumava levar chutes na cabeça regularmente. Mas até aí, Gavin sempre teve uma cabeça grande e burra”.

“Então eu fui um pouco mais longe e me lembrei de todas as violências infligidas às mulheres por seus maridos, os espancamentos que as crianças experimentaram por parte dos próprios pais e como, naquele momento especificamente, os padres abusavam sexualmente de crianças pequenas”.

E houve uma auto-aversão musical. Quando Bono tinha 17 ou 18 anos ele acreditava que não tinha esperança de estar em uma banda. “Isso foi porque eu cantava como uma menina. E eu nunca ia conseguir ser um cantor de punk rock, ou mesmo um cantor de rock, com a minha voz de menina”, diz ele. “Mas eu encontrei a minha voz através de Joey Ramone, ouvindo-o cantar em um show em Dublin. Joey fazia um tipo de voz de menina quando cantava – e essa foi a minha porta de entrada”.

Mais cedo naquela manhã, no dia do lançamento da Apple, eles tocaram a nova música The Miracle (of Joey Ramone), o que transportou os chefes de tecnologia em Cupertino, conscientes ou não, ao Cabra Grand.

“Eu queria que fôssemos uma banda melhor”

A auto-aversão ainda está lá. “A verdade é que eu queria que fôssemos uma banda melhor. Queria que fôssemos uma banda mais talentosa. A razão pela qual este novo álbum não aconteceu para nós durante estes anos é essa”, diz Bono.

The Edge provoca. “Como banda nós sempre fomos poder ou barulho. Mas agora U2 tem muitas áreas cinzentas. Não é mais poder, o que é bom; nem barulho, o que é ruim. Há de se entender quando isso não está acontecendo com a gente, e a coisa mais destrutiva aqui é quase acertar”.

“Também tem a humildade excruciante pela qual eu tenho que passar esses tempos”, disse Bono. “O fato de eu achar que nós somos incapazes de [obter] grandeza. E Jimmy Iovine, um ex-produtor de álbuns do U2, me disse algo difícil. Ele disse: ‘Você está bem longe de onde você veio’. E isso doi. Eu moro em Dalkey, mas eu sou da Cedarwood Road, e eu sei o que ele quis dizer sobre mim quando falou essa frase. Para mim foi realmente embaraçoso ouvir isso. E é precisamente por isso que este álbum é ‘Dublincêntrico’ “.

Álbuns, dinheiro e turnês: Bono sobre…

Um segundo álbum, que Bono chama de álbum “irmão” de Songs of Innocence, chamado Songs of Experience, será lançado em breve. “Nos próximos tempos vamos colaborar com a Apple em algumas coisas legais, e Songs of Experience deve estar pronto em breve. Mas sei que eu já disse isso antes…”.

Moral da história – Ao contrário das afirmações de que U2 deu Songs of Innocence para a Apple distribuir de graça, Bono confirma que a banda recebeu dinheiro pela transação. “Nós fomos pagos”, diz ele. “Eu não acredito em música grátis. A música é um sacramento”.

A turnê – “Não temos uma data de início confirmada para a próxima turnê do U2, mas será no próximo ano”, diz Bono. “Precisamos de boas ideias para voltar a tocar ao vivo. Esperem algo novo, algo fresco”.
Irish Times

Bono revela títulos de duas novas músicas em entrevista

Bono revela títulos de duas novas músicas em entrevista

Na noite de segunda-feira (24/02) o site da rádio europeia NRJ Energy publicou o áudio de uma entrevista de dez minutos que Bono concedeu por telefone. A conversa teve como assuntos a disputa pelo Oscar, a música Invisible e, obviamente, o álbum novo.

Como de costume, Bono despistou e não prometeu nenhuma data para o lançamento, dizendo – mais uma vez – que o álbum estará pronto quando estiver pronto, quando chegar às lojas. E brincou que, mesmo depois de chegar nas lojas, Edge ainda vai estar tentando mixá-lo.

No trecho que se inicia por volta dos 7 minutos, Bono fala os títulos de duas das músicas que podem entrar no álbum: “Song For Someone” e “The Troubles”. Ele as descreve como “lindas e de partir o coração”, e que esta última vai “te rasgar ao meio, [tem] um pouco de soul music nela”.

Ao final da entrevista, quando o locutor pede que ele deixe uma mensagem para o público, Bono agradece a paciência que os fãs têm com ele e com a banda, e que eles esperam não decepcionar.

Sabemos, no entanto, que, em se tratando das declarações que o Bono dá à imprensa, não podemos tomar nada como certeza. Ou seja, os títulos dessas músicas podem ser modificados até o lançamento do álbum, ou elas podem até mesmo não entrar no tracklist final…

Para ouvir a entrevista completa acesse: http://www.energy.de/lifestyle/energy-startalk/lesen/article/exklusives-energy-interview-mit-bono-von-u2/

Saiba mais sobre a visita do Bono a Gana e Libéria

Saiba mais sobre a visita do Bono a Gana e Libéria

A MEST (Meltwater Entrepreneurial School of Technology), localizada em Accra, Gana, é uma ONG que incentiva empreendedores na área de desenvolvimento de software. Esta semana Bono visitou o local juntamente a uma comitiva de membros da ONE e da (RED). Na quarta-feira (28/08) eles publicaram um texto no blog da organização contando como foi.

Confira a tradução:

Bono e uma comitiva de líderes empresariais e políticos da ONE / (RED) se reuniram com empresários de Gana para discutir tecnologia e transparência

ACCRA, 28 de agosto de 2013: Bono, vocalista do U2 e co -fundador da ONE Campaign e da (RED), se reuniu com empresários de Gana para saber como a tecnologia está transformando o país, além de discutir maneiras pelas quais inovação digital pode estimular o desenvolvimento econômico e aumentar a transparência na saúde, agricultura e serviços do governo.

Cerca de 70 pessoas participaram do encontro na MEST, incluindo renomados líderes de negócios de Gana e empresários, como Bright Simons da mPedigree, Edward Amartey-Tagoe da Nandimobile e Eyram Tawia da Leti Games.

Na visita Bono teve a companhia de uma comitiva diversificada de líderes internacionais de formulação de políticas e de comunidades empresariais e criativas que estão viajando com ele por Gana como parte da ONE / (RED), ouvindo e aprendendo sobre a região.

Bono disse: “A tecnologia pode desempenhar um papel enorme na erradicação da extrema pobreza. Assim como a construção de negócios prósperos, ela pode ser usada na luta contra a corrupção, ajudando os cidadãos a exigir satisfações por parte das corporações e dos governos. A transparência é a melhor vacina contra a corrupção, e aproveitar o talento desses especialistas em tecnologia inovadores pode mudar drasticamente o jogo contra os que tentam burlar o sistema” .

Bono e a ONE têm trabalhado nos últimos anos com parceiros africanos na luta por maior transparência e prestação de contas em desenvolvimento, com foco no aumento da transparência na indústria extrativista, e na forma de aumentar os investimentos internacionais na África.

O grupo da MEST também discutiu como a tecnologia pode servir como uma ferramenta para garantir que as vozes populares sejam ouvidas em meio à discussão acerca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os ODM, criados pelo ex-secretário geral da ONU, o ganês Kofi Anan, e aprovada em 2000, são um conjunto de objetivos de desenvolvimento acordados em nível mundial que visam reduzir pela metade a extrema pobreza e a fome, e reduzir massivamente as doenças até 2015. À medida que esse prazo se aproxima, os líderes mundiais estão debatendo o que deve vir a seguir. É importante que as vozes dos cidadãos de países em desenvolvimento sejam ouvidas nesse processo. A campanha da ONE “You Choose” utilizou a tecnologia móvel para perguntar às pessoas na África do Sul, Zâmbia e Malawi quais são suas prioridades para o futuro.

Jorn Lyseggen, fundador e CEO da Meltwater e da MEST, acrescentou que “a MEST foi fundada e baseada na crença fundamental de que o empreendedorismo tecnológico é uma mais uma animadora oportunidade inexplorada da África . Estamos orgulhosos de que Bono e a One.org tenham escolhido a MEST como o local para discutir como a tecnologia pode ajudar a enfrentar desafios na África”.

Hoje cedo, o grupo também visitou o Hospital Universitário Korle Bu para ver a diferença que está sendo feita com o uso do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. A (RED), que tem parceria com empresas para impulsionar o financiamento para o Fundo Global de combate à Aids na África, gerou quase 215 milhões de dólares para o Fundo até o momento.

Antes de chegar em Gana ontem, o grupo esteve na Libéria em reunião com os líderes locais de governo, negócios, saúde e setor energético. Bono e os membros da equipe da ONE / (RED) se encontraram com o presidente Sirleaf em Monróvia e com o Presidente Mahama em Accra.”

Liberado trailer do filme estrelado pela filha de Bono

Liberado trailer do filme estrelado pela filha de Bono

Já está na web o trailer do filme “Enough Said”, filme que conta com a participação de Eve Hewson, filha de Bono.

Dirigido por Nicole Holofcener, o filme é o último trabalho do ator James Gandolfini, morto em 19 de junho desse ano.

O longa relata um conturbado romance entre Gandolfini e Julia Louis-Dreyfus. Eve vive o papel da filha de Gandolfini.

“Enough Said” estréia no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

Para assistir ao trailer de “Enough Said”, clique aqui.

 

Fonte: Independent.ie

Tradução e Texto: Markione Santana

Bono e The Edge deixam a diretoria do The Clarence Hotel

Bono e The Edge deixam a diretoria do The Clarence Hotel

Bono e The Edge não são mais os diretores do The Clarence Hotel, localizado em Dublin. Os dois deixaram o conselho da Brushfiel Ltda. em 25 de fevereiro. A empresa administra o hotel desde a inauguração em 1992.

Ainda não há informações sobre o motivo da saída de Bono e The Edge da diretoria do The Clarence Hotel. Localizado em Temple Bar, o empreendimento quatro estrelas pertence ao The Edge, Bono e sua esposa, Ali Hewson.

O Clarence Hotel emprega 70 pessoas. Resultados apresentados em novembro do ano passado apontam lucro quase 10 vezes maior que em 2011, reduzindo perdas acumuladas de 2,45 milhões de Euros.

Somente em 2006, os músicos emprestaram 8,5 milhões de euros ao hotel, por meio de Lorijudd Investments.

 

Fonte: Independent.ie

Tradução e Texto: Markione Santana

Reprise: Bono inveja as rugas de Jagger

Reprise: Bono inveja as rugas de Jagger

Em entrevista ao jornal alemão Die Welt sobre o aniversário de 70 anos de Mick Jagger, Bono compara a vivacidade do líder do Rolling Stones ao bailarino russo Mikhail Baryshnikov, um dos principais ícones da história da dança moderna.
Também revela ciúmes quanto às rugas de Jagger. “As rugas que atravessam agora o tornaram mais bonito. Por quê? Porque ele as usam bem. Adoro as rugas dele”, afirma Bono.
Além disso, Bono demonstra admiração quanto à visão de negócios da banda Rolling Stones, que, no início, teria perdido muito dinheiro.
“As pessoas menosprezam Mick por eles (Stones) pensarem em dinheiro, mas ele é um homem de negócios acima de tudo”, diz Bono.
Por fim, Bono ainda aponta que Jagger não é narcisista. “O que gosto nele como pessoa é que sempre fala o que pensa abertamente e nunca fala muito sobre si mesmo”, finaliza.

Fonte: RTE.ie
Texto e Tradução: Markione Santana

Novo álbum pode ser lançado através de aplicativo

Novo álbum pode ser lançado através de aplicativo

O fansite U2 Valencia publicou um texto com algumas declarações do Bono e outras notícias recentes envolvendo o interesse do U2 pela tecnologia. Foram citados o lançamento do U2 iPod em 2004 e a estratégia com a BlackBerry para o álbum No Line On The Horizon.

O radialista Alan Cross repercutiu o artigo citando uma situação vivida por ele mesmo. Ele conta que em março de 2008 se encontrou com Bono em um bar em Boston e questionou por que a banda havia “trocado” a Apple pela RIM/BlackBerry. Bono respondeu que a RIM ofereceu algo que a Apple não podia dar: sua mão de obra e seus laboratórios. E que o U2 tinha ideias interessantes de como combinar a tecnologia com a música no futuro, tanto ao vivo quanto com os fãs. Ele não deu mais detalhes, mas deixou no ar: “Você vai ver…”

Cross lembra em seu artigo que durante a 360 Tour havia interatividade via BlackBerry, mas que a isso não foi muito adiante. Para arrematar, ele sinaliza que, conhecendo o U2, e sabendo que Bono faz parte de um grupo de investidores no Vale do Silício, o raciocínio de que o novo álbum possa vir a ser lançado por meio de um app é válido.

Confira as citações publicadas pelo U2 Valencia:

Em Agosto de 2010, Bono declarou ao Giornale.it:  “Estamos planejando lançar nosso próximo disco como um aplicativo. Hoje em dia, com os notebooks, iPods, iPhones e Ipads é possível voltar a ser um fenômeno visual”.

Em Novembro de 2011, Bono comentou no Irish Times – na ocasião ele carregava um iPad com as músicas e os clipes do Achtung Baby: “Provavelmente o nosso novo álbum será algo deste tipo. Tenho falado sobre isso nos últimos quatro anos. Nosso último disco foi o primeiro a estar disponível como aplicativo em celulares BlackBerry, mas não deu certo: a funcionalidade não aconteceu como poderia ter acontecido. Estou sempre batendo na mesma tecla sobre isso: o formato app te leva de volta ao hábito do encarte, de poder ler as letras – e [agora] poder colocar o disco para tocar em casa, na sua TV de plasma”. [via @U2]

Um ano atrás, o Los Angeles Times publicou uma nota mencionando que a agência digital Blitz estava “trabalhando numa aplicação digital para a banda U2” – no próprio site da agência o logo da banda aparece na lista de clientes (veja).

Nós também publicamos recentemente em nossa fanpage que o contador do U2, Trevor Bowen, está investindo na start-up do aplicativo de música Soundwave, o que também ajuda a reforçar esta teoria.

Fontes: U2 Valencia / Alan Cross / @U2 (links ao longo do texto)