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Leia trecho da matéria de capa com o U2 na Rolling Stone americana

Leia trecho da matéria de capa com o U2 na Rolling Stone americana

Revista chega às bancas nos EUA a partir de sexta-feira, 24 de outubro. Confira a tradução do resumo publicado no site da revista.


U2 enfrenta o mundo: por dentro da nova edição da Rolling Stone

Eles são a maior banda do mundo, mas para o U2 isso não é suficiente

O U2, a última grande banda da Terra, faz sua mais recente aparição na capa da Rolling Stone em nossa nova edição, que chega às bancas na sexta-feira [24/10]. Na reportagem de capa, o editor chefe Brian Hiatt segue a trilha da banda de Dublin até a Riviera Francesa, onde bebeu vários pints de Guinness e teve um longo e ébrio jantar com Bono; assistiu a um ensaio intimista com a banda completa num porão em Mônaco; e passou um tempo com Bono e The Edge em suas casas de frente para o mar. Durante o ensaio fotográfico para a nossa capa, o fotógrafo Mark Seliger gravou um vídeo sensacional de Bono e The Edge tocando “The Miracle (of Joey Ramone)” acústico, com Bono fazendo as partes de bateria no violão de Edge. [o vídeo está disponível no site da RS]

A banda está muito consciente daquilo que Bono chama de “tempestade de merda” sobre [as reações ao] oferecer seu novo álbum, Songs of Innocence, de graça pelo iTunes. Bono diz que não sabia que o álbum iria ser baixado automaticamente para os iPhones de algumas pessoas. “É como se estivéssemos colocando um litro de leite na geladeira de pessoas que não pediram por isso”, diz ele. “É uma invasão grotesca!”. Ele diz, sorrindo. “Mas foi uma espécie de acidente. O leite tinha que estar na ‘nuvem’. Era para estar na porta da frente”.

Entre as outras revelações da matéria de 6.000 palavras, que traz a crônica definitiva do making of de Songs of Innocence:

U2 Rolling Stone Outubro 2014O U2 tem grandes planos para os próximos anos

Bono já promete um próximo álbum pós-Songs of Innocence, chamado Songs of Experience, que ele gostaria de lançar daqui a um ano e meio. “Esperamos que Songs of Experience seja menos íntimo”, diz o baixista Adam Clayton, “e mais sobre um tipo de celebração”. O plano da banda é levar a turnê indoor [em arenas] de Songs of Innocence “para fora” [estádios ou outros locais abertos] uma vez que o segundo álbum seja lançado.

E mais um detalhe: em 2009, Bono prometeu que o U2 logo lançaria um álbum subsequente a No Line on the Horizon, mais meditativo, chamado Songs of Ascent. Não houve nenhum sinal dele desde então, mas Bono agora o vê como a terceira parte da trilogia. “Songs of Ascent vai sair”, ele promete. “E terá músicas lindas”.

O U2 rompeu sua relação com a Apple – e teve a Blackberry como patrocinadora da 360 Tour – depois que Bono teve uma discussão com o falecido Steve Jobs, que incluiu as palavras “Vai se foder“. “Eu tive um chilique, feito criança”, Bono diz, “e mudei para o concorrente”. Mas, para mérito de Jobs, ele acrescenta, a empresa manteve a parceria com a (RED) de Bono, e os dois se reconciliaram antes da morte de Jobs.

No ano passado, a banda tinha uma versão do álbum totalmente produzida por Danger Mouse que poderia ter sido lançada. “Mas depois percebemos, ‘OK, nós realmente não estamos entregando o que se pode chamar de marca do nosso trabalho – a grande música”, diz The Edge. Com a saída de Danger Mouse para trabalhar com sua dupla Broken Bells, a banda procurou outros produtores, incluindo o vocalista do One Republic Ryan Tedder (que colaborou com Adele e Beyoncé). “Eu tenho o maior respeito por Danger Mouse”, diz Tedder. “Bono foi muito direto. Ele falou: ‘É assim que a gente funciona. Você vai fazer o que quer que seja que você faz, e fazê-lo tão bem quanto você conseguir. E aí é mais do que provável que vai vir outra pessoa e mexer em tudo’. Então eu hesitei por uns cinco segundos e, em seguida, Edge disse algo como: “Cara, joga tudo fora. Faz o que você quiser’. E Danger Mouse acrescentou: ‘essas músicas não são minhas. São músicas do U2. Eu não fico feliz com uma música se eles não estiverem felizes com ela'”.

Bono reescreveu a letra de “Iris”, uma canção intimista sobre sua falecida mãe, depois de ter se sentido profundamente comovido com a carta do refém morto pelo ISIS, James Foley, à sua família.

“Percebi”, Bono diz, “que todos nós vamos ser lembrados, e nos lembraremos de nossos entes queridos, pelos momentos menos profundos. Os momentos mais simples. Na carta ele diz a seu irmão: ‘eu me lembro de brincar de lobisomem no escuro com você’. Se eu sair de cena de repente, minha família e amigos não vão pensar em cancelamentos de dívida [de países pobres] ou, você sabe, na luta contra o HIV/AIDS, ou no U2 na capa da Rolling Stone, ou se 50 milhões de pessoas ouviram Songs of Innocence. Eles talvez se lembrem de alguma careta boba que eu fiz no café da manhã”.

Bono adora o fato de que sua silhueta está no aplicativo de Música do iPhone (no ícone “Artistas”) há vários anos.”Eu invadi [seu iPhone] antes mesmo que você soubesse”, diz ele. “Eu estive olhando para você toda vez que você apertou ‘Music’. Tipo, toda vez você aperta a minha cabeça. Como você acha que é a sensação? É um ataque físico doloroso para mim”.

U2 é destaque em grandes revistas e jornais internacionais

U2 é destaque em grandes revistas e jornais internacionais

Que o U2 virou notícia no mês de setembro com a inédita ação de lançamento de Songs of Innocence nós já sabemos. Pegando este gancho, algumas das publicações mais conhecidas do mundo escolheram a banda como assunto.

Setembro

TIME
TimeA edição internacional da revista americana Time não apenas fez uma longa reportagem com o U2, como também os colocou na capa – posto já ocupado pelos irlandeses 27 anos atrás, com a icônica capa “Rock’s Hottest Ticket“. Lançado no final de setembro, o texto enfatiza a parceria do U2 com a Apple e os planos que ambos têm para futuros lançamentos, com um inovador formato que fará as pessoas voltarem a ter interesse em pagar pela música.

Sob o título “A nova missão do U2 – os quatro evangelistas querem convencer os consumidores a valorizarem a música novamente. Será que distribuir seu novo álbum de graça vai contribuir com a causa?”, as quatro páginas de matéria usam como fio condutor o lançamento de Songs of Innocence para remontar a origem e a trajetória da banda (ilustrada no rodapé das páginas com uma linha do tempo) e relacioná-la com as canções do álbum. Trata também de fé, religião, as causas humanitárias defendidas por Bono e a recente mudança de empresário. Um ensaio fotográfico foi feito especialmente para esta edição, e no site da revista estão disponíveis algumas das imagens em alta resolução.

 

Outubro

Q Magazine
20141017_capaq_pqA revista especializada em música deu a capa de outubro para o U2, dedicando cinco páginas à entrevista feita com Bono, Edge e Adam.Entre os assuntos, o polêmico lançamento de Songs of Innocence e a pergunta que todos fizemos nos últimos cinco anos: “Por que demorou tanto para esse álbum ficar pronto?”. Bono responde (à sua maneira, como já era de se esperar):
“O boato era que o U2 não fazia um disco novo há cinco anos. Mas nós fizemos. Fizemos vários. Só não os lançamos porque estávamos esperando por algo que fosse tão bom quanto a melhor coisa que já fizemos antes. Esse era o padrão. Senão, para que tentar?”
E, mais à frente, declara: “nós terminamos o álbum na terça-feira [2 de setembro de 2014]”. Ou seja, uma semana antes do lançamento. Ele prossegue: “foi uma correria. É uma coisa que sempre acontece com álbuns do U2, onde você o vê começar a entrar em foco e as decisões são tão mais fáceis de se tomar, porque você começa a entrar no cerne do trabalho, em vez de se preocupar com o que ele não é. Você fica tentando chegar à melhor versão do que ele realmente é. Os últimos quatro dias foram pauleira”.
Outro ponto alto da entrevista é quando The Edge conta que, após finalizar o álbum, eles foram a um karaokê em Malibu (EUA), onde havia um rapaz cantando Vertigo – e Bono queria arrancar o microfone das mãos dele. Edge o impediu, dizendo que a cena com certeza iria cair na internet e isso não seria bom para eles.
Por fim, Adam conta que os shows para a próxima turnê estão sendo agendados de dois em dois para cada cidade, de forma que sejam shows distintos. Ele ressalta, porém, que este é o plano, e que planos podem mudar.

 

Rolling Stone (EUA)
20141017_materiars_pqAlém de ser uma das primeiras a divulgar a resenha do novo álbum e uma entrevista exclusiva com Bono em seu site, a edição impressa de outubro da Rolling Stone americana traz uma reportagem com a banda. O texto abre com uma declaração de The Edge a respeito do trabalho da banda com o produtor Danger Mouse: “à medida que as músicas entravam em foco, não conseguíamos enxergar algumas qualidades e a ‘marca’ do nosso trabalho”. Mais à frente Bono elogia o produtor, mas conta que precisou da ajuda de Flood, Ryan Tedder e Paul Epworth, pois “é preciso uma tribo para fazer um álbum do U2. Sempre precisamos de mais mãos no volante”.
A reportagem cita, então, o lançamento de Songs of Innocence no iTunes e que outros 17 trabalhos da banda entraram para o Top 100 do serviço nos dias posteriores. E que o próximo álbum esperado, Songs of Experience, já tem cerca de dez faixas prontas. The Edge pontua: “desde o início ficou claro para nós que estávamos trabalhando em dois álbuns diferentes. A maioria das músicas não finalizadas são dignas de fazerem parte de Songs of Experience e algumas já são tão boas, senão melhores, que qualquer outra de Songs of Innocence. Ele será lançado quando estiver pronto”. Mas já ouvimos isto antes, certo?
A matéria termina com uma declaração de Bono que foi replicada por centenas de sites e veículos – sobre Songs of Innocence, “quem não quiser, que o apague”…

 

Jornal The Sun (Inglaterra)
20141017_materiathesun_pqReportagem bem intimista e recheada de curiosidades. Bono conta que considera a mãe de The Edge como a primeira “roadie” da banda, por transportar, além de eles mesmos, o equipamento da banda num Fusca. Também discorre sobre todas as bandas que influenciaram o U2 e os fizeram ter vontade de estar numa banda, como Ramones, The Supremes, Kraftwerk, David Bowie (este também exaltado por Larry), Pete Shelley dos Buzzcocks, Joy Division – e que recorrer aos álbuns desses artistas ajudou no processo criativo de Songs of Innocence.
Edge fala sobre a influência do The Clash em sua formação musical e pessoal em relação a estar em uma banda.
Eles também contam que consideram Chris Martin, do Coldplay, como um grande amigo (“é um de nossos guarda-costas”) e que foi ele quem salvou a música Every Breaking Wave de virar uma demo engavetada.

 

Novembro

Rolling Stone (EUA)
20141024_rs_outubro_pqDiferentemente do mês anterior, para a edição de novembro a Rolling Stone deu ao U2 a capa e uma reportagem de 6 mil palavras escrita pelo editor chefe da revista. O texto vem como bagagem da visita que Brian Hiatt fez à Riviera Francesa, em que conseguiu extrair boas informações e até algumas curiosidades da banda. Bono conta como aconteceu sua briga com Steve Jobs, que o fez procurar a Blackberry para patrocinar a 360 Tour. O que aconteceu com o prometido álbum Songs of Ascent e quais são os planos para a turnê de Songs of Innocence no próximo ano, entre diversas outras novidades.
Confira um trecho traduzido.

Promovendo Songs of Innocence: participações em programas de rádio e TV pelo mundo

Promovendo Songs of Innocence: participações em programas de rádio e TV pelo mundo

Nos dias seguintes ao lançamento do novo álbum, os membros do U2 iniciaram uma verdadeira maratona de entrevistas e aparições em programas de rádio e televisão na Europa e nos Estados Unidos. Como de costume, Bono e Edge são os que falam com mais frequência e facilidade, mas Adam também participou algumas vezes.

NO RÁDIO
Clique para acessar as entrevistas que estão disponíveis nos sites e blogs das emissoras (algumas serão retiradas do ar no final do mês):

Rádio RTE2 (Dublin) – Bono (conversa com Dave Fanning, que acompanha o U2 desde o início)

KBCO FM (Denver, EUA) – Bono

Rádio The End (Seattle, EUA) – Bono

Rádio WXRT 93 (Chicago, EUA) – Bono

Rádio KITS (San Francisco, EUA) – Bono

Rádio SWR3 (Alemanha) – Bono

Rádio KROQ (Los Angeles, EUA) – Bono

Rádio Metro (Argentina) – Adam

Rádio Edge (Toronto, Canadá) – Edge (conversa com Alan Cross, radialista e fã do U2)

Rádio CHOM (Montreal, Canadá) – Adam

Rádio KINK (Portland, EUA) – Bono

Rádio KFOG (San Francisco, EUA) – Bono

Rádio FFN (Alemanha) – Edge

Absolute Radio (Londres, Inglaterra) – Bono

Rádio M80 (Espanha) – Adam

Rádio The Peak (Nova York, EUA) – Bono

Alice Radio (San Francisco, EUA) – Bono

World Cafe, NPR public radio (Inglaterra) – Bono

BBC Radio 2 (Inglaterra) – desta vez a banda estava completa e, além de uma longa entrevista com a apresentadora Jo Whiley, tocou cinco músicas: The Miracle, Every Breaking Wave, Cedarwood Road, Song For Someone e Stuck In A Moment. A apresentação rendeu uma agradável supresa: em Cedarwood Road e Song For Someone o U2 tocou acompanhado de um quarteto de cordas.

BBC Radio 6 (Inglaterra) – Bono / Edge (conversa com Lauren Laverne)

Absolute Radio (Inglaterra) – Bono

iHeart Radio (Miami, EUA) – Bono e Larry

BBC (Irlanda do Norte) – Edge e Adam

BBC 1 (Inglaterra) – Bono, Edge, Adam e Larry (conversa com Zane Lowe)

 

NA TELEVISÃO
No início de outubro a Promo Tour chegou à Europa com apresentações em programas de TV:

Che Tempo Che Fa (Itália)
Bono e The Edge deram uma entrevista e apresentaram as músicas The Miracle (voz e violão) e Every Breaking Wave (voz e piano). Assista aqui:
Entrevista + The Miracle

Every Breaking Wave

 

Le Grand Journal – Canal + (França)
Assim como no programa italiano, Bono e Edge novamente foram entrevistados e tocaram The Miracle e Every Breaking Wave (clique nos links para assistir).

 

The Graham Norton Show (Inglaterra)
O talk show teve uma breve e bem humorada entrevista com o U2 e outros convidados (os atores Robert Downey Jr., Robert Duvall e Stephen Fry), na qual o apresentador mostrou uma foto antiga (e constrangedora) da banda e fez piada com a mudança de visual. Aproveitando o gancho, Norton questionou Bono sobre usar óculos escuros o tempo todo. Bono então disse que aquela era uma boa ocasião para revelar que ele tem glaucoma há mais de 20 anos (leia mais).

Clique para ver:

Trecho da entrevista

The Miracle + Song for Someone

 

Later… with Jools Holland (Inglaterra)

Sensacional apresentação que surpreendeu com a primeira execução ao vivo de Volcano. Assista:

Every Breaking Wave

Volcano

U2 responde perguntas de fãs enviadas pelo Facebook

U2 responde perguntas de fãs enviadas pelo Facebook

Assista ao vídeo:

Confira a tradução:

Edge: Estamos aqui com os membros do U2 e estamos fazendo uma entrevista especial para o Facebook. E, como foram os nossos amigos do Facebook que enviaram as perguntas, vai ser bem difícil fazer o Larry falar qualquer coisa, e vai ser difícil para o Bono parar de falar. Do Adam vamos ouvir muitas respostas sobre coisas finas e perfumes, e eu vou responder sobre qualquer assunto, mas não vou ficar divulgando quais cordas de guitarra eu uso, ou meus pedais de eco favoritos.
Então este é o chat do Facebook com o U2.

Bono: OK, essa é para o Larry, é do Juan Mercado: “Larry, por que Larry e Adam não têm apelidos legais como The Edge e Bono?”

Larry: Bem, John, eu acho que isso é um pouco injusto.
Eu tenho que responder isso de novo?
[Ao fundo: “é que o nome é Juan!”]
Bem, esta é da Teresa Barker-Maxwell para The Edge. “Você e Bono são amigos muito próximos. Em que momentos você tem vontade de atirá-lo pela janela?”

Bono: Ponha tudo pra fora, The Edge.

Edge: Eu tenho que dizer, você sabe… é difícil estar em uma banda. Bandas são como gangues de rua… e estar numa gangue de rua depois dos 40 e poucos anos é meio que antinatural, e ainda mais difícil do que quando você tem 20 anos. Mas ainda conseguimos fazer dar certo.
Neil Robertshaw quer saber: “Se você pudesse voltar no tempo para assistir a um show, qual seria?”

Adam: Eu acho que seria o de Jimi Hendrix e The Who em Isle of Wight.

Edge: Ah-ha.

Bono: Patti Smith no CBGB’s.

Edge: Television no CBGB’s seria o meu.

Bono: Larry?

Larry: The Sweet.

The Edge: The Sweet?

Larry: Na Ilha de Man, em 1972.

The Edge: Uau…

Adam: Bem, esta é de Harriet Madeline Jobson para Bono: “você poderia por favor nunca mais lançar um álbum no iTunes que seja baixado automaticamente para as playlists das pessoas? É muito grosseiro”.

Bono: Ops. Me desculpe por isso. Foi uma linda ideia e meio que nos deixamos levar por nós mesmos. Os artistas são propensos a fazer esse tipo de coisa. Uma gota de megalomania, um toque de generosidade, uma pitada de autopromoção. E um medo profundo de que essas músicas, nas quais colocamos nossas vidas nos últimos anos, não fossem ouvidas. Há muito barulho por aí, então eu acho que nós tivemos que ser ainda mais barulhentos para passar por isso.
OK, para o Larry, esta é da Beth Austin: “Você se vê atuando mais vezes no futuro? E o que o satisfaz mais atualmente, atuar ou ser músico?”

Larry: Eu definitivamente me vejo atuando mais como músico no futuro.
O que você achou do Benedict Cucumber…

Bono: É verdade que para usar o Facebook é preciso ler direito.

Larry: Desculpe, eu preciso dos meus óculos por um segundo. “O que você achou do ‘photobombing’ do Benedict Cumberbatch com vocês na festa de premiação [do Oscar]?”

The Edge: Uau. Na verdade, eu adorei. Eu achei que foi incrível, e eu acho que Benedict deveria jogar basquete porque… quer dizer, a altura a que ele chegou foi incrível. E eu achei que foi ótimo. É exatamente o tipo de coisa que se deve fazer nessas ocasiões, que são levadas tão a sério. O Oscar é muito sério.

Bono: “Que…” essa é boa: “Que cheiro têm os rockstars? E você tem um perfume favorito?”

The Edge: Isso é bom!

Adam: Bem, eu geralmente não ando por aí cheirando os rockstars. Mas tenho uma preferência por sândalo. E eu gosto de misturar com um toque de Urban Musk, do Tom Ford, que tem boa fixação, você sabe, que dura o dia todo. Se você tem algo à noite, você pode acrescentar algo com bergamota. E se você está realmente vai ter uma noite dura pela frente eu acho que com um pouco de olíbano vai te ajudar a encarar essas coisas.

The Edge: Obrigado, pessoal. Muito obrigado!

Larry: Obrigado!

Adam: Obrigado!

Bono: Um pint!

Bono revela que tem glaucoma

Bono revela que tem glaucoma

Em participação no programa britânico The Graham Norton Show, o apresentador fez piada e perguntou por que Bono nunca tirava os óculos escuros do rosto. Ele aproveitou o clima de descontração para fazer a revelação: que convive com o glaucoma há duas décadas.

O que parecia ser apenas um capricho de rockstar já havia rendido especulações anteriormente. Bono chegou a afirmar algumas vezes que sofria de fotofobia (hipersensibilidade a luz).

Ainda no programa, ele disse que faz tratamentos e que está bem. Ele brincou dizendo que ganha muitos óculos das pessoas, e chegou a trocar de acessório com o ator Robert Downey Jr., que participou da entrevista e também costuma aparecer em público usando óculos . O apresentador Graham Norton ainda distribuiu óculos engraçados para os demais integrantes: um com um bigode pendurado para Larry, um com guitarras em volta das lentes para Adam e um com luzes coloridas piscando para The Edge.

Para não perder o bom humor, Bono disse, sobre as reclamações de quem não gostou de ter recebido o álbum Songs of Innocence no iTunes: “nós queríamos fazer algo novo, mas as pessoas não acreditam mais em Papai Noel. E muita gente que antes não tinha interesse no U2 agora nos odeia. Acho que isso já é um avanço!”.

Assista aqui ao trecho do programa.

Revista Rolling Stone americana foi a primeira a entrevistar Bono sobre Songs of Innocence

Revista Rolling Stone americana foi a primeira a entrevistar Bono sobre Songs of Innocence

Na véspera do lançamento de Songs of Innocence o repórter Gus Wenner, da revista Rolling Stone americana, entrevistou Bono. Confira a tradução do artigo publicado no site da revista.

 

O U2 surpreendeu o mundo hoje ao lançar Songs of Innocence, seu primeiro álbum em cinco anos, como um presente da Apple disponível de graça a qualquer um que tenha iTunes. A banda fez o anúncio com o CEO da Apple, Tim Cook, na conferência de imprensa de Cupertino para o novo iPhone 6, coroando o evento com uma performance do primeiro single do álbum, “The Miracle (of Joey Ramone)”. Depois de serem aplaudidos de pé, Cook disse: “Esse não foi o single mais incrível que você já ouviu? Adoraríamos um álbum inteiro disso.”

“A questão agora é, como podemos fazê-lo chegar ao maior número de pessoas possível, porque é disso que se trata a nossa banda”, disse Bono. “Acredito que você tem mais de meio bilhão de assinantes do iTunes, então – você conseguir levar isso a eles?” “Se nós dermos de graça [sim]”, Cook respondeu. E cinco segundos depois, o álbum foi liberado e se tornou o maior lançamento do álbum de todos os tempos.

“Nós queríamos fazer um álbum muito pessoal”, Bono disse a Gus Wenner da Rolling Stone um dia antes da conferência de imprensa em uma entrevista exclusiva. “Somos nós tentando tentar descobrir por que queríamos estar em uma banda, nas relações em torno da banda, nossas amizades, nossos amantes, nossa família. O álbum todo é sobre nossas primeiras jornadas – primeiras jornadas geográficas, espirituais, sexuais. Foi difícil. Mas nós conseguimos”.

A banda trabalhou em ‘Innocence’ por dois anos com o produtor Danger Mouse (a.k.a. Brian Burton), para depois trazer ajuda extra: Flood, colaborador desde The Joshua Tree, de 1987, além dos produtores de Adele, Paul Epworth e Ryan Tedder. “Eu acho que tê-los por perto ajudou muito”, diz Bono. “A música que se chama de pop por aí, não é pop – é apenas ótima. E queríamos ter a disciplina dos Beatles ou os Stones dos anos 60, quando havia músicas reais. Não há onde se esconder nelas: pensamentos claros, melodias claras”.

Para começar, a banda voltou às suas raízes: Bono diz que o grupo ouviu as músicas que eles amavam nos anos 70, de punk rock a Bowie, glam rock, primórdios da música eletrônica e Joy Division. O álbum abre com “The Miracle (of Joey Ramone)”, uma canção pop de galope amarrada com acordes distintamente punk. “Eu encontrei a minha voz através de Joey Ramone”, diz Bono, “porque eu não era um cantor punk-rock óbvio, ou mesmo um cantor de rock. Eu cantava como uma menina – coisa que eu curto agora, mas quando eu tinha 17 ou 18 anos, não tinha certeza. Então eu ouvi Joey Ramone, que cantava como uma menina, e foi a minha porta de entrada”.

A forte e pintada de reggae “This Is Where You Can Reach Me Now” é um tributo ao The Clash, com guitarras furtivas de The Edge que flertam com Sandinista!. “Depois que vimos o Clash, foi meio que uma espécie de modelo para o U2”, diz Bono. “Nós sabíamos que não poderíamos sequer esperar ser tão legais, e isso provou ser verdadeiro, mas nós achamos sim que poderíamos nos posicionar com um tipo de agenda de justiça social.”

Há também uma canção muito pessoal sobre a mãe de Bono, Iris Hewson, que morreu quando ele tinha 14 anos. “Quarenta anos atrás, minha mãe caiu no funeral de seu próprio pai, e eu nunca mais pude falar com ela de novo”, diz ele. “A raiva sempre sucede o luto, e eu tinha um monte de raiva, e ainda tenho, mas eu a canalizava através da música, e ainda o faço. Tenho poucas lembranças de minha mãe, e coloquei algumas delas em uma música chamada ‘Iris'”.

A faixa mais alegre em Songs of Innocence é “California (There Is No End to Love)”, que inesperadamente flerta com os Beach Boys em sua introdução. “É como o próprio sol”, diz Bono. “É sobre a nossa primeira viagem para Los Angeles”. A faixa mais obscura, por sua vez, é “Raised by Wolves”, que fala sobre a fatal detonação de um carro-bomba em Dublin. “Foi um incidente real que aconteceu em nosso país, no qual três carros-bomba foram preparados para explodir ao mesmo tempo em Dublin numa tarde de sexta-feira, às 17h30,” diz Bono. “Em qualquer outra sexta-feira eu teria ido àquela loja de discos, dobrando a esquina, mas naquele dia eu fui para a escola de bicicleta”.

Em alguns momentos Songs of Innocence dá a impressão de ser quase um álbum conceitual sobre os primeiros anos de Bono – há até uma faixa com o nome da rua onde o cantor cresceu, [chamada] “Cedarwood Road”. “O álbum tem uma coesão lírica que eu considero única entre os álbuns do U2”, diz Bono, “Eu não quero que seja um álbum conceitual, mas as músicas vêm de um mesmo lugar. Edge riu e disse que este é o nosso Quadrophenia. Se tivéssemos essa sorte”.

Atualização: A Apple enviou uma nota à Rolling Stone informando o número de pessoas que ouviram Songs of Innocence na primeira semana. “Queríamos agradecer aos nossos clientes e compartilhar nosso amor pela música dando a eles Songs of Innocence”, disse Eddy Cue, vice-presidente sênior de Software e Serviços de Internet da Apple. “Apenas seis dias após seu lançamento no iTunes, um recorde de 33 milhões de pessoas já ouviram o álbum.”

 

Rolling Stone

A Dublin de Bono: “bem longe de onde eu venho”

A Dublin de Bono: “bem longe de onde eu venho”

O jornal Irish Times, da Irlanda, publicou esta imperdível reportagem, fruto de uma conversa do jornalista Brian Boyd com Bono e The Edge. Confira a tradução.

Enquanto brigava com seu novo álbum, o U2 buscou inspiração na Dublin dos anos 1970, um lugar de violência oculta, o lar de uma nova cena da new-wave e de um grupo de amigos que ainda não eram o U2. “Muita merda aconteceu”, diz Bono

Bono se inclina em direção ao meu rosto até que nossos narizes quase se toquem, e canta, sem acompanhamento: ““Life begins with the first glance, the first kiss at the first dance, all of us are wondering why we’re here, in the Crystal Ballroom underneath the chandelier… We are the ghosts of love and we haunt this place, in the ballroom of crystal lights, everyone is here with me tonight, everyone but you”. [“A vida começa com o primeiro olhar, o primeiro beijo na primeira dança, todos nós estamos nos perguntando por que estamos aqui, no Salão de Cristal debaixo do lustre… Nós somos os fantasmas do amor e assombramos este lugar, no salão de das luzes de cristal, todo mundo está aqui comigo hoje à noite, todo mundo menos você”] É sean-nós (*dança irlandesa) de óculos escuros.
N.T. – The Crystal Ballroom é uma das músicas inéditas que estarão na edição deluxe de Songs of Innocence.

“Eu preciso te contar uma coisa muito estranha sobre esta canção”, diz ele. “Chama-se The Crystal Ballroom, que costumava ser o nome do McGonagles (*casa de shows) na South Anne Street [atualmente fechado]. Uma geração inteira de dubliners ia a bailes no Crystal Ballroom, e muitos casais se conheceram lá. Minha mãe e meu pai costumavam dançar juntos no Crystal Ballroom, de modo que a música que eu acabei de cantar, e que ainda não foi lançada, sou eu imaginando que estou no palco do McGonagles com minha banda nova que se chama U2 – e de fato fizemos vários shows importantes lá, no início. E eu olho para a plateia e vejo minha mãe e meu pai dançando romanticamente ao som do U2 no palco”.

Bono respira fundo e, falando devagar, diz: “Acabo de perceber que ontem fez 40 anos que minha mãe morreu, e que hoje estamos aqui tocando nosso novo álbum sobre Dublin, que é sobre a minha família e o que aconteceu comigo quando adolescente”.

“Minha mãe morreu no funeral do pai dela. Ela teve um aneurisma cerebral. Eu só tinha 14 anos. E nesta canção eu canto “Todo mundo está aqui esta noite, todo mundo menos você”. E esse sou eu querendo ver minha mãe dançar novamente no Crystal Ballroom, e que ela visse o que aconteceu com o filho dela”.

Tudo sobre minha mãe

Estamos em uma sala sem janelas na sede da Apple no Vale do Silício, na cidade californiana de Cupertino. O U2 acaba de ajudar a lançar uma série de produtos da Apple, e foi anunciado que seu novo álbum, Songs of Innocence, foi dado aos clientes do iTunes.

The Edge também está aqui. Ele mexe no celular, encontra Crystal Ballroom e aperta o play. Silêncio na sala enquanto a música toca. Depois de uma longa pausa, um claramente chateado Bono sussurra: “o espírito dela estava conosco hoje”.

Este novo álbum do U2 poderia ser o “Tudo Sobre Minha Mãe” de Bono. A música Iris (Hold Me Close) – Iris era o nome de sua mãe – o mostra cantando sobre a morte prematura dela. “The ache in my heart is so much a part of who I am (…) Hold me close and don’t let me go (…) I’ve got your life inside of me (…) We’re meeting up again”. [“A dor no meu coração é uma parte tão grande de quem eu sou (…) Me abrace forte e não me solte (…) Eu tenho a sua vida dentro de mim (…) Vamos nos encontrar de novo”]

Ao se levantar e caminhar pela sala, ele destaca um trecho da letra. “Eu canto um verso que diz “Iris standing in the hall, she tells me I can do it all” [“Iris está parada no corredor, ela me diz que eu posso fazer tudo”], e então tem a típica frase de mãe que ela me dizia: “You’ll be the death of me” (“você ainda me mata”). Mas não fui eu. Eu não causei a morte dela. Eu não a matei”.

“A [figura da] mãe é tão, tão importante no rock. Mostre-me um grande cantor e eu te mostro que é alguém que perdeu a mãe muito cedo. Há Paul McCartney, há John Lennon. Olhe para Bob Geldof e o que aconteceu com a mãe dele”.

“No hip hop é o contrário, é tudo sobre o pai – ser abandonado pelo pai e ser criado por uma mãe solteira. Mas, para mim, é tudo sobre a mãe. Eu tinha raiva e tristeza [por causa da] minha mãe. Eu ainda tenho raiva e tristeza por isso. Mas eu canalizei essas emoções na música, e eu ainda o faço. Tenho poucas lembranças de minha mãe, mas todas elas estão na música Iris”.

A mãe de Bono o viu cantar no palco apenas uma vez, antes do U2, mas Bono já disse que, se ele pudesse reviver apenas um momento de sua vida, ele iria voltar ao dia que cantou na frente de sua mãe pela primeira vez.

Bono aos 14 anos de idade – na época apenas Paul Hewson – tinha uma relação tensa com seu irmão Norman (oito anos mais velho) e com seu pai, ao crescer em Cedarwood Road, em Glasnevin, no norte de Dublin, após a morte da mãe.

Sem mãe, Bono se encontrava batendo à porta de seus vizinhos: dos Rowens na hora do almoço, dos Hanveys na hora do chá. Derek Rowen se tornaria o artista Guggi. Fionán Hanvey se tornaria o músico Gavin Friday, do Virgin Prunes.

Na nova canção Cedarwood Road Bono fala sobre a árvore cerejeira no jardim [da casa] dos Rowen: “I was looking for a soul that’s real. Then I ran into you, and that cherry blossom tree was a gateway to the sun” [“Eu estava procurando por uma alma que fosse real. Então eu te encontrei, e aquela árvore cerejeira era uma porta de entrada para o sol”] Nos subúrbios de Dublin da década de 1970, Bono diz, a cerejeira”parecia ser a coisa mais luxuosa”.

The Edge então interrompe, incluindo na conversa alguns detalhes sobre a política da Câmara Municipal de Dublin sobre as cerejeiras. Como ele sabe disso eu não faço ideia.

Finglas, Cabra, SFX

Songs of Innocence mostra o U2 tentando se reconectar com os prazeres adolescentes do final da década de 1970 em Dublin e seu cenário new-wave, centrado no McGonagles, no Dandelion Market e com incursões estranhas no SFX ou no Top Hat, em Dún Laoghaire.

“Somos nós tentando descobrir por que queríamos estar em uma banda, as relações em torno da banda e nossas primeiras jornadas – geográficas, espirituais e sexuais. Foi difícil e demorou anos. Vamos colocar desta forma: muita merda aconteceu “, diz Bono.

Com canções sobre Finglas, sobre ir ver os Ramones tocar no Cabra Grand e pegar um ônibus até College Green para ver o The Clash tocar no Trinity College, este álbum parece décadas distante de seu último. E de certa forma é.

Quando Bono conversou com o Irish Times na época do lançamento de No Line on the Horizon, em 2009, ele levou este repórter até a sala de sua casa em Dalkey, abriu as janelas e mostrou sua vista do Mar da Irlanda, um panorama em que nenhuma linha era visível no horizonte – não naquele dia, pelo menos. A recessão na Irlanda ia de mal a pior, e um rock star multimilionário colocou em seu álbum um nome inspirado na suntuosa vista que ele tem todos os dias.

Mas a imagem que deu a volta ao mundo nesta semana da festa de lançamento em Cupertino era muito diferente: um álbum de vinil revestido de papel feito para imitar a aparência do primeiro lançamento da banda, em 1979, o EP U2-Three.

Os bombardeios em Dublin

Em 2009, Bono me mostrou uma obra de arte que Frank Sinatra tinha apresentado a ele; hoje ele está falando de Superquinn em Finglas (o primeiro lugar em que pediram seu autógrafo, após a primeira aparição da banda no programa Late Late Show), sobre a vaga inicial de banda de abertura para o The Stranglers no Top Hat (“Eles nos trataram como merda, então roubamos todo o seu vinho e juramos que, quando chegasse a nossa vez, trataríamos a todos com respeito”) e sobre pegar um ônibus para Marlborough Street para fuçar na Golden Discs (*loja de discos) de lá.

Esta experiência foi trazida para a nova música Raised By Wolves, uma espécie de Sunday Bloody Sunday sobre os atentados de Dublin de 1974. “As bombas foram armadas para explodir ao mesmo tempo: numa sexta-feira à noite, às 17h30”, diz ele. “Naquela época, em 1974, às sextas-feiras eu estaria na Golden Discs na Marlborough Street, a uma esquina de onde as bombas explodiram. Mas naquele dia eu tinha ido de bicicleta para a escola, então não peguei o ônibus para a cidade depois, como de costume”.

Mas este não é um álbum pintado com as cores da nostalgia. Bono também lembra a violência e as surras incessantes dadas nos membros do U2 e nos seus amigos do Virgin Prunes. “Não estou exatamente falando dos Black Catholics (*termo depreciativo para se referir aos Protestantes irlandeses que apoiam a submissão da Irlanda do Norte ao Reino Unido) aqui, mas sim sobre o quanto atraíamos a violência pelo nosso visual e pelas bandas de que gostávamos”, diz ele. “Gavin Friday costumava levar chutes na cabeça regularmente. Mas até aí, Gavin sempre teve uma cabeça grande e burra”.

“Então eu fui um pouco mais longe e me lembrei de todas as violências infligidas às mulheres por seus maridos, os espancamentos que as crianças experimentaram por parte dos próprios pais e como, naquele momento especificamente, os padres abusavam sexualmente de crianças pequenas”.

E houve uma auto-aversão musical. Quando Bono tinha 17 ou 18 anos ele acreditava que não tinha esperança de estar em uma banda. “Isso foi porque eu cantava como uma menina. E eu nunca ia conseguir ser um cantor de punk rock, ou mesmo um cantor de rock, com a minha voz de menina”, diz ele. “Mas eu encontrei a minha voz através de Joey Ramone, ouvindo-o cantar em um show em Dublin. Joey fazia um tipo de voz de menina quando cantava – e essa foi a minha porta de entrada”.

Mais cedo naquela manhã, no dia do lançamento da Apple, eles tocaram a nova música The Miracle (of Joey Ramone), o que transportou os chefes de tecnologia em Cupertino, conscientes ou não, ao Cabra Grand.

“Eu queria que fôssemos uma banda melhor”

A auto-aversão ainda está lá. “A verdade é que eu queria que fôssemos uma banda melhor. Queria que fôssemos uma banda mais talentosa. A razão pela qual este novo álbum não aconteceu para nós durante estes anos é essa”, diz Bono.

The Edge provoca. “Como banda nós sempre fomos poder ou barulho. Mas agora U2 tem muitas áreas cinzentas. Não é mais poder, o que é bom; nem barulho, o que é ruim. Há de se entender quando isso não está acontecendo com a gente, e a coisa mais destrutiva aqui é quase acertar”.

“Também tem a humildade excruciante pela qual eu tenho que passar esses tempos”, disse Bono. “O fato de eu achar que nós somos incapazes de [obter] grandeza. E Jimmy Iovine, um ex-produtor de álbuns do U2, me disse algo difícil. Ele disse: ‘Você está bem longe de onde você veio’. E isso doi. Eu moro em Dalkey, mas eu sou da Cedarwood Road, e eu sei o que ele quis dizer sobre mim quando falou essa frase. Para mim foi realmente embaraçoso ouvir isso. E é precisamente por isso que este álbum é ‘Dublincêntrico’ “.

Álbuns, dinheiro e turnês: Bono sobre…

Um segundo álbum, que Bono chama de álbum “irmão” de Songs of Innocence, chamado Songs of Experience, será lançado em breve. “Nos próximos tempos vamos colaborar com a Apple em algumas coisas legais, e Songs of Experience deve estar pronto em breve. Mas sei que eu já disse isso antes…”.

Moral da história – Ao contrário das afirmações de que U2 deu Songs of Innocence para a Apple distribuir de graça, Bono confirma que a banda recebeu dinheiro pela transação. “Nós fomos pagos”, diz ele. “Eu não acredito em música grátis. A música é um sacramento”.

A turnê – “Não temos uma data de início confirmada para a próxima turnê do U2, mas será no próximo ano”, diz Bono. “Precisamos de boas ideias para voltar a tocar ao vivo. Esperem algo novo, algo fresco”.
Irish Times

Bono revela títulos de duas novas músicas em entrevista

Bono revela títulos de duas novas músicas em entrevista

Na noite de segunda-feira (24/02) o site da rádio europeia NRJ Energy publicou o áudio de uma entrevista de dez minutos que Bono concedeu por telefone. A conversa teve como assuntos a disputa pelo Oscar, a música Invisible e, obviamente, o álbum novo.

Como de costume, Bono despistou e não prometeu nenhuma data para o lançamento, dizendo – mais uma vez – que o álbum estará pronto quando estiver pronto, quando chegar às lojas. E brincou que, mesmo depois de chegar nas lojas, Edge ainda vai estar tentando mixá-lo.

No trecho que se inicia por volta dos 7 minutos, Bono fala os títulos de duas das músicas que podem entrar no álbum: “Song For Someone” e “The Troubles”. Ele as descreve como “lindas e de partir o coração”, e que esta última vai “te rasgar ao meio, [tem] um pouco de soul music nela”.

Ao final da entrevista, quando o locutor pede que ele deixe uma mensagem para o público, Bono agradece a paciência que os fãs têm com ele e com a banda, e que eles esperam não decepcionar.

Sabemos, no entanto, que, em se tratando das declarações que o Bono dá à imprensa, não podemos tomar nada como certeza. Ou seja, os títulos dessas músicas podem ser modificados até o lançamento do álbum, ou elas podem até mesmo não entrar no tracklist final…

Para ouvir a entrevista completa acesse: http://www.energy.de/lifestyle/energy-startalk/lesen/article/exklusives-energy-interview-mit-bono-von-u2/