Autor: Holy Joe

Por muito tempo, continuaremos cantando esta canção…..

Por muito tempo, continuaremos cantando esta canção…..

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Bono certa vez disse que “Sunday Bloody Sunday” do U2, foi escrita com raiva, e que era uma canção de rebeldia feita para acabar com todas as outras canções de rebeldia.

A letra descreve o horror sentido por um observador dos “Troubles” (conflitos) na Irlanda do Norte.

Em 1921, a contra-inteligência do exército da República Irlandesa original descobriu as identidades dos agentes britânicos que metodicamente mataram membros do movimento político Sinn Fein. O IRA invadiu as casas dos espiões e assassinou-os em suas camas. Em retaliação, os britânicos enviaram sua força policial implacável, conhecida como Black and Tans, para o Croke Park, onde eles abriram fogo sobre a multidão que assistia uma partida de futebol lá. Doze pessoas, entre homens e mulheres, foram fuziladas e outras 60 pessoas ficaram feridas. Ficou conhecido como Domingo Sangrento. Este evento foi ecoado em 1972 quando o Regimento de Pára-Quedistas do Exército Britânico abriu fogo durante uma manifestação pacífica pelos direitos civis em Derry, em um Domingo de Páscoa, e matou 14 pessoas desarmadas, ferindo outras.

A raiva e descrença na Irlanda havia amadurecido. A escalada da violência ao longo daquela década e na próxima, tornou os Dubliners insensíveis à violência.

Foi este Domingo Sangrento de 1972 que fez Bono e Edge sentirem que os irlandeses não poderiam esquecer, e nem eles queriam.

Adam Clayton disse que após os dois primeiros álbuns gravados e diversas turnês, o U2 sentiu que tinha chegado o momento de lidar e pensar sobre aquilo, de certa forma, porque até ali, quando você vinha de um país que tinha esse tipo de coisa acontecendo, a tendência era que caísse em esquecimento, ao invés de ser enfatizado.

Então a banda decidiu que tinha que começar a pensar naquilo e ter a responsabilidade de mostrar às pessoas o que eles pensavam.

“Acho que foi no momento que nós estávamos examinando tudo que estava acontecendo, que nós ficamos irritados. Acho que estávamos com raiva por causa da frustração da situação. Vida de pessoas estavam sendo bagunçadas, pessoas sendo mortas ou mutiladas sem nenhuma culpa, e não havia nenhuma luta que realmente justificasse aquilo. Havia maneiras mais fáceis de resolver esses problemas”, disse Adam.

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Ao escrever a linha “quanto tempo precisaremos cantar esta canção?”, o U2 esperava que fosse a última canção composta por eles com aquele tipo de abordagem.

Nas primeiras performances ao vivo da música, Bono introduzia: “Esta não é uma canção rebelde”, ou seja, as letras não poderiam ser tomadas em apoio à causa republicana. Era uma resposta emocional à terrível realidade política.

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“Sunday Bloody Sunday” não é apenas sobre a Irlanda do Norte. É sobre qualquer situação política. Ela diz: continue, há mais coisas para serem ditas.

As últimas linhas da canção dizem: “E é verdade que somos imunes / quando o fato é ficção e a TV a realidade / e hoje milhões choram / ​​comemos e bebemos enquanto amanhã eles morrem.”

Bono revelou: “Eu estava tentando chegar ao ponto, que talvez seja até muito simples, mas enquanto nós estamos brigando sobre as fronteiras territoriais, enquanto nós estamos brigando sobre religião, há outras pessoas lá fora, que estão sem comida em suas barrigas. Esta é a verdadeira batalha, e esquecem sobre isso.”

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Desligando O Escuro: o produtor Steve Lillywhite foi o responsável por trazer luz às canções de Bono e The Edge para ‘Spider-Man: Turn Off The Dark’

Desligando O Escuro: o produtor Steve Lillywhite foi o responsável por trazer luz às canções de Bono e The Edge para ‘Spider-Man: Turn Off The Dark’

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O produtor que ajudou a definir o som do U2 no início da década de 80, Steve Lillywhite, foi também o responsável pela produção do álbum da trilha sonora do espetáculo ‘Spider-Man: Turn Off The Dark’, que traz canções escritas pela dupla Bono e The Edge, com quem ele já trabalha há mais de 3 décadas.

A produção do musical mais caro da Broadway enfrentou inúmeros problemas, o que não aconteceu com a gravação da trilha do espetáculo. Ela ocorreu de forma até tranquila, mesmo com suas mudanças de última hora e a crise de prazo inerente.
A primeira vez que Steve se envolveu com o projeto, foi após receber um telefonema de Bono no inverno de 2011, lhe pedindo para conferir uma performance do show. No intervalo, ele se encontrou em uma das salas do teatro, com Bono e Edge, e Steve foi sincero: “Não parece muito bom, Bono.”
O vocalista respondeu: “Não mesmo, você tem razão. Estes músicos são fantásticos, mas alguma coisa não está sendo traduzida.”

A dupla do U2 estava um pouco perturbada em relação à como estas canções soariam. Eles haviam passado muito tempo escrevendo e trabalhando com as músicas. Não havia muito o que fazer para um álbum, pois era o som para um teatro, não havia equipamentos de som como no rock.
Havia sim muita coisa para ser corrigida, mas Steve naquele momento ainda não podia apontar o dedo para nada.
Era uma performance na Broadway, então não existia regras reais de como elas deveriam soar. Ao contrário do rock and roll, um show da Broadway precisa apelar para as pessoas entre as idades de 8 e 80 anos, então eles estavam cientes de que havia uma medida de compromisso necessário.

Assim, o primeiro passo de Steve Lillywhite foi tentar descobrir o por que do som não soar tão grande.
E Steve achou o problema: “Um dos problemas é que não havia nenhum fosso de orquestra. Por baixo do palco estavam os mecânicos. A banda e a orquestra estavam dois andares abaixo, então, basicamente, não havia nenhuma acústica natural entrando no teatro. Claro, milhões e milhões foram gastos com recursos visuais.”
Steve já tinha o álbum em mente, e depois que ele fez o que pôde com o som dentro do teatro, Bono disse na frente de todos: “Você está fazendo o álbum, não é?”
Assim ele jogou a coisa para cima de Steve, e muito bem.
Bono e Edge não queriam que fosse apenas um “cast album”, e o próprio Steve disse que não poderia ter sido uma gravação só com o elenco, porque diariamente eles modificavam bases. Por isso, decidiram pegar as canções e fazer um grande álbum, que é o que Steve sempre fez com o U2 por 30 anos. Mas ele deixou claro que não seriam os mesmos arranjos de uma gravação do U2.

Bono And The Edge Celebrate The 1,000th Performance of "Spider-Man Turn Off The Dark" On Broadway

“Rise Above 1”, com Reeve Carney e Bono nos vocais, foi o primeiro single e uma grande canção. Tirando ela fora do contexto do Homem-Aranha, pode ser colocada ao lado de algumas das músicas mais memoráveis ​​do U2.
Steve revela detalhes sobre a gravação: “Originalmente, ela foi baseada na versão do show, em que o segundo refrão é cantado por uma das meninas do elenco, e ela não soava em nada como um single. Mas sabíamos que tínhamos um grande coro, por isso decidimos entregá-la ao inteligente Alex Da Kid, para ele fazer um remix.
Ele decidiu que não poderíamos ter uma garota cantando um verso, então Bono decidiu reescrever ambos os versos. Em seguida, Bono disse: “Devemos tentar me deixar cantar para a versão do álbum”.
Então, colocamos ele para cantar contra o vocal de Reeve, e a voz dele soou tão bem, que tivemos que usá-lo na versão do álbum.”

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O espetáculo incorpora também algumas canções originais do U2. Há uma cena envolvendo Flash onde você pode ouvir “New Year’s Day” no rádio, outra onde “Beautiful Day” toca no fundo. Há uma grande cena de dança com “Vertigo” e eles mencionam “Sunday Bloody Sunday”.
O álbum não demorou muito tempo para ser finalizado, considerando o tempo que demora um registro do U2.
Mas na gravação da trilha sonora, houve um elemento clássico de gravações do U2: as letras sendo escritas no último minuto e virando aquela loucura.
Steve Lillywhite deu mais detalhes: “Trabalhamos nos estúdios MSR (Manhattan Sound Recording), em Nova York, que está localizado a seis quarteirões do teatro. Tivemos uma orquestra de 25 peças e uma banda de oito peças tocando ao mesmo tempo. Grandes pessoas, grande diversão.”

Steve teve muita liberdade para ajudar Bono e Edge realizarem o pleno potencial de suas canções. E há canções do álbum que são bastante diferentes das que estão no show.
Uma vez que algumas das pessoas do show ouviram as gravações que ele fizeram, eles disseram: ‘Oh, isso soa muito melhor mesmo.”

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Steve conta qual foi um dos seus maiores desafios na produção: “Bono se comprometer com as letras, mas isso é um desafio que eu enfrento há 30 anos, porque ele se preocupa demais. E não foi culpa dele, porque o enredo mudou completamente, no que ficou conhecido como o Homem-Aranha 1.0 e 2.0. No primeiro Homem-Aranha, Aracne era a vilã, e em 2.0, ela é a musa.”
Steve finaliza: “No espetáculo há uma incrível mensagem: grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Isso é tão Bono!”

 

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Há uma nuvem sobre a linha do céu de Nova York: U2 pós ataques de 11 de setembro de 2001

Há uma nuvem sobre a linha do céu de Nova York: U2 pós ataques de 11 de setembro de 2001

Bono Flag EUAPara o segundo Best Of do U2, que cobriu a década de 90 da carreira da banda, eles entraram em estúdio para mixar, remixar e aproveitaram para gravar duas novas canções em 2002: “The Hands That Built America” e “Electrical Storm”.

Ambas foram escritas após o fatídico dia dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

O verso final de “The Hands Built America” faz uma referência ao acontecimento: “É o início do outono, há uma nuvem sobre a linha do céu de Nova York. Inocência, arrastada através de uma linha amarela.”

The Edge disse que em primeiro lugar, a música foi composta como uma trilha sonora para o filme de Martin Scorsese, ‘Gangues de Nova York’, que lida com o nascimento da América.

O U2 começou a escrever essa canção antes de 11 de setembro, mas as últimas linhas foram realmente escritas depois do ataque.

Edge: “Tivemos um contato com Martin Scorsese para criar uma música para o seu filme. Ele já havia acabado de filmar o longa, estava começando a edição e o filme era sobre o inicio de Nova York, a imigração. A grande onda da imigração de pessoas fugindo da fome em seu país de origem, a dureza, as lutas, os diferentes tipos de imigrantes.

Era algo que mostrava todo sangue e suor gastos para construir uma cidade que hoje é repleta de butiques, galerias de arte. Olhando a cidade agora, é difícil imaginar como Nova York já foi um dia.”

“There’s a cloud on the New York skyline”. Edge explica sobre esta linha: “Sim, como muitas outras pessoas que simpatizavam com as vítimas, especialmente com os bombeiros. Homens que simplesmente fizeram o seu trabalho, que foram para as torres em chamas para salvar a vida de outras pessoas e perderam a sua própria vida ao fazer isto. Esta solidariedade era apropriada. Aquelas eram apenas pessoas normais que não tinham nada a ver com os estrategistas de poder em Washington.”

A letra de “Electrical Storm” descreve a tensão antes de uma próxima tempestade, e muitos entenderam como uma metáfora para a incerteza global.

É uma canção de amor, em primeiro lugar. É uma canção sobre o amor em um momento estranho e confuso. Representa uma sensação de proibição, perigo, algo que estava no ar.

Edge disse que o U2 queria captar a atmosfera pós 11 de setembro, o sentimento de “quem sabe o que vai acontecer? “.

Na época do lançamento, ele disse: “Ela reflete um estado de espírito que ainda hoje é presente. Mas não é nenhum comentário à situação política em geral.”

O U2 havia agendado uma segunda perna da turnê Elevation de 2001, para o final do verão, começo de outubro, logo após um período de shows na Europa. E então aconteceu o 11 de setembro.

Edge: “Inicialmente pensamos que não seria legal voltar lá, mas percebemos que foi incrível, uma das melhores coisas que fizemos. Sentimos muita emoção e também a emoção por parte das pessoas, parecia algo catártico. Parecia algo bom para as pessoas enquanto apenas tocávamos nossas músicas.”

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No álbum que deu suporte à turnê, umas das canções era “New York”, sobre alguém que atravessa uma crise de meia idade, à partir dos subúrbios, e que quer deixar a sua entediante vida suburbana para trás e se mudar para uma cidade, como Nova York, onde a vida é presumivelmente, muito emocionante.

Neste retorno à Nova York com a turnê, Bono mudou as letras nas performances ao vivo desta canção, como reação aos ataques terroristas: “Chega setembro, muitas coisas podem mudar. Amor de verão se transforma em inverno doloroso.”

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Eu sonhei que vi Dali com um carrinho de supermercado, passando um carro conversível através de um buraco de agulha

Eu sonhei que vi Dali com um carrinho de supermercado, passando um carro conversível através de um buraco de agulha

Edge Bono ChampagneA letra de “Tryin’ To Throw Your Arms Around The World” descreve um personagem ambicioso, que está tropeçando em casa de madrugada por estar embriagado depois de uma noitada na cidade.

Bono e Edge tiveram a ideia para letra ao relembrarem acontecimentos de quando estiveram em Los Angeles em meados da década de 80.

Nas performances ao vivo da canção na turnê ZOOTV em 1992/1993, Bono pegava uma garrafa de champanhe e pulverizava a platéia.

No edição do concerto em video ‘Zoo TV: Live From Sydney’ de 1993, a performance da música (que havia sido transmitida na TV pelo sistema Pay Per View) foi cortada, e dizem que foi justamente por causa de Bono compartilhar bebida alcoólica com uma garota que supostamente era menor de idade.

Mas o produtor do video afirmou que não foi por este motivo. Que foi “apenas” por limite de tempo no VHS, e ela foi a escolhida para ficar de fora na edição.

Quando o show ganhou um lançamento em DVD no ano de 2006, a performance novamente ficou de fora da edição, e nos extras do Disco Bônus, foi incluida uma performance da música, mas do especial da ZOOTV no Yankee Stadium, em Nova Iorque.

A “embriaguez” leva à um verso meio absurdo na letra da música, onde o personagem diz ter visto Dali em um sonho, com um carrinho de supermercado, e que ele passou um carro conversível através do buraco de uma agulha!

Yeah I dreamed that I saw Dali with a supermarket trolley /He was tryin’ to throw his arms around a girl /He took an open top Beetle* through the eye of a needle /He was tryin’ to throw his arms around the world

 Eu sonhei que vi Dali com um carrinho de supermercado /Ele estava tentando jogar seus braços em volta de uma garota /Ele passou um Beetle* conversível através do buraco de uma agulha /Ele estava tentando atirar seus braços ao redor do mundo

Dali na letra é o pintor e escultor Salvador Dali, um dos mais importantes artistas plásticos surrealistas da Espanha.

1953salvador-dalc3adphilippe-haslmanRaramente, um sonho é claro ou linear. O sonho com Dali na letra mostra uma cena bem surreal, fazendo a ligação com Dali e seu surrealismo. Um surrealista retrata as idéias como elas são nos sonhos.

A citação ao carrinho de supermercado foi o flerte do U2 com o tema consumismo, que serviria depois como alerta à sociedade de consumo, na turnê Popmart, de 1997/1998.

A ideia para a linha sobre o carro no buraco da agulha, foi baseada na Bíblia, onde Jesus faz uma referência à um camelo passar pelo buraco de uma agulha antes que um rico entre no reino dos Céus.

A interpretação mais utilizada para isto nos últimos séculos, encontrada em livros que explicam textos polêmicos da Bíblia, é a de que no Oriente Antigo, as caravanas com seus camelos viajavam por dias, e muitas vezes chegavam de noite com suas cargas. Eram proibidos de entrar nas cidades, que eram muradas, mas tinham passagens estreitas por onde os camelos poderiam passar, mas por serem tão estreitas, não permitiam que os camelos entrassem com suas cargas. Isso existiria para aqueles que eles pudessem beber água, pois muitas vezes andavam dias e dias pelos desertos sem verem uma gota de água,e até os camelos sentiam sede. Então seus donos retiravam as cargas de suas costas para que eles pudessem passar de joelhos pelo “buraco da agulha”, uma passagem própria para camelos, nas muradas das cidades. O comércio precisava ser á luz do dia, pois a fiscalização teria que verificar a natureza da mercadoria e arrecadar os impostos, sendo proibida assim, a venda durante a noite. Em analogia a isso, a pessoa poderia ter os bens que fosse, que para entrar no céu, teria que se despir de toda a sua riqueza.

Uma linha da letra ainda diz: “a woman needs a man like a fish needs a bicycle” (uma mulher precisa de um homem assim como um peixe precisa de uma bicicleta), que é um famoso bordão cunhado pela feminista australiana Irina Dunn, mas popularizado pela jornalista feminista Gloria Steinem. Mas já foi equivocadamente muito atribuido à Bono, por causa da canção!

*O Beetle foi o primeiro modelo de automóvel fabricado pela companhia alemã Volkswagen na década de 30. No Brasil, foi chamado de Fusca.

 

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O ‘Big Brother’ do U2 no ano 2000

O ‘Big Brother’ do U2 no ano 2000

Big Brother U2

Os fãs mais novos talvez não saibam deste fato, e alguns fãs de longa data talvez não se recordem, mas em julho de 2000, durante parte das sessões de gravação de ‘All That You Can’t Leave Behind’, o U2 utilizou no Hanover Quay Studios uma webcam online, que foi configurada para enviar em um intervalo de minutos, imagens do processo de criação e gravação do disco, com imagens de conversas entre os integrantes da banda e os produtores Daniel Lanois e Brian Eno, o trabalho da equipe de gravação, etc.

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Os fãs que acessavam, davam prints nas imagens e divulgavam nos fã-sites espalhados pelo mundo.

Era o sonho de qualquer fã do U2, poder estar conferindo, quase que em tempo real, a banda trabalhando em uma de suas obras.

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Do ponto de vista técnico, no entanto, a transmissão não foi o que os integrantes esperavam.
O tráfego de acesso à cam aumentava de tal forma ao decorrer dos dias, que a imagem ficava instável no melhor dos casos, e no pior dos casos, congelava completamente.

Um problema que não foi divulgado pelo U2.COM e que foi pouco conhecido por boa parte dos fãs, foi que a transmissão da webcam por um período de quatro dias, foi invadida por hackers e de alguma forma eles conseguiram cruzar a imagem da câmera do U2, com a câmera de um site pornográfico chamado “Babes Duche Sorority House”, e ambos os sites transmitiram esta imagem cruzada.
Com isso, a cam as vezes mostrava Edge de chapéu e óculos escuros sentado no sofá, e também uma garota nova sem roupa tomando banho.

Relatos dizem que o webmaster do Sorority House Shower Babes, recebeu inúmeros emails dos assinantes do site, xingando sobre as imagens sem nexo de “um cara vestido sentado em um sofá”.
O problema da imagem cruzada foi totalmente sanado dias depois, e a studio cam do U2 encerrou a transmissão das imagens da banda em estúdio, em 1° de agosto daquele ano.

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As bandas que o U2 poderia ter sido

As bandas que o U2 poderia ter sido

Primeiramente, olá UV’s!

Alguns talvez já ouviram falar de mim, e provavelmente já leram alguma das 4.285 páginas do meu diário de 5 anos!

Para quem não sabe o que estou falando, prazer! Meu nome é André, e sou eu quem escreve no Blog U2 Sombras e Árvores Altas, assinando como Holy Joe!

Muito antes de criar o blog, eu já acompanhava as notícias sobre o U2 através do site UltraViolet, e já lia o que era postado nos Fóruns da UltraViolet. Aliás, o conteúdo do fórum foi uma das inspirações para a criação do Sombras e Árvores Altas!

É muito difícil resistir à um convite de escrever sobre U2, então aqui estou, e agora vou invadir (com consentimento do grupo, claro), também a página da UV!

Então, chega de blá blá blá e vamos ao que interessa!

Obrigado pela recepção, e tenham uma ótima leitura!

Em uma das vinhetas editoriais do livro ‘North Side Story: U2 In Dublin 1978-1983’, que foi divulgado pelo U2.COM, o designer Steve Averill conta como ele sugeriu para o baixista Adam Clayton, o nome definitivo da banda:

“Eu os conheci por volta de 1977 ou início de 1978. Adam Clayton estudava na Mount Temple com o meu irmão mais novo. Por eu ter feito parte do The Radiators, meu irmão disse: “Tem um cara na classe que gostaria de conversar com você sobre estar em uma banda.”

… e então eles disseram: “Nós estamos pensando em mudar o nome da banda”. Eu achava que The Hype não era um bom nome. Eles disseram que gostavam de nomes como XTC, então eu fui embora e pensei sobre isso por uma semana e voltei com alguns nomes, incluindo U2. Eu expliquei na época que U2 era um avião espião, era um submarino alemão, e era também uma estação no metrô de Berlim. Você não precisa se preocupar com a lingua, nem nada. Funcionaria bem.”

Mas, vocês sabiam que Steve poderia ter sido o responsável por outro nome ao grupo? Após Feedback e The Hype, a banda poderia ter sido batizada definitivamente de ‘The Blazers’!

Steve confirmou isso em uma entrevista: “Sugeri apenas mais um outro nome para Adam, que foi um pouco em tom de gozação. Era ‘The Blazers’. Existiu uma banda de East LA que usou depois este nome, talvez por causa deste fato. Mas não era um nome tão ruim.”

Steve sugeriu U2, porque o nome tinha uma simplicidade gráfica e tinha força, e seria facilmente identificável no contexto mundial. Vinha também da expressão frequentemente utilizada “você também”.

Há uma outra curiosidade, que serviu de inspiração na escolha do nome, como revelou Steve certa vez: “O meu toca-fitas era um Sony U2”.

Steve se refere ao aparelho de som da Sony TC-U2 Stereo Cassette Deck, fabricado entre 1978 e 1980.

Apesar de Steve afirmar que sugeriu apenas mais um nome, além de U2, na biografia oficial U2 BY U2, Edge revela que Steve Averill entregou à eles uma lista com 6 sugestões de nomes para a banda, e Bono um terceiro nome que poderia ter batizado o grupo: “alguns dos nomes eram muito arrojados para mim naquele tempo e continuaram sendo. ‘Flying Tigers’ foi um deles.”

Aviação deveria ser uma obsessão de Steve naquela fase, já que ele sugeriu U2, por causa do avião espião americano U-2, pilotado por Francis Gary Powers, abatido a tiros enquanto sobrevoava a União Soviética, em 1960, e também por causa do U-2, submarino alemão servido durante a Segunda Guerra Mundial.

E a sugestão por Flying Tigers (Tigres Voadores), foi devido aos mercenários pilotos americanos que lutaram na China contra os invasores japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

Seus esquadrões aéreos se tornaram mundialmente conhecidos e populares pela cabeça de tubarão pintada nos bicos dos aviões de caça P-40.