U2 e Eu: Ana Julia.

U2 e Eu: Ana Julia.

Aproveitando o lançamento do novo CD Songs of Innocence, estamos de volta com a coluna na qual os fãs contam sua experiências pessoais com o U2. Caso tenha interesse em participar, deixe seu e-mail nos comentários.  Começamos com a história de Ana Julia.

 

Eu sou Ana Julia, de Porto Alegre, psicóloga, adoro coisas místicas e espirituais, meio perdida no mundo e muito fã de U2.

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Passei a ser fã do U2 aos 13 anos, por causa da música New Year’s Day. Nesta época, o U2 estava vindo pela primeira vez ao Brasil com a Pop Mart Tour e estavam falando bastante da banda na mídia, Foi num ano em que a MTV de minha casa era em UHF e o sinal não pegava muito bem, para minha tristeza. Não conseguia ver os programas especiais que passavam, muito menos o grandioso show, que foi transmitido ao vivo.

Havia ganhado um walkman (na época do k7) e não tinha nenhuma fita que realmente valesse a pena ouvir em uma  caminhada com minha mãe. Gravei essa musica numa fita e era a única musica que ficava escutando, a rebobinava para  ouvir várias vezes. Por acha-la muito legal, passei a prestar atenção na rádio pop-rock, durante o programa “bloquinho é  tri”. Costumava passar sequencias de três musicas de um mesmo artista.

Eram musicas diferentes, mas muito boas quando os bloquinhos tocavam o U2, então decidi ouvir uma k7 inteira antiga do disco “Zooropa” e “Achtung Baby” que meu pai tinha guardado com muito carinho (alias, eram as únicas fitas que não podiam ser regravadas de forma alguma… E que meu pai gostava de escutar sozinho, de vez em quando). Assim, valeu a pena comprar os CDs destes k7s e os outros álbuns, já que não tinham todos os hits e a primeira coletânea só saiu muitos anos depois…

Desta maneira, troquei a idolatria por Alanis Morissette pelo U2 e a historia de vida fantástica do Bono tornou-se uma obsessão, passei a sonhar bastante com ele, a ponto de ouvi-lo falar em inglês e acordando com a sensação de estar entendendo o que ele estava a dizer. Mesmo uns sonhos premonitórios muito interessantes… É uma historia que gostava de contar ás pessoas, até porque era espirita e acreditava em contato com pessoas através de sonhos. Será que o fuso horário poderia coincidir em algum momento durante as turnês e tantas viagens que ele fazia?

Comecei a perambular pelas livrarias dos shoppings da cidade, lendo as noticias na Rolling Stones e em qualquer computador com internet até descobrir que ele era casado e com duas filhas lindas, que fizeram perfil no “bebo”, com fotos de festas e até boatos sobre namoros com os rapazes do Kings of Leon… Ficava pensando se ele não teve um caso com Andrea Corr (tão parecida com a Ali, será?) e sobre quem era aquela modelo chamada Helena com a tatuagem…  E sobre o porquê de Sinnead O’Connor não gostar da banda, etc.

As turnês inovadoras! Será que eles ainda irão fazer um show como a Barbie, no espaço? Será que o Bono conhece este vídeo da Barbie, porque foi tão marcante ler que ele sonhava com Madonna, ele poderia ter visto este vídeo em algum momento de solidão e alergia a pessoas, em suas estadias pelos hotéis…

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Uma banda que me acompanhou no primeiro grau – depressão profunda, sustentada pela música Stay, oooooh… Ser um anjo de alguém, ou melhor, ter um anjo! – e no segundo grau, onde as leituras eram uma forma de estudar inglês, até mesmo na faculdade, porque as mil e uma análises da vida do Bono davam ensejo de traçar um perfil psicológico e procurar um rapaz que fosse como ele. E o mais interessante foi poder se apaixonar por um cara maluco na faculdade que tinha nome de um grande ator de Hollywood dado pela mãe.

Um dia ele me perguntou se eu interpretava os significados das musicas do U2. Que significados? Será Lemon uma ode a fada Aine? De qualquer forma ele se lembrava de mim com a música One, mas eu poderia ser lembrada por tantas musicas do U2 (porque One?). “Dirty Days Remix” foi a minha musica de formatura, numa turma que escolheu “Beautiful Day” para representar o momento…

E até hoje, com 29 anos, o U2 é uma banda superinteressante, onde as musicas lado B e os remixes sempre são grandes descobertas, (faz de conta que os fracassos de vida podem ser meio como lados B, ainda um dia…) a influencia do Bono na politica e mesmo na religião é algo intrigante.

O que será que faz um artista se preocupar com a África e divulgar uma Ong para 70 000 pastores, falar com o Lula no Brasil e apoiar o bolsa família? Será que ele quer chegar à ONU e ter poder aqui também? A banda sempre nos faz pensar na Irlanda, em musicas medievais irlandesas e várias coisas que talvez eles não tenham preocupação alguma de divulgar…

Me fez conhecer também várias outras bandas bacanas dos anos 80, tanto internacionais (Bono e seus amigos) quanto nacionais (Paula Toller poderia ser amiga do Bono, fez um videoclipe baseado em Wim Wenders). E New Year’s Day é clássica em toda virada de ano, claro. Agora pelo Youtube, mp3…

 

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