Na noite desta terça-feira foi ao ar na Irlanda o programa “The Meaning of Life”. O apresentador Gay Byrne conversou com Bono sobre seus valores e crenças.
A entrevista foi gravada dois dias antes do aniversário de Bono, justamente porque ele queria ter um espaço entre esta conversa e depois as entrevistas promocionais do próximo álbum do U2 – que deve ser lançado no outono (primavera no Brasil) – e tendo assistido aos episódios anteriores do programa, ele entendeu que essa não seria uma entrevista sobre o álbum ou sobre a banda. Era algo muito mais pessoal.
O que aconteceu foi uma conversa muito sincera, solícita, engraçada e reveladora sobre as coisas, suas crenças, as pessoas e a Deus que dá sentido à vida de Bono.
Conforme o Irish Mirror, Gay revelou: “Bono é uma das pessoas que eu sempre quis no programa. Para uma das figuras mais influentes da Irlanda, ele tem conseguido manter um grau de privacidade singular. Nós tínhamos falado por diversas vezes em fazer a entrevista, como eu sabia que seria bem diferente do que já tínhamos feito no passado. Muitas pessoas vão se surpreender que Bono tem uma crença profundamente enraizada, que permeia seu dia a dia e motiva todo seu trabalho humanitário.”
Sobre a questão dos impostos, o The Sun destacou a fala de Bono:
“O momento de choque do horror aqui é o U2 se comportando como um negócio. Nós vivemos numa pequena rocha no Atlântico Norte e nós estaríamos sob a água se não fosse por pessoas inteligentes no Governo e na Receita, que fizeram a competitividade fiscal a parte central da vida econômica irlandesa.
É a razão pela qual temos empresas como o Google e o Facebook – e eu de fato ajudei a trazer essas empresas para a Irlanda. Nós pagamos um monte de impostos, mas somos sensíveis às taxas, como todo negócio é. ‘E por que – sendo que eu estou envolvido no que algumas pessoas pensam que são coisas idealistas, mas eu acho que são muito pragmáticas – o U2 não pode ser duro nos negócios?’
Eu sou difícil e eu posso cantar de um lugar muito íntimo e eu faço arte, mas eu tenho a mente resistente e intelectualmente rigorosa, eu espero. E eu acho que o negócio fiscal do U2 é da nossa conta e não é apenas para a letra da lei, mas é para o espírito da lei.
Eu acho que todos nós que moramos no hemisfério norte do mundo ocidental provavelmente vivemos vidas incríveis, no que diz respeito aos pobres do mundo. Mas eu tenho que aceitar que a minha é diferente e na Irlanda, especialmente, quando pessoas estão realmente sofrendo e são afetadas profundamente pelos problemas que elas não criaram. Meus filhos vão para a escola comum, pública. Eu não penso em mim como um afastado, mas eu deveria ser.”
Assista ao vídeo aqui.
Por Fernanda Bottini
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