Entrevista com Bono logo após o atentado de 11 de setembro

Entrevista com Bono logo após o atentado de 11 de setembro

O site Blank on Blank disponibilizou mais uma entrevista interessante com o Bono. Ontem postamos um vídeo com uma animação feita em cima de uma entrevista com o vocal do U2 falando sobre os últimos momentos que passou com seu pai. Se você perdeu, confira aqui: http://www.ultraviolet-u2.com/noticias/2012/05/29/video-entrevista-com-bono-sobre-seu-pai/

Esta outra entrevista foi feita em 2001, pouco tempo depois dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. A conversa foi cedida à Anthony Bozza, que na época era jornalista da revista Rolling Stone. Na gravação conseguimos ouvir Bono falando sobre sua música e tocando para uma nação frágil, logo após os acontecimentos trágicos no país e como a música do U2 assumiu um novo significado para os fãs e para a própria banda.

“Bono: Eu recebi uma ligação da Ali, minha esposa, outro dia. Ela disse… ela estava limpando algumas fitas em casa ou algo assim. Ela estava tentando se livrar de algumas coisas, apenas limpando. Ela veio com uma fita da gente tocando no MTV Video Music Awards, há alguns atrás, em Nova York, a música “Please”. Ela disse que foi uma das piores apresentações que já fizemos. Ela disse: “Você tem que voltar e ouvir a música”. Eu disse: “Por que?” Ela disse: “Olha, só olha de novo e escuta a música”. E eu a coloquei. Eu não conseguia acreditar no que eu ouvi. É essencialmente sobre fundamentalismo, fundamentalismo político. Ou fundamentalismo religioso. Fundamentalismo religioso que é apenas onde você consegue diminuir Deus; você refaz Deus em sua própria imagem, o oposto do contrário. Me deu um pouco de medo e nós vamos colocá-la de volta no nosso show.

[Letra de “Please”
September, streets capsizing
Spilling over and down the drain
Shards of glass, splinters like rain
But you could only feel your own pain]

Anthony Bozza: Você sabe o que eu queria te dizer: Eu tenho entrevistado famílias dos leitores da Rolling Stone que morreram no World Trade Center. Eu tenho três delas agora que me disseram que sua música e seu álbum é a única coisa que os acalma neste momento. A única coisa que eles querem ouvir.

Bono: Eu não consigo te dizer o que isso significa para nós. É realmente… ‘Stuck In A Moment’ está subindo nas paradas de sucesso enquanto nós falamos. É uma música escrita sobre depressão e alguém que não conseguiu sair de uma. Mas parece certo estar no rádio agora. É incrível.

[Música: Scratch Massive – “In the dressing room”]

Nós fazemos música, você sabe? Nós fazemos música porque é importante pra nós. E quando importa pra as outras pessoas tanto quanto pra gente, justamente o que aconteceu depois do 11 de setembro, as pessoas estão se sustentando com a suas coleções de CD. E a música, eu acho, é a tábua de salvação para as pessoas. Nossos shows em Chicago foram eventos extraordinários. Antes do Edge colocar o pé no pedal e partir. Nós estamos nos sentindo muito orgulhosos e humildes em estar em turnê pelos Estados Unidos neste momento. E orgulhosos no sentido de que colocamos os ingressos à venda depois do 11 de setembro. Isso nos faz sentir bem.

Anthony Bozza: Esta é uma afirmação.

Bono: Ah e que afirmação. Você sabe: “Nós gostamos daqui! E foda-se!” E então você anda pelo palco e todos sabem disso.”

Escute a entrevista: Áudio no Blank On Blank.

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