Rio, a próxima cidade a inspirar o U2?

Rio, a próxima cidade a inspirar o U2?

Apesar da entresafra de notícias, nesse período de descanso deles e de repensar tudo de novo, sempre tem muita coisa legal de se ler sobre o passado e a história do U2.

Como estou estudando italiano, tenho visitado com alguma frequencia os fansites U2place.com e U2italia.com, pra unir o útil ao agradável. Numa dessas visitas ao U2place.com, li uma entrevista muito interessante com um escritor e pesquisador italiano, e também super fã do U2, Massimo Palma, que acabou de publicar um livro intitulado “Berlino Zoo Station”.

O livro é uma espécie de guia para se descobrir ou revisitar Berlim, sob os olhos e experiências dos vários artistas que lá encontraram inspiração para criar música e escrever, como David Bowie, Iggy Pop, Lou Reed, Rilke e, é claro, U2.

A entrevista é bem interessante, principalmente sob o ponto de vista da importância de Berlim na concepção de Achtung Baby e no renascimento do U2, mas o que eu gostaria de comentar é sobre a resposta do autor para a seguinte pergunta (vou arriscar minha primeira tradução do italiano):

Berlim, a cidade do renascimento do U2. Qual poderia ser hoje, 20 anos depois, o lugar ou a cidade do enésimo renascimento da banda irlandesa?”

A resposta: “Acho que o U2 teve a intuição – consciente ou não – de estar presente no momento certo no lugar da virada da nossa era. Estavam lá quando o ‘espírito do mundo’ passou, como dizem os filósofos. Primeiro em Berlim, logo após a queda do muro, e depois se concentraram em Nova York na grande comoção pós 11 de Setembro (é preciso lembrar, prém, que a canção New York foi composta um ano antes). E representaram em música estes dois momentos históricos diferentes. Para responder, porém, precisaria saber pra onde o mundo está indo, e não tenho a presunção de sabê-lo. Se eu devesse arriscar uma resposta imaginária, diria que eles poderiam encontrar inspiração em dois lugares completamente diferentes: Jerusalém, uma cidade muito difícil e riquissima, que está ligada a um imaginário que o U2 já habita (de October ao Coexist, de Yahweh até as ambientações de Fez que não se diferenciam tanto), mas do qual nunca desfrutaram como um lugar real, não apenas imaginário, de inspiração. E no Oriente Médio sempre, em parte, se decidiu o destino do mundo…A outra cidade é o Rio de Janeiro, porque o Brasil se transformou no coração pulsante dos países emergentes, porque hospedará grandes eventos nos próximos anos, e obviamente porque tem uma cultura fascinante, cheia de áreas de sombreamento, que pode arrebatar aqueles que se mostrarem atentos e curiosos. É isso, eu os veria fora da Europa, mas também da África e da América do Norte – todos lugares já familiares para eles, por razões muito diferentes.”

Obviamente é pura especulação do autor, mas ele não deixa de embasar bem sua opinião, e quando li fiquei imaginando se seria possível o Rio como locação para o próximo álbum, e o que viria daí. E então, o que acham? Comentários?

Abraços,
 MT

5 Replies to “Rio, a próxima cidade a inspirar o U2?”

  1. Uhmmm. Sei lá.
    Vendo o documentário “From the Sky Down, ficou bem claro que eles estavam ouvindo esse tipo de música mais industrial. Edge principalmente. E essa influência ficou bem clara no Achtung Baby. E depois teve o lance das indicações do Brian Eno, do Bowie, que trabalaram nesse estúdio alemão.
    Por isso, eu vejo com desconfiança essa aproximação com will.i.am, danger mouse, etc… Será que é esse tipo de música que eles estão ouvindo ultimamente ou se aproximaram por que é o que toca, o que faz sucesso? Não sei, tomara que não.
    Tomara que o U2 abandone esse lado exclusivamente empresarial (lucro) e venha tomar umas caipirinhas.

  2. Salve, Maria Teresa!!!

    Como sempre você trazendo um ponto de vista interessante!
    Não tinha pensado nisso antes…pelo buzz na midia, parece que Bono virá para a Rio+20, então ele terá em breve uma chance de se inspirar.
    Uma das noticias que sairam é que ele quer se hospedar em uma casa na floresta, e nesse final de semana assisti um programa na Globonews, e acho que descobri de onde ele tirou essa idéia: (em 5:15 dá pra ver que ele já fez um passeio de jipe pela floresta)
    http://g1.globo.com/globo-news/mundo-sa/videos/t/todos-os-videos/v/empresa-carioca-conquista-turistas-com-passeios-pela-cidade-maravilhosa/1864802/

  3. Como pura especulação, por que não? O Brasil é o país do momento, ultrapassamos a Inglaterra economicamente, teremos agora a Copa e depois as Olimpíadas… Se o U2 quisesse vir para cá, seriam bem recebidos.

  4. O autor até tem certo embasamento, mas eu tenho dificuldade em enxergar possível relação direta do Rio de Janeiro com o som/clima do U2.  Na minha quase indigente opinião, gravar um álbum num local é uma coisa, inspirar-se nesse local para a gravação é outra.
    Inegável que o Rio é um símbolo de um país cada vez mais protagonista no cenário mundial, como foi Berlim na virada da década de 80 pra 90. Porém, as inspirações para o U2 quase sempre vieram do Hemisfério Norte e acho que dessa vez não será diferente.

  5. Legal, obrigada pelo feedback Cacau. Penso um pouco como o Ronan. O autor do livro fala sobre inspiração, não apenas de um lugar para gravar um álbum, e por enquanto também não consigo ver essa conexão, por isso achei interessante trazer pra discussão. Talvez fique mais fácil pra um estrangeiro imaginar esse papel, ver essa influência do Rio e do Brasil, na atual conjuntura mundial, pra nós brasileiros fica mais difícil, eu acho. Na verdade, não consigo deixar de associar essa idéia ou especulação do italiano com a passagem deles por Miami, pra onde se deslocaram na época da criação do Pop. Tinham a idéia de buscar essa inspiração por lá, mas eles mesmo contaram no U2 By U2 que as sessões em Miami não foram das mais produtivas, justamente pela boa vida que levavam, por tantos atrativos pra se divertir demais e trabalhar de menos. Enfim, foi o mais próximo que eles chegaram de buscar inspiração no mundo ou na cultura latina, na minha opinião. Mas que seria muito legal se o autor tivesse tido uma premonição, isso seria.
    Abraços, MT

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