O dia em que o U2 parou São Paulo

O dia em que o U2 parou São Paulo

Fonte: Agência Estado

Para ver Bono Vox de perto, vale a pena comprar uma briga? Milhares de pessoas achavam que sim ontem, quando os ingressos para o show do U2 do dia 20 de fevereiro começaram a ser vendidos com 40 minutos de atraso nos diversos pontos espalhados pela capital paulista, além de dois pontos no Rio de Janeiro. Parece pouco, mas para quem estava na fila desde as 11h de sábado, foi motivo de revolta. Na unidade do Pão de Açúcar na frente do Shopping Ibirapuera, 10 policiais foram recrutados para conter a revolta na fila. “Se vocês não começarem a funcionar agora, a gente vai começar a quebrar tudo”, gritava um grupo de mineiros que estava no começo da fila com cadeiras de praia e guarda-sóis.

As filas do Pão de Açúcar de Moema dobravam três quarteirões. O mesmo acontecia nas lojas da Brigadeiro Luís Antônio, Voluntários da Pátria e Santo Amaro. Uma pane no sistema interrompeu as vendas na unidade do Shopping Villa-Lobos. Quem arriscou acessar o site www.ticketronic.com.br também se deu mal. Ele ficou fora do ar todo o dia de ontem. Os fãs do U2 reclamaram da má infra-estrutura do Pão de Açúcar, que abriu a venda em apenas quatro guichês. Em Moema, causou tumulto ainda maior quando abriu uma segunda fila para idosos e gestantes. “Eles entram e saem e compram dezenas de ingressos. E nem são o público do show”, revoltou-se Fernanda Tavares, 23 anos, que chegou na fila às 4h de ontem. A situação só melhorou quando o supermercado limitou para dois ingressos a cada idoso e gestante. Em Santana, um grupo jogou um sanduíche em uma garota que teria subornado um segurança da loja. Ela passou na frente de todos e acabou comprando o convite.

Ontem à tarde, os organizadores do show enviaram um comunicado confirmando a apresentação da banda irlandesa no dia 21 de fevereiro. Segundo estimativas da produção, mais de 100 mil pessoas estiveram nas filas ontem, enquanto a capacidade para o primeiro show no Estádio do Morumbi é de 73 mil por show. Mesmo com toda a confusão – no final da tarde, mulheres estavam levando bebês para entrar na fila preferencial – a organização informou que defeitos técnicos foram contornados. O principal problema, no entanto, não foi resolvido. A própria banda exige que os ingressos sejam impressos na hora, mas a maioria dos guichês dispunham de pouquíssimas impressoras e elas funcionavam mal.

As cadeiras superiores e o espaço Pão de Açúcar Emotion já estão com ingressos esgotados. Até as 18h30 de ontem, ainda havia 25 mil ingressos espalhados pelos pontos de venda. Os problemas nos supermercados podem forçar os organizadores a vender os ingressos do segundo show apenas no Estádio do Morumbi, mas a informação oficial só sai dia 19. No Rio, também houve confusão. Nas lojas de Copacabana e Barra da Tijuca, as filas chegavam a quase um quilômetro no domingo. Em Copacabana, às 13h de ontem, havia 3 mil pessoas na fila. “Não me importo de ficar o tempo que for necessário. Na Argentina, venderam tudo em quatro horas”, reclamou Leandro Batista das Neves, 22 anos, que chegou ontem às 7h e, às 12h de ontem, ainda estava no mesmo lugar.

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