Bernardo Araujo

Após 13 anos em uma mesma gravadora, a Roadrunner, o Sepultura resolveu radicalizar, aliás como sempre: assinou com três companhias diferentes, uma para as Américas, uma para a Ásia e outra para a Europa, e está botando na rua seu primeiro disco de regravações, “Revolusongs”. E nada de Motorhead ou Black Sabbath desta vez.

– Quisemos mostrar um pouco outras coisas que curtimos – explica o guitarrista Andreas Kisser. – E também encarar o desafio de sepulturizar músicas que não tinham a ver com o nosso som.

O disco tem apenas sete músicas, duas das quais têm a cara do Sepultura: “Messiah”, do Hellhammer, e “Piranha”, do Exodus. O resto está entre os desafios enumerados por Andreas: “Angel”, do grupo de trip-hop Massive Attack; “Black steel in the hour of chaos”, dos rappers do Public Enemy; “Mongoloid”, do Devo (grupo engraçadinho de new wave, dos anos 80); “Bullet the blue sky”, do U2; e “Mountain song”, do alternativo Jane’s Addiction. Já que tem um clima retrô, a gravadora prensou uma tiragem em vinil.

– A idéia foi boa, já que gravamos canções que curtíamos nos bolachões – diz Andreas.

A banda já filmou um clipe para “Bullet the blue sky”.

– A passagem pelo estúdio serviu para recomeçarmos tudo, pensando em um novo CD de carreira – diz o guitarrista. – Estamos compondo, e até março devemos lançá-lo.