[29 Agosto 23h23min]

Presidentes, negociadores, atores, cantores e até membros da realeza estão decidindo suspender no último momento sua viagem a Johannesburgo: a má reputação da cidade, somada às poucas perspectivas da Rio+10, aumentam a cada dia que passa a lista de ausentes e a decepção de delegados e comerciantes.

O presidente dos EUA, George W. Bush; a rainha-viúva Noor, da Jordânia; o ator norte-americano Leonardo Di Caprio; o líder da banda de rock irlandesa U2, Bono, envolvido em várias campanhas humanitárias na África; escritores, defensores dos direitos humanos, prêmios Nobel e chefes de Estado fazem parte da imensa lista de ausentes.

A ilusão de salvar o planeta somada ao charme da Cidade Maravilhosa com o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, as praias, a música e o sol conseguiram que o Rio de Janeiro ficasse cheio de artistas e líderes mundiais comprometidos em salvar o planeta. Dez anos depois, os problemas climáticos são mais graves e a pobreza alcança dimensões trágicas.

Há 10 anos, 172 nações participaram da Rio-92. No total, foram 108 chefes de Estado e de governo. Em Johannesburgo, estão engajados 189 países e cerca de 100 chefes de Estado ou governo.

Dez anos atrás, 17 mil pessoas participaram do Foro das ONGs no Rio de Janeiro. Este ano, apesar do número de ativistas ser provavelmente maior, a divisão das organizações faz com que o movimento de protesto perca a força.