Por Marie Maitre
PARIS (Reuters) – As ações da deficitária Vivendi Universal despencaram novamente na quinta-feira, atravessando o nível dos 10 euros, diante da apreensão de que o prazo para que a companhia de mídia franco-americana garanta crédito está se esgotando.
As ações da Vivendi, que caíram mais de 80 por cento este ano, tiveram declínio de 25 por cento desde a quarta-feira, sendo negociadas a 8,94 euros, seu nível mais baixo desde que a antiga companhia sanitária foi transformada em um império mundial de mídia nos anos 1990. Às 15h (horário de Brasília) os papéis estavam em queda de 10,85 por cento, cotados a 10,60 euros.
Afundada em um dívida de 19 bilhões de euros (18,6 bilhões de dólares), arcando com altos prejuízos e se empenhando para otimizar operações disparatadas, o segundo maior grupo de mídia do mundo viu sua classificação de crédito cair para “junk” (lixo) bem na hora em que tenta refinanciar 5,6 bilhões de euros até março do ano que vem.
A retração violenta do crédito, ou “crunch”, deixou a companhia à mercê dos bancos. Alguns analistas estimam que a Vivendi, cujo patrimônio inclui a Universal Studios e gravadoras de artistas como U2 e Eminem, vai ficar sem capital em meados de setembro, caso os bancos não estendam a linha de crédito de 2 bilhões de euros.
Especialistas disseram, entretanto, que se os bancos negociarem, a promessa da Vivendi de levantar 5 bilhões de euros com venda de ativos ao longo dos próximos nove meses parece possível — apesar das dificuldades de vender mesmo a preços muito baixos nas atuais condições do mercado.
“A posição da Vivendi é grave, no sentido de que se o crédito não aparecer, acabou o jogo”, disse uma fonte a par da situação. “Mas acho que a maioria das pessoas estão confiantes de que as decisões mais difíceis já foram tomadas e agora é mais uma questão de implementação”, disse a fonte.