Por Kirstin Ridley e Tim Hepher
LONDRES/PARIS (Reuters) – O executivo francês de mídia Jean-Marie Messier decidiu pedir demissão após um forte movimento de oposição do conselho da Vivendi Universal quanto à sua polêmica gestão à frente da companhia, disse na segunda-feira uma fonte do setor.
As ações do segundo maior grupo mundial de mídia subiram quase 20 por cento, com os investidores celebrando o que parece ser o capítulo final em uma aventura de dois anos de duração e alimentada por dívidas que conduziu uma opaca e tradicional companhia francesa de águas à posição de protagonista importante em Hollywood.
“É verdade. Acabamos de receber confirmação da empresa”, disse a fonte, depois da publicação de reportagens que informavam que Messier havia perdido o apoio do conselho do grupo e decidiria pedir demissão.
O diário ‘Le Monde’ informou que Messier havia relutantemente concordado em abandonar o posto depois de uma queda de 60 por cento no preço das ações da Vivendi, mas que estava envolvido em uma disputa quanto aos termos de sua saída.
A Vivendi recusou-se a comentar a saída do executivo, mas fontes próximas à empresa disseram que Messier havia reunido um núcleo de apoio, que incluía Eric Licoys, o segundo em comando do grupo, para uma reunião de crise.
“Sem dúvida os investidores receberiam com agrado a saída de Messier. Ele cometeu erros demais, e o preço das ações, por fim, caiu em 60 por cento este ano. Se alguém mais for capaz de trazer a orientação tão necessária, seria bom”, disse David Ferguson, analista de mídia no Barclays Private Clients.
A Messier, 45, foi imputada a culpa pelos recentes problemas da Vivendi, depois que ele transformou a empresa de águas fundada há 150 anos em um gigante global da mídia que controla a Universal Studios e também uma gravadora de mesmo nome cujo elenco constitui uma verdadeira galáxia de estrelas, de Sting e Eminem ao U-2.