O Grande Roubo do Comércio

O Grande Roubo do Comércio

Bono e Chris Martin do Coldplay apoiaram o lançamento de uma campanha internacional contra as leis mundiais de comércio.

Em um relatório que saiu ontem, a agência de desenvolvimento Oxfam acusou os países ricos de roubarem os pobres em 100 bilhões de dólares a cada ano através do abuso das leis que governam o comércio mundial, impedindo assim que milhões de pessoas escapem da pobreza.

A Oxfam disse que toda a vez que os habitantes dos países ricos compram alguma coisa feita ou cultivada em um país em desenvolvimento, eles participam de um roubo de bilhões de dólares – do modo como funciona hoje, o sistema de comércio mundial tira dinheiro das pessoas que já são pobres.

Para cada dólar que nós damos em ajuda, dois são gastos no comércio injusto, custando aos países pobres 100 bilhões de dólares por ano”, disse Jeremy Hobbs, diretor executivo da Oxfam International durante o lançamento do “Grande Barulho” (“The Big Noise”), uma campanha mundial em 18 países para mudar as leis do comércio. “A globalização está levando milhões ao desespero, criando um mundo mais desigual do que já houve antes, quando poderia fazer o exato oposto.”

Chris Martin do Coldplay, um grande fã do U2 que foi a vários shows da Elevation Tour, acabou de voltar de uma visita de duas semanas ao Haiti e tocou no lançamento em Londres. “Eu me senti como um Bono de quarta categoria”, disse ele sobre sua viagem. “Depois eu me senti como um Bono de terceira categoria e quem sabe eu vou progredir até me tornar um Bono completo.”

Você pode ler o diário de viagem de Chris em www.maketradefair.org

Enquanto isso o atual Bono completo explica que “além das circunstâncias calamitosas e físicas, existe muitas vezes um aspecto estrutural envolvido na pobreza dos países em desenvolvimento.”

Nós tivemos algum sucesso concientizando as pessoas sobre a carga das dívidas velhas e precisamos agora também nos concentrar no status do comércio injusto destas economias nascentes muito frágeis.”

Dando seu apoio à campanha no novo site www.maketradefair.org Bono continua: “Oxfam percebeu corretamente. Não custaria muito mudar as leis de comércio para que os países pobres possam se esforçar para acabar com a pobreza. Mas os líderes mundiais não irão agir a menos que ouçam pessoas suficientes dizendo a eles. E a cada dia que eles não agem, milhares de pessoas morrem porque não podem conseguir o básico para a sobrevivência. É por isso que estou incluindo a minha voz ao Grande Barulho.”

Visite www.maketradefair.org para descobrir mais e inclua a sua voz na campanha do Grande Barulho.

A campanha está sendo lançada ao mesmo tempo em que 144 países da Organização do Comércio Mundial começam a trabalhar em uma nova agenda de negociações comerciais que vão determinar como o comércio mundial será regulado no futuro. Em um novo relatório “Regras Fraudulentas e Padrões Falsos”, Oxfam mostra que 128 milhões de pessoas poderiam sair da pobreza se as parcelas da África, América Latina, Ásia Oriental e Sul da Ásia nas exportações mundiais fossem cada uma aumentadas em apenas 1%.

No entanto, a hipocrisia dos países ricos e os falsos padrões impedem que isso aconteça porque os países ricos estão fraudando as leis de comércio mundial das seguintes formas:

  • Subsidiando fazendeiros ricos em um bilhão de dólares por dia. A superprodução de excedentes agriculturais é jogada nos mercados mundiais, causando queda nos preços e destruindo mercados locais em países pobres.
  • Influenciando a política do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial para abrir o mercado dos países pobres pouco se importando com as conseqüências sociais. Estas são políticas que os países ricos têm eles mesmos rejeitado.
  • Impedindo ou penalisando os países pobres que exportam seus produtos para o mercado dos países ricos. O imposto sobre os produtos dos países pobres é quatro vezes maior do que o imposto sobre os produtos dos países ricos.
  • Sendo indiferente aos preços decadentes e erráticos dos artigos de conveniência, que condenam muitos países pobres à falência, enquanto geram lucros gigantescos para as grandes corporações.
  • Permitindo que as grandes corporações passem por cima dos direitos internacionalmente reconhecidos dos trabalhadores.
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