O nome do Grammy de 2002 é U2

O nome do Grammy de 2002 é U2

O nome do Grammy de 2002 é U2. Os irlandeses devem aquecer as articulações dos joelhos para tanto senta-levanta que a noite poderá lhes proporcionar.

São oito indicações ao total, entre elas as seções cinco estrelas de álbum do ano, música do ano, gravação do ano, melhor álbum de rock e melhor música da categoria rock. Tudo isso graças ao disco ‘All That You Can’t Leave Behind’, visto pelos críticos como um retorno do grupo aos anos 80.

Olhos estarão bem abertos também aos principiantes. Os americanos não perdem as esperanças de oxigenar seus hit parades com sangue novo. O Grammy elege todos os anos novos cantores que parecem moldados em uma mesma fôrma. É a função da categoria revelação. Este ano, concorrem a ela India Arie, Nelly Furtado, Alicia Keys, David Gray e Linkin Park.

Nelly Furtado e Alicia Keys são fortes concorrentes. É bom lembrar que, no Grammy, potencial artístico nem sempre é o que conta. Se em épocas de gastança o evento já servia aos interesses das grandes companhias de discos, em dias de tormenta ele pode ser um salvador.

Alicia não canta nada e seu disco é um tédio. Mas tem dotes físicos de deixar Christina Aguilera na sandália. Nelly, além de ser outra beneficiada pela natureza, firma-se como grande performer de palco. A cantora passou bem pelo teste do Juno Awards, o Grammy canadense realizado no mês passado.

Nascida em Portugal e criada no Canadá, foi reconhecida com Junos de melhor música (I’m Like a Bird’), melhor artista-solo, melhor compositora e melhor produção.

Se o U2 não passar como um trator por cima de seus adversários, deve sobrar algo para Bob Dylan. Entre as três indicações que disputa está a festejadíssima “melhor álbum do ano”. Seu ‘Love and Theft’, eleito pela revista ‘Rolling Stone’ como o melhor de 2001, bate de frente com ‘All That You Can’t Leave Behind’, dos irlandeses. E é um grande favorito. O Grammy pode ser cego mas não é bobo. Em todas as suas edições trata de agradar um velhão do rock-and-roll para manter-se afinado com o gosto popular dos americanos. Se premiar Dylan, desta vez, só fará justiça.

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