NOVA YORK (Reuters) – O astro pop Bono, o co-fundador da Microsoft Bill Gates e o Secretário do Tesouro dos EUA Paul O’Neill debateram no sábado formas mais eficientes para ajudar os pobres durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece em Nova York.
Num painel de discussão, O’Neill expôs a postura da administração Bush em relação à ajuda externa.
Ele disse que o governo dos EUA estava relutante em se comprometer com alguns alvos internacionais específicos ou com o aumento de recursos para financiar a ajuda externa, dizendo que o objetivo era tornar as pessoas de países em desenvolvimento em “agentes do crescimento econômico… e não apenas os objetos de nossa pena”.
“Por que há diferença entre aqueles de nós que são privilegiados e aqueles de nós que não o são é tão incompreensivelmente grande?” O’Neill respondeu à pergunta retoricamente na discussão do painel. “Minha resposta para isso foi que até o momento nós deixamos de ter imaginação… e liderança”.
Gates, cuja Fundação Bill & Melinda tinha anunciado um pouco mais cedo no sábado a doação de 50 milhões de dólares para deter a expansão do vírus HIV, que provoca Aids, disse que a distância entre países ricos e pobres evita a conscientização para a necessidade de ajudar.
Bono, o vocalista irlandês da banda U2, disse que viajou à África por conta própria antes de uma viagem prevista com O’Neill, e afirmou que o perdão da dívida tem produzido efeitos em Uganda, onde o número de crianças na escola triplicou.
Bono disse que, durante discussões com ministros das finanças africanos nas últimas semanas, as estritas condições aplicadas para o fornecimento do perdão da dívida estavam se revelando benéficas naquelas localidades.