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Facebook, Direitos Autorais e Liberdade de Expressão: o caso da remoção das fanpages da UltraViolet-U2 e U2BR 

Facebook, Direitos Autorais e Liberdade de Expressão: o caso da remoção das fanpages da UltraViolet-U2 e U2BR 

Por: Paulo Lilla

Esta semana fomos surpreendidos com a remoção, pelo Facebook, das fanpages da UltraViolet-U2 e U2BR, duas das maiores fanpages do U2 no país. Não houve qualquer justificativa para tal remoção e não foi dada aos administradores das páginas a oportunidade de se defenderem e corrigirem eventuais violações aos termos de uso do Facebook. Tudo leva a crer, contudo, que a remoção das páginas pelo Facebook tenha relação com questões de direitos autorais.

Como resultado disso, todo esse trabalho de anos de divulgação das páginas, com milhares de seguidores, foi perdido sem qualquer aviso prévio ou justificativa e, o que é pior, sem dar a oportunidade de defesa para os administradores das páginas, ou pelo menos a oportunidade de corrigir eventual irregularidade removendo o post supostamente indevido. Enfim, a exclusão das páginas foi arbitrária, indevida, sem justificativa, sem direito de defesa e sem a oportunidade para corrigir o suposto problema.

Se, por um lado, a proteção dos direitos autorais na Internet é importante e, na maioria das vezes revela-se uma tarefa bastante difícil, por outro, a liberdade de expressão é protegida pela Constituição Federal e deve ser preservada, pois é um dos pilares da democracia. Esse debate “copyrights v. freedom of speach” na Internet é antigo, mas ainda está longe de encontrar uma solução equilibrada e ponderada que permita a proteção de direitos de propriedade intelectual sem ferir a liberdade de expressão e outros direitos.

Vou tentar simplificar e evitar o “juridiquês” para explorar essas questões.

De um lado, vemos as grandes empresas de mídia, detentoras de direitos autorais, buscando responsabilizar as redes sociais, como Facebook e Google, por conteúdos postados por terceiros em violação a esses direitos intelectuais. As redes sociais, por outro lado, afirmam que não podem ser responsabilizados porque são meros intermediários, ou seja, apenas serviriam como plataforma para que seus usuários postem conteúdo. É briga de cachorro grande. Vimos esse debate nos Estados Unidos, na Europa e, mais recentemente, no Brasil, por ocasião das discussões que levaram à aprovação do Marco Civil da Internet em 2014.

O fato é que guerras jurídicas foram travadas nos tribunais brasileiros e estrangeiros e, atualmente é bastante firme o entendimento de que as redes sociais não devem ser responsabilizadas pelo conteúdo postado por terceiros, a não ser que, uma vez notificada sobre a existência de violação, a rede social em questão não tome providências para apurar os fatos e adotar uma das seguintes medidas: (i) restaurar o conteúdo, caso se conclua que não houve irregularidades após ouvir o responsável; ou (ii) remover definitivamente o conteúdo, caso se conclua que, de fato, houve violação. Trata-se do sistema chamado “notice and takedown”, ou sistema de “notificação e retirada”, criado pela lei norte-americana de Direitos Autorais do Milênio (Digital Millenium Copyrights Act – DMCA) e disseminado em outros países. A criação do sistema de “notificação e retirada” foi uma tentativa de buscar equilíbrio entre a proteção de direitos autorais e a preservação da liberdade de expressão, muito embora esse sistema seja bastante controverso e muitas vezes acabe por levar à retirada de conteúdos injustamente.

No caso do Brasil, o Marco Civil da Internet busca preservar ainda mais a liberdade de expressão ao exigir uma ordem judicial específica (i.e., uma decisão proferida por um juiz, tal como uma liminar por exemplo) para que um conteúdo seja removido da Internet. Entretanto, essa exigência de ordem judicial não vale para direitos autorais, que ficaram de fora do Marco Civil da Internet para serem objeto de regulação por lei específica (o que até hoje não aconteceu). Portanto, no caso de violações de direitos autorais na Internet, os tribunais brasileiros têm adotado o sistema de “notificação e retirada” acima mencionado.

E como o Facebook lida com a questão? As regras podem ser encontradas nos termos de uso que incluem uma série de políticas de uso dos serviços, cujos links são disponibilizados no próprio site. Embora ninguém tenha o costume de ler termos de uso, é sempre bom lembrar que a utilização da rede social implica a aceitação de todos os seus termos e declarações. Pelos termos de uso do Facebook, para tudo o que postamos, concedemos à rede social uma autorização global para que esta utilize qualquer conteúdo publicado da forma como bem entender.

Em relação à proteção de direitos autorais de terceiros, os termos de uso trazem uma série de regras específicas visando à proteção desses direitos. E é nesse contexto que o Facebook estabelece para si (com nossa aceitação!) amplos poderes para remover qualquer conteúdo ou informação publicada se o site julgar que viola direitos autorais de terceiros. Há diversas seções nos termos de uso com explicações sobre esse tema, inclusive formulários específicos para que qualquer pessoa possa denunciar violações de direitos autorais e intelectuais.

Assim, quando alguém reporta ao Facebook uma suposta violação de direitos autorais por um usuário, incluindo uma fanpage, o sistema de “notificação e retirada” é acionado. E o que isso significa na prática? Significa que o Facebook poderá remover o conteúdo temporariamente para apurar a denúncia.

Mas é nesse mesmo contexto que os termos de uso deixam claro que se um conteúdo for removido e o responsável pelo conteúdo acreditar que a remoção foi feita por engano, o Facebook fornecerá a oportunidade recorrer! Esse direito de recurso está previsto expressamente no item 5.4 da Declaração de Direitos e Responsabilidade.

E mais: uma fanpage não será excluída em razão de um conteúdo específico, a não ser que viole repetidamente os direitos autorais de terceiros, situação em que, de acordo com os termos de uso, o Facebook se reserva ao direito de desativar a conta quando apropriado. Portanto, somente quando houver reincidência, uma medida tão drástica, como a desativação da conta, será tomada.

Por tudo o que foi exposto acima, há motivos mais do que suficientes para questionarmos o porquê de o Facebook ter excluído as fanpages da Ultraviolet-U2 e da U2BR, uma vez que:

1 – Os administradores das páginas desconhecem qualquer violação dos termos de uso ou de direitos autorais de terceiros;

2 – O Facebook em nenhum momento notificou os administradores das fanpages sobre a qualquer violação de seus termos de uso ou de direitos autorais de terceiros;

3 – Se não houve notificação aos administradores sobre eventuais violações, não há motivos legais para excluir as fanpages de maneira definitiva.

4 – Não foi dada aos administradores a oportunidade de recorrer prevista expressamente no item 5.4 da Declaração de Direitos e Responsabilidades.

Portanto, cabe aos administradores do UltravioletU2 e da U2BR buscarem uma solução para esta questão junto ao Facebook. Todos nós esperamos que as páginas sejam devidamente devolvidas e reativadas o mais rápido possível para evitar maiores prejuízos.


Paulo Lilla é advogado em São Paulo, membro do UltraViolet-U2 Fan Club e guitarrista na UltraViolet U2 Tribute Band

#WeWantOurFacebookFanPagesBack

#WeWantOurFacebookFanPagesBack

A chegada da internet ampliou o acesso à informação e possibilitou a disseminação de redes sociais, facilitando o compartilhamento desse amor e fortalecendo os laços de amizade. Deixamos de nos reunir com recortes de jornal nas mesas de bar e nas casas de amigos, e passamos a nos reunir em fóruns de discussão, redes sociais e fanpages. Compartilhamos nosso amor com o mundo, nossas notícias, nossas vidas, nossas amizades.

Porém esse “hábito” parece estar ameaçado. Em menos de uma semana, duas das maiores fanpages brasileiras foram bloqueadas e removidas do Facebook sem nenhum critério e sem nenhum aviso prévio: a UltraViolet-U2 e o U2BR. De mãos atadas e de vozes caladas, um trabalho de anos simplesmente foi apagado. Não pudemos nos defender e apenas fomos avisados de que, supostamente, VIOLAMOS A POLÍTICA DA REDE SOCIAL. Mas como, em qual post? Não nos foram dados esclarecimentos, não nos foi dado direito a defesa, simplesmente nossas vozes foram silenciadas.

Queremos acreditar que “There is no them, There’s only us”, nós, fãs; unidos à nossa banda favorita. Então, U2, por favor, não deixe o Facebook nos calar, não retire o nosso espaço… Como podemos compartilhar nosso amor pela banda, como podemos ser um, sem as nossas fanpages?

Precisamos do apoio de vocês! Precisamos das nossas páginas de volta! Somos um, somos muitos e não aceitamos essa exclusão arbitrária e sem qualquer explicação. Juntem-se a nós e nos ajudem a recuperar a nossa página! “We’re not looking for money. We’re looking for our voices back.”

#WeWantOurFacebookFanPagesBack #WalkOnU2Fans

 

U2 Ultraviolet                                                                                               U2BR

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ultraviolet-u2.com                                                                                         u2br.com

 

“We are one, but we are not the same…” We are not the same, but we are one, we are dozens, we are hundreds, thousands, hundred thousand fans driven by love, a song, a voice, even since times when social networks did not even exist, we have been sticking together to celebrate our passion for the  band that united us all. A band that defends equality, union, equal rights to all; a band that a band that preaches love: the U2.

The arrival of the internet has broadened the access to information and enabled the dissemination of the social networks, thereby facilitating the sharing of this love and strengthening friendship ties. We no longer meet at bars and friend’s houses holding newspaper clippings, as we now get online to engage with friends in forums, social networks and fanpages. We share our love with the world, our news, our lives, our friendships.

However, this “habit” seems to be under threat, as in less than a week two of the largest Brazilian fanpages were blocked and removed from Facebook without any criteria and with no prior notice: U2-Ultraviolet and U2BR. With tied hands and silenced voices, years of work have been simply erased. We could not defend ourselves as we only received an automatic message saying that we had supposedly engaged in VIOLATIONS OF SOCIAL NETWORK POLICY. But how? In which post? No clarification has been given to us and we were denied the right of defense. In other words, our voices have been silenced.

We want to believe that “There is no them, There’s only us”, us, fans United to our favorite band. Therefore, U2, please don’t let Facebook shut us up, do not take our space from us … How can we share our love for the band? How can we be one without our fanpages?

We need your support! We need our pages back! We are one, we are a lot and we will not accept this arbitrary removal and without any justification. Stay with us and help us recoup our pages.  “We’re not looking for money. We’re looking for our voices back.”

#WeWantOurFacebookFanPagesBack #WalkOnU2Fans

 

U2 Ultraviolet                                                                                              U2BR

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ATENÇÃO – Page do Ultraviolet no Facebook sai do ar!

ATENÇÃO – Page do Ultraviolet no Facebook sai do ar!

Caros UVs: O Facebook, sem aviso prévio, retirou a página do fã-clube ULTRAVIOLET-U2 do ar. Estamos tentando restaurar a página para podermos continuar a mantê-los informados de tudo o que acontece com a banda. Pedimos que vocês tenham paciência. Tentaremos manter todos informados através do grupo: U2 Ultraviolet-U2.

Obrigada

A Administração.