POP 15 anos

POP 15 anos

O álbum Pop foi lançado há exatos 15 anos. Muitos o amam, muitos o odeiam. A verdade é que nem o próprio U2 se sentiu completamente feliz com o resultado. Muitos problemas fizeram parte deste cenário.

Bono: “Pop é o som do U2 tentando fazer uma ode à cultura dos clubes, sem usar as ferramentas da dance music, que eram os loops, a bateria eletrônica e pro-tools. A seção de ritmo tinha apontado isso. Eu pensei que nós poderíamos ter ambos, mas eles não queriam nada eletrônico. Eles justamente apontaram que isso não nos faria únicos ou extraordinários. (…) A coisa que nós deveríamos ter feito era parar, re-organizar e continuar com as músicas num nível mais alto Mas nós não fizemos. E, pior do que isso, nosso empresário conversou com a gente sobre o mais abominável dos crimes: marcar a turnê.”

A questão do prazo em terminar o álbum foi marcante e decisivo. Para o U2, a banda não teve a oportunidade de terminar o disco da maneira como eles gostariam.

Outro problema também foi a cirurgia do Larry. O baterista estava com problemas na coluna desde o The Joshua Tree. Ele esperava ficar afastado por um tempo pra se recuperar, mas ficou chateado da banda entrar no estúdio sem ele.

Larry: “O que aconteceu é que eu voltei ao estúdio depois de três semanas, tocando por sete, oito horas, o que não foi bom pra minha coluna, eu precisava de mais tempo para me re-estabelecer (…) Nós estávamos desmontando as músicas e as re-estruturando.”

Não só a saúde do Larry influenciou neste processo de gravação, mas também a de Bono. O cigarro estava afetando sua voz.

Paul: “Quando eu comecei a ser o empresário da banda, Adam e eu fumávamos e nenhum dos outros três fumava. Agora todos fumam, com exceção do Adam e eu. Bono começou com o fumo meio tarde. Eu já era um ex-fumante e me lembro de dizer, ‘Eu não acredito que você começou a fumar. Você não está preocupado que isso pode prejudicar a sua voz?’ Ele disse, ‘Esse é o problema. Eu gosto do que está acontecendo com a minha voz’. Estava dando um timbre mais áspero mas isso estava para mudar. Começou a ir e vir.”

Adam: “Bono teria uns poucos dias bons e uns outros dias ruins. As vezes a voz dele estava lá e era ótima, mas outras vezes era ruim e sumia sem uma razão aparente. Pessoalmente, eu acho que o problema pode ter sido o estúdio. Nós estávamos bem perto de uma fábrica de concreto e se você deixasse algo fora por alguns dias, estaria coberto de poeira. Eu acho que se você tem cordas vocais sensíveis, poeira de concreto não é provavelmente uma coisa boa para elas.”

Com tantas pressões e os prazos apertados porque a turnê já estava marcada mesmo antes do álbum estar completo, a banda deixou claro que não teve tempo de terminar as músicas. Concordam que Pop tem canções fantásticas, porém inacabadas.

Larry: “Se nós tivéssemos mais dois ou três meses para trabalhar, nós teríamos tido um álbum muito diferente. Eu gostaria um dia de trabalhar novamente naquelas músicas e dar a elas a atenção e o tempo que elas merecem”.

Edge: “Um álbum que começa com a promessa radiante de ‘Discotheque’ e termina com a noite escura da alma, que é ‘Wake Up Dead Man’. Essa é realmente a história do making of do álbum”.

Paul: “Pop é sempre descrito como o álbum que não teve tempo suficiente para ser terminado. Eu passei por muitos momentos ruins (…) Havia tantas pessoas envolvidas, com a mão no álbum, que me surpreendeu que não tenha conseguido ser como o esperado. E houve muitas distrações. Também foi a primeira vez que eu comecei a pensar que a tecnologia estava ficando fora de controle (…) Eu não gosto do título do álbum, particularmente. Eu não tinha certeza de como irônico você poderia ser no rock and roll e eu imaginei que você não poderia ser tão irônico assim de forma nenhuma. Chamá-lo de Pop carregou a mensagem errada. Não era um álbum pop, era um álbum moderno, mas o U2 ainda era uma banda de rock and roll.”

Citações retiradas do livro “U2 BY U2”

3 Replies to “POP 15 anos”

  1. Melhor álbum do U2. Espero que eles tenham problemas assim com todos os próximos álbuns. mostrando a língua

    Mesmo assim, eu percebo a história do “inacabado” e acho que várias versões single das músicas são melhores do que as versões dos álbuns (Please e If God Will Send His Angels). Eu também adoro Discoteque Hexidecimal Mix, mas é uma versão diferente da do álbum.

    Popmart em São Paulo 31/01/1998. apaixonado

  2. Não é o meu favorito, longe disso… Acho um disco que sobrou vontade de experimentar e faltou um pouco de senso. Não é um disco pra sustentar uma turnê do tamanho da Popmart… E eu nunca teria deixado Holy Joe de fora… 😉

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