Categoria: Álbuns

Carta de Bono aos fãs – Booklet SOE

Carta de Bono aos fãs – Booklet SOE

Em mais de uma oportunidade, Bono afirmou que as letras de SOE eram cartas para pessoas importantes em sua vida. No encarte do novo CD, ele escreve uma longa carta a seus fãs, ouvintes do Songs of Experience.  Num trabalho em conjunto, alguns UVs generosos resolveram traduzir o que ele quis dizer a todos nós.

Desfrutem!

 

SONGS OF EXPERIENCE

Você começa no final.
Você começa com uma tela em branco.
Você começa com nada.
Você começa com o vazio.

Amor é tudo que nos resta

Talvez tenha sido o Dalai Lama que tenha dito que qualquer meditação na vida começa com a pessoa à morte. Soa um pouco sombrio. Não para mim. Eu perdi minha mãe quando tinha 14 anos e aprendi muito com seu desaparecimento. Eu gostaria que eu fosse mais velho, mas como um jovem adolescente, encarando duramente esse vazio, foi onde uma força vital imprimiu um ritmo em mim, quando uma certa rebeldia começou.
Desafiar as probabilidades, desafiar as expectativas das pessoas, desafiar a morte em si. Roubá-la de seu poder sobre mim ou de qualquer outra pessoa. (eu já tinha mania de grandeza desde aquela época).
Eu me lembro de ler Dylan Thomas “e a morte não possuirá nenhum domínio” Grande poema, eu acreditava e ainda acredito. Em algum lugar do caminho eu descobri a alegria como um ato de rebeldia e essa rebeldia foi a essência do romance.

Ninguém vai impedir este dia de ser o melhor de todos
Ninguém nos impedirá de estar onde deveríamos
Eu queria o mundo mas você bem sabia.
E tudo o que nós temos é a imortalidade.

A banda passou muitos verões no sul da França, é um lugar que nos salvou de nós mesmos, nos reapresentou ao amor de nossas vidas, a nossa família, a nossa música, noites se tornando alegres com as manhãs, tardes com o sol a pino. O sol caçoando de irlandeses, pois não éramos apenas brancos, éramos rosa. O mediterrâneo repousa lá como um lago. Trazendo uma calma que eu raramente encontro em qualquer outro lugar. Mas nos últimos verões, está havendo um certo presságio, onde costumava haver um plácido horizonte, pudéssemos ou não ver, uma vez que lêssemos as notícias e víssemos as imagens, podíamos sentir.

A guerra da Síria estava bem do outro lado da margem.

“Quando tudo está perdido, nós descobrimos o que permanece.
Os mesmos oceanos cruzados.
Para alguns prazer, para outros dor”

Eu tenho pensado sobre a Costa Oeste.

A Costa Oeste da Síria no mesmo mar Mediterrâneo, onde observamos enfermeiros e professores, pessoas que se parecem muito conosco, segurando firme suas crianças, seus poucos pertences, se agarrando a quase nada, a uma esperança, ao sonho de uma outra praia, um barco de borracha, pallets de madeira, destroços humanos desembocando na Itália ou Turquia, quem sabe onde.

Adam chamou a atenção da banda para o fotógrafo e cinegrafista Richard Mosse e sua instalação no Brooklin, usando filme térmico militar para gravar a vida fantasma dos refugiados, isso nos deixou sem palavras, uma sombria, porém extraordinária visão. Então o álbum tem duas canções de amor com pungentes nuvens negras pairando sobre elas, céus de petróleo, lindos, mas inflamáveis.

Summer of Love
Red Flag Day

No ultimo inverno, eu mesmo passei por experiências chocantes que fizeram eu agarrar a minha própria vida como uma tábua de salvação. Muitos de nós tem contato com a mortalidade em algum momento. Seja a nossa própria ou a de alguém que nos seja caro. É uma experiência arrebatadora, eu fui arrebatado.
De cara pra parede, com minhas mãos acima da cabeça, autoridades gritando para eu não me mover. Eu não vou me prolongar nisso ou sobre isso. Eu não quero nomear. Em um mundo de reality show de maior ou menor melodrama, eu posso poupar todo mundo disso.
Seja física, mental ou emocionalmente, muitos de nós enfrentam um grande obstáculo em algum momento de nossa vida.
Eu me sinto fantástico agora, mais forte do que nunca, mas estas músicas tem um ímpeto por trás delas e seria desonesto não admitir a turbulência que eu sentia no momento em que as escrevi.

O gênio que está por trás da genialidade de John Donne e da genialidade de algumas pessoas conduziu-me em segurança à praia. Mas eu confesso que ao longo do caminho, a fé que guiou minha vida desde que eu era jovem, não só não se aprofundou, como se estreitou.

Eu tive que lutar ainda mais duramente por essa fé.
Para ouvir a voz de Deus.
Eu tive que baixar as persianas para o mundo .
Limpar os ruídos do fundo e do primeiro plano. As interferências.
Diminuir o volume da minha mente povoada para ouvir aquela voz quieta e suave que promete a paz que ultrapassa toda compreensão.

Aquela relação que você tem com Deus ou o que quer que você queira chamar de Deus. Uma relação que somente produz a verdade. Eu tive que encarar algumas mentiras que eu vinha contando a mim mesmo. Mentiras como a que minha cabeça é mais dura que o chão. Eu tive que encarar meu próprio medo e meu medo do medo em si. Isso não é fácil para mim.
Mas a voz de Deus voltou, aquela que eu ouvia ainda na infância.
A língua é difícil de traduzir, mas a camiseta dizia: liberte-se, para ser você mesmo, se ao menos você pudesse se ver.
A voz de Iris, a voz de Deus, a voz da amizade, quem sabe?
É poderoso, é perspectiva.
Tempo de voltar pra casa, de descobrir que não era um lugar. Era um rosto, mais do que algumas faces, mas seu coração era meu lar.
Ali.
As luzes do lar.
Eu sempre soube que felicidade não se pode planejar. Que é a fonte de uma vida sendo vivida e amada.
Na mensagem, a tradução da Bíblia de Eugene Peterson, eu li Salmo 100: “Entre com a senha, obrigado. Sinta-se em casa”.
Que frase!
Eu fui em busca da felicidade que não pode ser fabricada. Que não está sujeita à vontade. A felicidade é muito mais fácil de se falsificar.

Uma pílula, uma promessa, um cavalo se aproxima em uma aposta de 10 para 1, um rosto bonito para se imaginar, uma noite na cidade, uma boa gargalhada com grandes amigos…
A alegria é uma coisa diferente.
A grande música é uma alegria… The Beatles, Mozart, Beethoven, Aretha, The Ramones… Há tantos, não há uma lista definitiva.
A alegria explode até mesmo com a raiva,,.
“Raiva é uma energia”, cantou Johnny Lydon no anos 80, com sua banda Public Image LTD, quando o U2 ainda estava tentando se encontrar.
Rage Against The Machine. “Raiva, raiva contra a morte da luz”, disse Dylan Thomas. É onde a raiva vive.

Antes de começar a escrever estas canções de experiência, eu decidi assumir o desafio do grande poeta Brendan Kennelly. ”Se você realmente quer chegar ao lugar onde a escrita vive”, ele me desafiou, “escreva como se estivesse morto”.
É um desafio para se passar, além do ego, além da preocupação de como suas palavras podem afetar as pessoas ao seu redor. É priorizar o que você pode ter a dizer se você acha que estas podem ser as suas últimas declarações.
Eu pensei que era uma boa ideia – até o momento em que não era mais apenas uma ideia e eu estava realmente fazendo isto. Era como uma realidade que estava sendo reproduzida comigo.
Eu gostaria que as pessoas que ouvissem estas canções soubessem que em muitas delas, eu abordei com uma sensação de que poderia não estar mais por perto para escutá-las no rádio ou no fluxo das coisas.

Eu perdi muitos dos meus heróis. Leonard Cohen, David Bowie, Prince. Eu pensei muito sobre a possibilidade de não estar por perto e então fiz estas músicas como cartas de amor.
American Soul é uma carta para a América.
Um país ainda inovando e se reinventando que tem sido a inspiração para esta banda desde a primeira turnê nos anos 80. E todos nós lemos ‘Crônicas De Motel’ de Sam Shepard, ouvimos Patti Smith e conhecemos o grande poeta Allen Ginsberg. Por anos, eu tenho sido um chato, um pé no saco para quem quiser ouvir, tentando explicar que a América não é apenas um país, é uma ideia. É uma grande ideia também. Mas enquanto nós gravávamos essas 12 músicas, sentimos que a ideia da América estava sendo desafiada, talvez até mesmo distorcida, de maneiras bastante problemáticas.

O crescimento das ideologias de extrema-direita que rejeitam o conservadorismo dominante nos Estados Unidos não é uma surpresa – estão ocorrendo por todo o mundo – mas ver isto nos EUA, ver a Ku Klux Klan marchando pelas ruas de Charlottesville sem seus trajes ridículos e chapéus pontudos, é um novo nível de perigo e absurdo. Edge descreve isto como ‘a doença mental do racismo’ sem máscara. Por que eles se sentem tão encorajados? Falar de banir os muçulmanos da América por medo da ameaça de terrorismo seria como os britânicos nas décadas de setenta e oitenta banirem todos os irlandeses do Reino Unido por medo que um de nós pudesse fazer parte do IRA. É claro que poderíamos, mas você não pode interditar o ar porque ele carrega um vírus. E então nós nos sentimos traídos ao ler todas aquelas palavras de Emma Lazarus no pedestal da Estátua Da Liberdade, belas palavras: “Dêem-me os cansados, os pobres, suas massas apinhadas que anseiam por respirar em liberdade.”
Sim, eu me sinto traído.

Cartas de amor…..
The Showman é uma carta de amor para qualquer um que cai na arrogância de um artista de muito pouca confiança. Você conhece aquele fenômeno muito pouca confiança? De qualquer forma, é uma carta para qualquer um de qualquer plateia. Nós damos à luz para estas canções, mas é o público que dá vida e sentido a elas. O relacionamento do artista e do público, no U2, é um romance muito louco, mas também um desafio. Tem que ser assim. Há um acordo entre as partes. Nós não temos que nos preocupar com colocar nossos filhos na escola ou como pagar a viagem da família nas férias, enquanto nosso público não precisa se preocupar sobre a banda dar tudo o que ela tem de melhor. É por isso que o U2 demora tanto tempo para finalizar a gravação de nossos discos, finalizar as canções, é por causa disto. The Showman era uma grande demo, mas só se tornou uma grande canção quando Larry sentou atrás de sua bateria e, em uma sessão, modificou todo o take para a melodia.

Desde o início, Larry, Adam, Edge e eu assinamos este acordo para o negócio e não houve praticamente nenhum show onde isso não tenha sido verdade, mas este conjunto de canções nos custou mais do que esperávamos. O ego fica menos maleável na medida que você vai ficando mais velho, não é? Enquanto empurrávamos as canções para lhes dar uma forma, estávamos empurrando uns aos outros para fora do que estava se formando. Eu acredito que sobrevivemos, mas a melhor música do U2 tem sempre que sair do questionamento. Então, novamente, os cantores são as últimas pessoas que você precisa ouvir quando eles não estão cantando. Artistas são as últimas pessoas que você pode confiar em assuntos relacionados à performance deles. Nós podemos rir quando as coisas não são engraçadas, nós podemos chorar em um close-up.
‘Eu minto para viver
Eu amo fingir
Mas você torna isso verdadeiro
Quando você canta junto’

Cartas.
Há cartas para filhos e filhas.
Love Is Bigger Than Anything In Its Way
13 (There Is A Light)
Get Out Of Your Own Way
Aos parceiros. Para Ali
You’re The Best Thing About Me (é claro, esta é fácil)
Tem também Landlady (obviamente)
‘A senhoria me impulsiona para o alto. Eu vou, eu vou onde eu não ousaria’
Quem pagou por minha caminhada antes de eu conseguir dois pences, quem providenciou uma cama e não se entediava quando o compositor estava escrevendo sobre si mesmo em círculos. A pergunta que não saía da minha cabeça era se eu conseguiria fazer uma música pra Ali, uma canção de exortação, sem provocar aquela náusea de sentimentalismo? É difícil. Hummm, talvez humildade, se eu pudesse lembrar como aquilo era, poderia ajudar. Humor?
”E eu nunca vou saber, nunca saberei o que “poetas que passam fome” quer dizer;
Porque quando eu estava sem dinheiro, foi você que sempre pagou o aluguel’

‘Eu tenho chorado
O quão ruim pode ser um bom momento
Falar da boca para fora
Isto é uma outra grande coisa sobre mim…’
‘Nunca subestime o ego masculino, querida’, como Marianne Faithfull colocou. Eu percebi isso. A crise de meia idade em que você pensa que não está tendo uma crise de meia idade.
O amor sempre foi o nosso assunto principal, mas o amor nem sempre é amável. ‘Somos fortes o suficiente para um amor comum?’ É a pergunta correta. São muitas as canções que patinam em torno deste assunto, mas as duas canções bônus do álbum não.
Tão frio quanto um acordo é The Book Of Your Heart.
Eu queria escrever sobre uma paixão fria. Eu reli The Fisherman do Yeats onde ele fala de seu desejo para uma poesia ‘tão fria e apaixonada como o amanhecer’.
Eu tentei pensar através daquilo, e eu vim com a linha ‘Essa é a beleza da cicatriz.
Esse é o acordo do coração’.
É um tipo de referência ao casamento, ao juramento dos relacionamentos. Há um preço em juramentos feitos no amor quando jovens, mas no final o preço nunca é alto o suficiente, é?
(Vale muito à pena).

Se existe algo interessante sobre o ato de escrever é que isso sempre irá revelar o escritor e eu quis mergulhar nu nessas Songs of Experience, (canções de experiência).
Não apenas nadar nu, mergulhando com os que eu amo. Eu queria tirar a minha pele. Apresentar-se em público é sempre uma strip-tease, mas ao escrever você revela coisas que você não sabia que não estava usando. Você se expõe. Eu não tinha certeza de quem eu não era ao escrever sobre Little Things that Give you away. Até que eu percebi que era eu mesmo e que isso era um diálogo entre minha inocência e minha experiência. A inocência se altercando com a experiência até que esta se quebra.
“Eu te vi nas escadas.
Você não notou que eu estava lá.
É porque você estava falando para mim e não comigo.
Você estava bem acima da tempestade.
Um furacão nascendo.
Mas essa independência pode custar sua liberdade.”

”Hey, esse não é o momento para não estar vivo…”

No final da experiência, através da sabedoria, esperamos recobrar a inocência. Alguém chamou de “a segunda ingenuidade”.

O amor é tudo que nos resta…
“Uma criança chora da soleira da porta. A única coisa que pode ser mantida”

The Blackout é uma carta para o momento em que nós estamos onde o apocalipse tanto pessoal quanto político se misturam. Não apenas o monstro de pedra dizimado pelo tempo, mas a democracia jurássica à beira da extinção.
Soa melodramático? Bem, é o que esperamos da ópera, não? Grandes melodias, grandes emoções.
Não acho que seja exagerado.
A democracia no fundo é apenas um ponto fora da curva na história. Liberdade, igualdade e fraternidade não são condições humanas, são? São aspirações tomadas à força por revoluções sangrentas. É um lance sangrento e conturbado. Assim como traumas pessoais, também com distopia política. The Blackout.
”Na escuridão, onde você aprende a ver.
Quando as luzes se apagam, nunca duvide.
A luz que realmente poderíamos ser”

“Se, entretanto, você quer olhar para as estrelas”, disse Annie Dillard, “você descobrirá que a escuridão é necessária.”
É na escuridão onde realmente nos vemos.
Onde descobrimos quem somos.
Onde somos deixados com nada.

Você começa no final.
Você começa com uma tela em branco.
Você começa com nada.
Você começa com o vazio.

 

Bono

 

Tradução by:

Gracia Cardeal

André Joe

Revisão by:

Mari Carla Giro

Ana Vitti

Weezer

Patrícia Moura

 

MEGA ATUALIZAÇÃO!

MEGA ATUALIZAÇÃO!

Foram longos cinco anos e sete meses entre um lançamento e outro. É notório que No Line On The Horizon está longe de ser um álbum favorito dos fãs – menos ainda para a mídia, que usa o baixo número de vendas para rotulá-lo como fracasso. O próprio U2 acabou abandonando a divulgação do disco no decorrer da 360° Tour. Portanto, era mais que natural a grande expectativa para o lançamento de seu sucessor. Neste período houve muita especulação, tanto da mídia, dos fãs e também da própria banda – que “ameaçou” lançar um próximo álbum cerca de um ano depois de No Line. Ele se chamaria “Songs of Ascent”, mas nunca viu a luz do dia. Ouvimos e falamos de tudo um pouco: foram sucessivas supostas datas de lançamento e incontáveis adiamentos, rumores, tentativas de antever ou adivinhar o que estava a caminho.

Mas o que ninguém esperava era que o dia 9 de setembro de 2014 chegaria para, sem alarde, nos trazer Songs of Innocence, neste que já entrou para a história como o maior lançamento de álbum de todos os tempos.

Neste especial que a Ultraviolet preparou você vai saber em detalhes tudo o que envolve este já tão importante álbum na carreira do U2.

Vem com a gente! Navegue pelos links abaixo.

O lançamento: álbum gratuito para meio bilhão de pessoas!

O lançamento: álbum gratuito para meio bilhão de pessoas!

Finalmente o dia que tanto esperávamos chegou: 9 de setembro de 2014. A menos que você tenha estado fora do planeta Terra nas últimas semanas, já deve saber que o lançamento do álbum Songs of Innocence foi feito no evento Keynote da Apple, sem aviso prévio. Com direito a apresentação ao vivo da banda, que tocou a nova “The Miracle (of Joey Ramone)”, mesma canção usada na propaganda que promove o álbum no iTunes. O aplicativo foi o canal escolhido pelo U2 e pela gigante da tecnologia para divulgar o novo trabalho.

Reveja a apresentação completa: desde o anúncio da parceria feito por Tim Cook até o gesto simbólico de apertar um botão para que as músicas fossem “enviadas” para os cerca de 500 milhões de usuários do iTunes espalhados pelo planeta gratuitamente.

Os assinantes do U2.com receberam um e-mail cerca de uma hora antes do lançamento, que já dava a dica: fiquem atentos, pois haverá uma surpresa ainda hoje. Minutos depois do anúncio oficial, novo e-mail foi disparado, desta vez com detalhes sobre o novo trabalho.

Começou então a corrida dos fãs, ávidos por novo material depois de um hiato tão grande. Bastava ter o iTunes instalado no computador ou em qualquer dispositivo Apple (iPod, iPhone ou iPad) para ouvir o novo disco – disponível até o dia 13 de outubro de 2014. No dia seguinte saem as versões em CD (simples e deluxe).

São 11 músicas, duração total de 48 minutos:

1- The Miracle (of Joey Ramone)
2- Every Breaking Wave
3- California (There Is no End to Love)
4- Song for Someone
5- Iris (Hold Me Close)
6- Volcano
7- Raised By Wolves
8- Cedarwood Road
9- Sleep Like a Baby Tonight
10- The is Where You Can Reach Me
11- The Troubles

O download veio também com um arquivo PDF equivalente ao encarte do CD. Ele contém todas as letras das músicas com seus respectivos créditos, além de fotos e um texto que ocupa duas páginas em que a banda fala um pouco sobre as canções e suas inspirações.

Como já havíamos especulado anteriormente, confirma-se que os produtores do álbum são Danger Mouse, Flood, Paul Epworth e Ryan Tedder.

A escolha do U2 em inovar e fazer um lançamento deste porte foi bastante polêmica e gerou muitas reações, tanto positivas quanto negativas. E ainda repercute, duas semanas depois. Muitas críticas, como a de “invasão de privacidade” devido ao fato de as músicas terem sido baixadas automaticamente, sem solicitar autorização do usuário, começaram a tomar conta da internet quase que automaticamente.

Se a ideia era criar furor e fazer as pessoas falarem sobre o U2, não importa se mal ou bem, a estratégia foi bem sucedida. Dificilmente alguém passou despercebido pela menção à banda nos últimos dias.

Ouça Songs of Innocence na íntegra!

Hotsite especial U2 feito pela Apple

ATUALIZADO: mídias físicas de Songs of Innocence e a capa oficial

ATUALIZADO: mídias físicas de Songs of Innocence e a capa oficial

O lançamento do álbum Songs of Innocence ocorre no dia 13 de outubro, e terá dois formatos. O CD simples vem com as 11 músicas que já conhecemos e um encarte de 24 páginas.

Já a edição deluxe dupla contará com quatro faixas extras: Lucifer’s Hands, The Crystal Ballroom, The Troubles (versão alternativa) e Sleep Like A Baby Tonight (versão alternativa por Tchad Blake). Também haverá versões acústicas de seis músicas do álbum principal: Every Breaking Wave, California, Raised By Wolves, Cedarwood Road, Song For Someone e The Miracle. O pacote inclui, ainda, dois livretos de 16 páginas.

Nos EUA e na Europa o álbum também sai em vinil duplo branco. Nos dois lados do LP 1 e no lado A do LP 2 estarão as 11 faixas do álbum e, como extra, o lado B do segundo disco traz uma versão estendida da inédita The Crystal Ballroom. Não há previsão de lançamento da versão em vinil no Brasil.

A pré-venda dos CD’s já está disponível em alguns sites:

Livraria Saraiva

Livraria Cultura

Livraria da Folha

Para quem tiver interesse em importar a versão em vinil, pode encomendar pela pré-venda da Amazon Canadá:
http://www.amazon.ca/Songs-Innocence-Vinyl-U2/dp/B00NI5RHT6

 

A CAPA

Foi confirmada a foto de Larry abraçado ao filho Aaron Elvis como capa oficial do álbum. Em matéria publicada no site oficial da banda, a imagem “reflete as novas músicas e sua inspiração do início do U2 como adolescentes em Dublin”.
O texto prossegue:

A impactante foto feita por Glen Luchford de Larry Mullen Jr protegendo seu filho de 18 anos remete à icônica [capa do] álbum de estreia Boy – e do álbum War, quatro anos depois.

Ambas traziam o rosto de um menino, Peter Rowen, irmão mais novo de Guggi, o amigo de infância de Bono que cresceu com ele na Cedarwood Road.

“No U2 nós sempre fomos uma comunidade, de família e amigos”, Bono explica. “Songs Of Innocence é o álbum mais intimista que já fizemos. Com esse disco estávamos em busca do [som] cru, nu, de nos despir de tudo”.

A ideia de uma relação única de pai e filho, com essa imagem, veio da banda. A foto de Larry com o filho foi inicialmente uma experiência, mas todos a adoraram como metáfora visual para o disco.

“Se você ouvir o álbum”, reflete Bono, “você vai ver as músicas numa linguagem visual, e que como se apegar à sua própria inocência é muito mais difícil quando você se apega à de outra pessoa”.

 

Mídias físicas Songs of Innocence

“Flashbacks para Songs of Innocence”

“Flashbacks para Songs of Innocence”

Quem baixou Songs of Innocence via iTunes percebeu que, além das músicas, havia um arquivo PDF, que era o encarte do álbum. Além das letras e algumas fotos, nas últimas páginas há um texto escrito por Bono, que você confere traduzido agora.

Clique nas imagens para ampliar.

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Como a crítica reagiu a Songs of Innocence

Como a crítica reagiu a Songs of Innocence

Do ponto de vista dos fãs que acompanham a banda há muitos anos, a impressão geral sobre Songs of Innocence é boa. As músicas parecem ter agradado a maioria dos fãs. O mesmo não se pode dizer da imprensa: parte considerável das resenhas publicadas em revistas de música, cadernos de entretenimento de jornais e mesmo sites independentes não poupou críticas. Dentre estas, a sensação que fica é que existe certa aversão em relação à postura de Bono e todas as suas atividades não relacionadas à música, e que isto contaminou, possivelmente, avaliações que poderiam ter sido mais isentas.

Selecionamos uma lista com as principais resenhas publicadas nos dias seguintes ao lançamento, incluindo 10 revistas especializadas em música, com um pequeno resumo. Clique nos links para acessar os sites e ler na íntegra.

Em inglês:

Revistas de música

Rolling Stone (EUA)
A revista foi a primeira a publicar uma resenha do álbum, minutos após o lançamento – o que leva a crer que eles tiveram acesso com exclusividade. É uma avaliação bastante positiva, com direito a 5 estrelas. O faixa a faixa conta um pouco da história de cada música, pontuando com declarações de Bono (que deu entrevista à revista) e trechos das letras, e avaliando a musicalidade e a influência dos produtores.


Hot Press
A Hot Press também avaliou bem o álbum, descrevendo cada faixa em seus pontos altos. Destaca o lado emocional de Iris, considerada brilhante e “de arrepiar o cabelo da nuca”, além da pegada crua da guitarra de Volcano – comparando-a a Elevation.O artigo cita uma das possíveis inéditas, “Lucifer’s hands”, descrevendo-a como “a big tough dirty rock track” (uma faixa rock grande, durona e suja).

Billboard
Crítica favorável, que afirma que a ousada estratégia de lançamento do álbum só poderia ter dado certo vindo de “uma banda que leva estádios abaixo com sua música colossal”. E crava: “Melhores faixas: Volcano, This is Where You Can Reach Me e Iris”.
NME
A New Musical Express tem uma relação de amor e ódio com o U2 há tempos. No texto sobre o novo álbum isso fica claro – a avaliação 4/10 não se preocupa em mostrar os pontos altos, focando apenas em apontar falhas em cada uma das faixas – dizendo, por exemplo, que California “evoca imagens simplistas”, e que em Iris há “um dos poucos momentos em que Bono não força a barra”. Para finalizar, afirma que This is Where You Can Reach Me “fede”.
Mojo
Este texto destrincha o álbum, tentando desvendar cada canção e posicioná-la no contexto histórico de maneira positiva. Descreve Songs of Innocence como “o mais surpreendentemente fresco, enérgico e coeso álbum do U2 em anos” e “o álbum com a temática mais completa desde Achtung Baby”. Vale a leitura, que vai fundo no detalhamento de cada faixa, inclusive com riqueza de curiosidades e fatos pouco conhecidos.
Pitchfork
Resenha neutra, que mostra Songs of Innocence como um álbum mediano, sem nada de especial. Afirma, entre outras coisas, que a mensagem geral é “emocional porém sem forma, na esperança de que se encaixe na experiência das pessoas”, e que o U2 continua demonstrando “pouco interesse em se reavaliar como banda ou como pop stars”. Dá, porém, destaque a algumas faixas, ressaltando suas características positivas.


Paste Magazine
Mais um texto que avalia de forma relativamente tranquila o álbum, sem exaltar nem criticar em excesso. A resenha ressalta que o U2 faz um flashback de sua carreira, mas sem tentar refazer os passos que os levaram ao sucesso, reservando a nostalgia para as letras. E que a banda criou “um olhar para o passado com as lentes do presente”.


Consequence of Sound
Esta crítica se apoia mais na estratégia de lançamento do que na música em si. Chama a parceria com a Apple de “arrogante” e “marketing de guerrilha que empurrou o álbum goela abaixo nas pessoas”. No entanto, faz seu mea-culpa ao afirmar que o “não é de todo ruim (…) e soa aos ouvidos do mesmo jeito que qualquer outro disco do U2”. Destaca como “faixas essenciais” Song for Someone, Iris e Sleep Like a Baby Tonight.
Spin
O autor já começa a crítica dizendo que gostava apenas do U2 dos anos 80 e que não é lá muito fã dos trabalhos mais recentes, nem da conduta de “benfeitor” de Bono. Mas consegue avaliar Songs of Innocence a partir da perspectiva de volta às origens que a banda buscou, mesmo dizendo que não se comoveu com músicas como Iris e Every Breaking Wave.
Vulture
O título do texto é um tanto sensacionalista: “Songs of Innocence é totalmente lindo e totalmente entediante”. Abre comparando a grandiosidade do lançamento à crítica que o U2 fazia ao capitalismo na turnê Zoo TV, mas consegue ser relativamente sóbrio ao falar do álbum e citar seus altos e baixos. É um texto extenso e interessante, com um toque de ironia, mas sem pender para a arrogância.

 

Jornais da Irlanda, Grã Bretanha e Estados Unidos:

Irish Times

Independent

Daily Mail

Daily Telegraph (texto por Neil McCormick, que acompanha o U2 desde o início da carreira)

The Guardian

US News

USA Today

New York Times

Financial Times

New York Post

Los Angeles Times

Revista Time

Revista Newsweek
No Brasil (jornais e sites):

Estado de S. Paulo

Folha de S. Paulo

Veja

Whiplash

Portal R7

 

Novo álbum lançado: Songs of Innocence

Novo álbum lançado: Songs of Innocence

ENFIM A ESPERA ACABOU! Foi tão esperado e já está valendo a pena! O novo álbum foi lançado hoje, 09 de setembro de 2014, e stará disponível gratuitamente no iTunes até o dia 13 de Outubro.

Este é o tracklist de “Songs of Innocence”:
1- The Miracle (of Joey Ramone) – música tocada ao vivo durante o evento
2- Every Breaking Wave
3- California (There Is no End to Love)
4- Song for Someone
5- Iris (Hold Me Close)
6- Volcano
7- Raised By Wolves
8- Cedarwood Road
9- Sleep Like a Baby Tonight
10- The is Where You Can Reach Me
11- The Troubles

U2 planeja terminar o novo álbum ainda este ano

U2 planeja terminar o novo álbum ainda este ano

Apesar das recentes alegações que o U2 empurrou seu novo álbum e turnê para 2015, um porta-voz da banda afirmou que o 13º álbum ainda está em curso para ser lançado este ano.

Segundo a Billboard, o novo álbum do U2 só seria lançado em 2015 e a nova turnê só começaria na metade de 2015. Além disso, a banda teria recentemente marcado sessões adicionais com os produtores Ryan Tedder e Paul Epworth.

No entanto, um porta-voz da banda dissipou as alegações de que o álbum será adiado até 2015: “O álbum do U2 está previsto para este ano, ainda está no caminho certo e planos para a turnê ainda não foram confirmados”, disse ao Guardian.

Novo álbum e nova turnê só em 2015

Novo álbum e nova turnê só em 2015

A Billboard recebeu informações de fontes não citadas que o novo álbum do U2 só será lançado em 2015 e a nova turnê só irá começar na metade de 2015. Além disso, a banda recentemente marcou sessões adicionais com os produtores Ryan Tedder e Paul Epworth, embora Danger Mouse ainda seja o produtor central do projeto.