U2 & Eu: Andréa

U2 & Eu: Andréa

Eu sou Andréa, tenho 41 anos, moro em São Paulo, adoro ler, viajar, sair com amigos, praticar caridade e viver bem. Amei encontrar todos os grupos no Facebook, vocês são as únicas pessoas que me entendem.

Minha história com o U2

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Como muitos de vocês sou considerada louca, boba e chata por amar tanto o U2. Esse amor começou quando tinha apenas 11 anos. Estava assistindo a um daqueles programas de clipes que já não existem há muito tempo, quando me deparei com uma banda que nunca tinha visto antes. Achei o vocalista um gato, meus olhos brilharam e eu fiquei hipnotizada com o U2 cantando Pride. Foi amor à primeira vista.

A partir deste dia, comecei a pesquisar sobre a banda dos 4 jovens irlandeses. A cada descoberta, meu amor aumentava mais. Todas as músicas tinham algo em comum comigo, achava esse fato surpreendente e tive certeza de que tinha encontrado minha cara metade!!!

Comprei discos, revistas, camisetas, etc. Daí começaram as críticas: “ Ah, como você é boba”; “Não aguento mais ouvir U2”; “Dá pra parar de falar desses caras?”. Enquanto todas as minhas amigas se desesperavam pelo Menudo, eu continuava fiel ao Bono e cia.

Fui uma jovem idealista que sonhava em mudar o mundo e Bono era meu maior e melhor exemplo: pela sua luta contra a miséria na África, pela paz entre as nações, pelos direitos iguais, entre outros engajamentos. Quando assistia o clipe do “Do they know it´s Christmas” chorava e tinha certeza de que ele era minha alma gêmea, rsrs. Coisas de adolescente…

Recebia críticas de todos pelo meu fanatismo sem limites, exceto de uma pessoa: meu pai, que resumia a banda e Bono em “udois”.  Ele comprava jornais, revistas, discos importados, shows em VHS – a secretária dele ajudava na busca de novidades, coitada… Se ele estivesse assistindo TV e alguma matéria sobre o U2 fosse anunciada, ele começava a gritar: “Dé corre que o ‘udois’ vai passar na televisão”.

Em 1998, o U2 anuncia sua vinda ao Brasil. Enlouqueci, fui nos 2 shows de São Paulo e chorei muito, gritei como histérica, confesso que não lembro nada da turnê POP, só deles cantando “I still haven´t found…” vagamente, e Bono apresentando a banda. Nos 2 shows, meu pai me levou até o estádio e ficou me esperando do lado de fora do Morumbi. Quanto o show acabava, eu corria até ele e o abraçava. Nós 2 chorávamos como crianças, eu por ter visto meus ídolos e ele por ver minha felicidade…

Chegou o ano de 2006 e o U2 volta ao Brasil com a turnê Vertigo. Novamente fui aos 2 shows, só que dessa vez foi diferente, lembro deles inteiros. O que mais me marcou foi Bono cantando “Sometimes you can make…” de forma tão dolorida e cheia de saudades de seu pai. Mais uma vez, o meu estava me esperando do lado de fora do estádio, na primeira noite nos abraçamos e choramos. Na segunda, fui surpreendida: quando corri para abraçá-lo, ele fez sinal de para, pra mim e falou:

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“Espera filha, como o “udois” é feio!”

Eu: “Como assim pai?”.

Ele: “Ah, ele parou o carro aqui, desceu e me cumprimentou e a todos os que aqui estavam, mas que sujeitinho baixinho e feio”.

Quase morri…

O que aconteceu foi que quando o U2 estava chegando ao Morumbi, Bono pediu pro motorista parar o carro e foi até o povo que estava em uma determinada região para distribuir autógrafos e tirar fotos, porque ele pensou que eram fãs que não tinham conseguido ingresso. Eu quase enfartei, fomos brigando até minha casa. Primeiro porque ele achou Bono feio e segundo porque eu estava morrendo de inveja. Ele ria da situação e dizia que um dia eu ia conseguir abraçar e ganhar um beijo do “udois”.

Em 2011, o U2 traz ao Brasil sua maior turnê: 360º. Fantástica. 3 shows em São Paulo, comprei ingressos para todos os shows, só que desta vez foi muito diferente, meu pai não estava mais aqui… Fui a todos os shows sozinha e saia chorando, porque não havia mais ninguém me esperando… E uma música do U2 tinha tudo a ver comigo: Sometimes you can’t make it on your own. Parecia ter sido feita especialmente para falar da relação com meu pai, meu sentimento por ele e a dor da perda, que nunca passa.

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No domingo, segundo show, sai de casa logo no começo da tarde, peguei a Marginal e num estalo mudei o caminho. Fui direto ao hotel onde a banda estava hospedada. Poucas pessoas estavam ali, porque os seguranças falavam que o U2 já tinha ido pro Morumbi. Mas eu decidi ficar um pouco, porque àquela hora já não iria ficar em um bom lugar na pista.

Meia hora depois, Edge desceu. Ele só me deu um autógrafo. Pedi 1 beijo, mas ele negou. Pedi pra segurar na sua mão, com certeza ele me achou uma louca, mas concedeu meu desejo. Ah, que mãos finas e suaves… A essa altura, a frente do hotel estava lotada.

Eis que surge Bono… Distribuiu vários autógrafos, abraçou algumas pessoas e se encantou por uma criança. Quando ele veio em minha direção e chegou perto de mim (que já estava aos prantos), me olhou, me abraçou e me deu um beijo no rosto… Em meio a toda aquela emoção, sentia meu pai dizendo: Tá vendo? Eu disse que um dia o “udois” ia te beijar…

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E essa é minha história de amor pelos 5 homens da minha vida: Bono, Edge, Adam, Larry e Olimpio.

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6 Replies to “U2 & Eu: Andréa”

  1. Nossa que lindo …amei imensamente a sua história e o começo da história com suas ilusões e fanatismo e mesma que a minha e também a idade que começamos a gostar da banda e do Bono aos 11 anos de idade hoje com quase 30 sinto o mesmo amor e chorei em ler suas palavras.Emocionante!

  2. Andréa,muito linda a sua história.Emocionei-me com seu amor pelo U2 e a relação com sua vida e de seu pai.São relatos assim que nos inspiram a continuar amando essa grande banda.

  3. Oi adorei sua historia e me lembro perfeitamente de vc na frente do hotel, tambem estava la,eu peguei autografo nos meus braços do bono e do edge e tatuei, eu sou o gelson cavalcante, e adoraria te conhecer beijoss

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