U2 & Eu: Marina

U2 & Eu: Marina

“Eu sou Marina. Geminiana típica, idealista à moda antiga e sonhadora como criança. Jovem de 30 e poucos anos, advogada e estudante de petróleo e gás. Curiosa por astronomia e louca por U2”.

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A primeira pergunta que nos fazem é sempre a mesma: como começou a sua paixão pelo U2? Eu não tenho uma resposta exata para essa questão. Não tenho datas, não tenho um fato específico – como todo grande amor, adentrou na minha vida lentamente, tomou espaço, ganhou importância e dela não saiu mais. E hoje a minha vida é inconcebível sem essa trilha sonora. O som da banda é meu bálsamo, meu conselheiro, minha redenção.

Conheci o U2 ainda na adolescência, em uma dessas aulas de inglês em que o professor coloca uma música como atividade para traduzir a letra e escutar a pronúncia. Era ONE, uma dessas “mais tocadas” da época, suficiente para despertar a curiosidade de conhecer um pouco mais da banda que a fez – será que eles tinham outras músicas tão boas quanto essa?

Tinham. Muitas outras, tão boas ou melhores. E assim fui me aprofundando no mundo dos irlandeses, escutando álbuns mais antigos, acompanhando a banda, tentando entender as letras. A propósito, para meu lado religioso aflorado, as letras do U2 tornaram-se um vínculo importante com a banda. Era sempre delicioso descobrir passagens bíblicas e salmos nas letras. E, nesse momento, percebi que as letras do grupo não eram composições aleatórias, mas algo com um significado muito forte a ser explorado.

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Tempos depois, eis que me deparo com o real significado de ONE e, para mim e minhas histórias familiares com seus desajustes e desacertos, ela parecia ser uma tradução de sentimentos. Hoje é impossível ouvi-la ao vivo sem ir às lágrimas e o refrão ‘One Love One Life’ virou tatuagem, o símbolo visível das marcas da banda em mim.

Um dia, meu avô estava na UTI e em um determinado dia, o quarto estava com som ambiente. Tocava baixinho uma série de músicas clássicas e, de repente, no meio da sequência, escuto ‘With or Without You’. Não me recordo exatamente da minha reação ou do meu comentário sobre a música, mas foi a última vez em que vi meu avô com vida. Durante muito tempo não consegui escutar a música e só voltei a ouvi-la ao vivo, nos shows da Vertigo Tour. E assim tem permanecido até hoje: uma recordação sagrada a ser ouvida apenas ao vivo. Escutei novamente na 360º Tour e, quem sabe, volte a fazê-lo na próxima turnê.

E assim seguiu minha história com o U2, amando cada música, tendo várias delas como trilhas de fatos da minha vida. Ora escutando ‘If you wear that velvet dress’ para lembrar de um grande amor, ora ‘Walk On’, para me motivar durante fases turbulentas. Às vezes, escutando ‘40’ como oração, às vezes escutando ‘Lemon’, para dançar comigo mesma no meio da sala.

Devo ao U2 minhas melhores recordações e as melhores noites da minha vida, que foram nos shows. Devo a eles, inclusive, grandes amigos. Pessoas que se aproximaram para compartilhar o amor pela banda e hoje me dão o prazer de compartilhar a vida. Valiosas amizades que hoje contam uma década, como a do Thiago e da Gláucia, presentes do U2 para mim.

Essa é a minha relação do mais puro amor com a banda, que alguns podem chamar de fanatismo. Mas assim continuará sendo, Love is not an easy thing (…) it’s the only baggage that you can´t leave behind.

 

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