Bandas que o U2 gosta; Roxy Music

Bandas que o U2 gosta; Roxy Music

Bandas que o U2 gosta; Roxy Music

Olá!

Depois de um longo e tenebroso inverno, vamos para mais uma matéria sobre as bandas que influenciaram ou que simplesmente os nosso quatro senhores de Dublin absorveram na sonoridade da banda durante essa jornada de trinta e cinco anos.

quem acompanhou a matéria anterior, com o Elbow, eu havia prometido uma matéria com David Bowie, mas hoje, assistindo sensacional documentário “More Than This – The Story of Roxy Music”, indicado por um dos meus ídolos da escrita musical, André Barscinsky em seu blog na Folha de São Paulo, resolvi falar um pouco sobre o Roxy Music, uma das bandas mais sensacionalmente cafonas e criativas da história da música e que, como veremos á seguir, influenciou diretamente o U2, principalmente, durante os anos noventa.

Tudo começou com o estudante de arte Bryan Ferry, em 1970. Recém demitido de uma escola onde ensinava cerâmica (?!?!), ele resolveu juntar alguns músicos para montar um tipo diferente de banda. Uma que colocava o visual e a interpretação cênica em primeiro lugar. “Fazer música como se pintava quadros”, como diz no documentário o tecladista Brian Eno. Sim, ele mesmo, o produtor e praticamente ‘quinto membro’ do U2 desde “The Unforgettable Fire”, em 1984. Junto dos dois “Brians” estavam o guitarrista Phil Manzanera, o baixista Graham Simpson, o baterista Paul Thompson e o saxofonista Andy Mckay, formação já fora dos padrões do rock feito na época, onde Hippies psicodélicos criavam o rock progressivo e o Hard Rock começava a estourar, com Led Zeppelin e afins.

Em seus dois primeiros discos, “Roxy Music”, de 1972, e “For Your Pleasure” de 1973, a banda desenvolveu um som único, impossível de ser classificado se observarmos do ponto de vista da época; Pré-Disco, pré-Glam Rock e pré-Punk Rock. Sim, o Roxy Music influênciou esses três gêneros. E muito!

Um dos atrativos do documentário citado acima para nós, fãs do U2, é, já de cara, vermos Bono resumindo como foi assistir a apresentação da banda no programa “Top Of The Pops”, em 1972, tocando a clássica “Virginia Plain”; “Imagine que você é um adolescente do norte de Dublin e alguns alienígenas chegassem na TV”. Era um pedaço da Pop-Art de Andy Warhol viva, alí, no meio da careta sociedade britânica da época.

No documentário, produzido pela BBC, vemos, além de Bono, gente como Steve Jones (ex-guitarrista dos Sex Pistols), Siouxie Sioux (ex-vocalista do Siouxie & The Banshees), Andy Taylor (baixista do Duran Duran), gente do Human League, Goldfrapp e Chic simplesmente ovacionando os caras. Reparem que eu mencionei gente de estilos musicais completamente diferentes. Isso é o que, em dois discos, o Roxy Music conseguiu fazer. Não existia nada fora do lugar; Música, arte, letra, conceito, moda… Tudo estaria perfeitamente encaixado hoje em dia se fosse necessário. “Há personagens e cenas. É como “Casablanca”!” diz Bono no documentário.

Até as capas da banda eram diferentes. A idéia, segundo Ferry, era trazer um universo sexy que não era visto no mundo Pop.

Dessa fase, músicas como “Bitters End”, “Ladytron”, “2HB”, “Do The Strand”, “In Every Dream Home a Heartache” e, claro, a melhor de todas, “Virginia Plain”, simplesmente soam atemporais;

Ainda em 73, Brian Eno deixou a banda, o que os libertou para um caminho mais Pop. Eno, com seu jeito cerebral de fazer música, impedia que a banda chegasse a plenitude de sua capacidade popular. Se por um lado era o gênio que compartilhou com Bryan Ferry todo o conceito artístico inicial, os dois dividiam também o controle criativo e, naquele momento, os caminhos se separaram. Seria como se Bono e Edge, logo após “The Unforgettable Fire”, resolvessem que cada um tinha direcionamentos diferentes a seguir.

(A polêmica capa de “Country Life”, de 1974; Imaginem a molecada na loja de discos…)

Nos três álbums seguintes, “Stranded”, também de 1973, “Country Life”, de 1974 e “Siren”, de 1975, a banda gerou uma mini-beatlemania na Inglaterra. A banda passou de estranha e conceitual a uma das fábricas de hits da década; “Street Life”, “A Song For Europe”, “All I Want Is You”, “The Thrill Of It All”, “Bitter-Sweet”, “Both Ends Running” e a maior de todas, “Love Is The Drug”;

A banda se separou no final da turnê em 1975 e se dedicou a uma série de projetos solo, mas quando voltou a se reunir para mais três discos (“Manifesto”, de 1979; “Flesh and Blood”, de 1980; e “Avalon”, de 1982), o som da banda passou a ser influenciado pelo o que eles haviam inspirado em primeiro lugar. A música passou a ser mais dançante e menos preocupada com experimentação. As faixas dessa época, como “Trash”, “Angels Eyes”, “Dance Away”, “Over You”, “Avalon” e, especialmente, “More Than This”, fizeram a banda emplacar nos Estados Unidos, pavimentando uma bem sucedida carreira solo de Bryan Ferry durante todos os anos oitenta, com as clássicas “Slave To Love” e “Don’t Stop The Dance”, que podem ser ouvidas na rádio cafona mais perto de você (rss).

(Capas de “Avalon”, de 82, último disco de estúdio da banda e de “Boys & Girls”, primeiro disco solo de Bryan Ferry após a separação; Discos que estouraram nos EUA)

Após quase vinte anos totalmente separados, a banda se reuniu em 2001, sem Eno, para uma série de shows. Em 2005, a banda resolveu se reunir para um novo álbum, dessa vez, com produção de Eno, que voltaria a colaborar com a banda depois de mais de trinta anos. Depois de algum tempo e várias tentativas frustradas, a banda resolveu desistir de um novo álbum e continuou a somente excursionar em paralelo com show solo de Bryan Ferry.

Além da óbvia influencia trazida por Brian Eno em todos os discos que ele produziu para o U2, a banda se influenciou muito pela sonoridade experimental e glamourosa desenvolvida durante a fase anos 90, em “Achtung Baby”, “Zooropa” e “Pop”. Canções como “So Cruel”, “Babyface” e “Do You Feel Loved?” carregam esse lado sexy muito usado pelo Roxy. Fora o guarda roupa da banda, que ganhou cores e personalidade. Além dos personagens, principalmente, durante a “PopMart”.

Além das óbvias influências sobre os Góticos, New Romantic e Eletro-Pops dos anos oitenta, muitas bandas do chamado “Brit-Pop” dos anos noventa e da Eletrônica do novo milênio, como Suede, Supergrass, Pulp, Portishead, Radiohead e Blur são fãs declarados da banda. O Radiohead chegou até a regravar três canções em parceria com alguns dos membros originais do Roxy para a trilha do filme “Velvet Goldmine”, de 1998, sob o pseudonimo de “The Venus In Furs”;

Pela definição de Bono, “Eles são realmente uma grande banda por que definitivamente inventaram algo novo”.

É isso! Espero que tenham gostado do especial! Deixem comentários e sugestões!

Até mais!

2 Replies to “Bandas que o U2 gosta; Roxy Music”

  1. Parabéns, excelente! É desses artigos que eu gosto, algo relacionado ao gosto musical deles, algo não muito abordado por outros sites, muito bom mesmo! Continuarei acompanhando.

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