Mês: julho 2011

Moncton, 30/7/2011

Moncton, 30/7/2011

E acabou…

Ontem aconteceu o último show da ‘360’ em Moncton, no Canadá, com a ilustre companhia Arcade Fire, e com o maior set list dentre todos os shows. Confira!

  1. “Space Oddity” (Intro)
  2. “Even Better Than The Real Thing”
  3. “The Fly”
  4. “Mysterious Ways”
  5. “Until The End Of The World”
  6. “I Will Follow”
  7. “Get On Your Boots”
  8. “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” / “Springhill Mining Disaster”
  9. “Stay (Faraway, So Close!)”
  10. “Beautiful Day” / “Space Oddity” (Citação)
  11. “Elevation”
  12. “Pride (In The Name Of Love)”
  13. “Miss Saravejo”
  14. “Zooropa”
  15. “City Of Blinding Lights”
  16. “Vertigo”
  17. “Miss You” (Citação) “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” (Remix) / “Discotheque” (Citação)
  18. “Sunday Bloody Sunday”
  19. “Scarlet”
  20. “Walk On”
  21. “One” / “Hallelujah” (Citação)
  22. “Where The Streets Have No Name”
  23. “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me”
  24. “With Or Without You”
  25. “Moment Of Surrender”
  26. Out Of Control”
  27. 40”

Fechando com chave de ouro, “40”, que foi executada de maneira completa pela primeira vez em toda a tour. É a primeira vez na história da banda que uma música estréia no último show da tour.

Durante os 110 shows e pouco mais de anos de tour, a banda executou um repertório extremamente variado de canções; Resgatou faixas esquecidas, como “The Unforgettable Fire”, “Love Rescue Me”, “Scarlet”, “Zooropa” e “Your Blue Room”, que assim como “Electrical Storm”, foram tocadas pela primeira vez. Até “Spanish Eyes”, b-side da época do álbum “The Joshua Tree” foi lembrada.

Outra novidade nessa tour foi a execução de canções qua ainda não haviam sido lançadas, como “Boy Falls From Sky”, “Return Of The Stingray Guitar”, “Every Breaking Wave”, “Mercy”, “Glastonbury” e “North Star”.

A turnê também foi marcada pelo grande cancelamento de shows, quando no ano passado, Bono teve de ser operado urgentemente de um problema no nervo ciático. Quando voltou, a banda optou por deixar de lado as músicas do mais recente álbum, que vinha sendo divulgado até então, e optou pelo resgate de material antigo e novo material, citado acima. Uma das grandes sacadas, foi a reeinveção de “Even Better Than The Real Thing”, que ganhou um arranjo mais dançante perfeito para a abertura do show;

No total, a banda toco 61 canções e, como curiosidade, “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” foi tocada 111 vezes. Isso mesmo, você não leu errado; Ela foi tocada mais vezes que o número total de shows, já que no segundo show em Barcelona, na abertura da tour, ainda em 2009.

Aqui vai a lista completa de músicas e o número de vezes que elas foram executadas; (Fonte; U2 Gigs)

·I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight (111 times)
·Beautiful Day (110 times)
·City Of Blinding Lights (110 times)
·Get On Your Boots (110 times)
·One (110 times)
·Vertigo (110 times)
·Walk On (110 times)
·Where The Streets Have No Name (110 times)
·With Or Without You (109 times)
·Moment of Surrender (108 times)
·Sunday Bloody Sunday (108 times)
·I Still Haven’t Found What I’m Looking For (96 times)
·Magnificent (96 times)
·Elevation (94 times)
·Mysterious Ways (93 times)
·Until The End Of The World (82 times)
·Miss Sarajevo (66 times)
·Pride (In The Name Of Love) (65 times)
·Ultra Violet (Light My Way) (64 times)
·MLK (63 times)
·In A Little While (50 times)
·Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me (46 times)
·The Unforgettable Fire (46 times)
·No Line On The Horizon (44 times)
·Scarlet (44 times)
·Breathe (43 times)
·I Will Follow (42 times)
·Stuck In A Moment You Can’t Get Out Of (36 times)
·Unknown Caller (34 times)
·Return Of The Stingray Guitar (33 times)
·Even Better Than The Real Thing (31 times)
·New Year’s Day (29 times)
·Stay (Faraway, So Close!) (29 times)
·Zooropa (27 times)
·North Star (15 times)
·Happy Birthday (14 times)
·The Fly (14 times)
·Bad (13 times)
·All I Want Is You (12 times)
·Mercy (10 times)
·Desire (9 times)
·Angel Of Harlem (8 times)
·Glastonbury (7 times)
·Your Blue Room (7 times)
·Out Of Control (6 times)
·Love Rescue Me (4 times)
·One Tree Hill (4 times)
·Stand By Me (4 times)
·Electrical Storm (3 times)
·Every Breaking Wave (3 times)
·Mothers Of The Disappeared (3 times)
·Party Girl (2 times)
·40 (1 time)
·Boy Falls From The Sky (1 time)
·Knockin’ On Heaven’s Door (1 time)
·She’s The One (1 time)
·Sólo Le Pido A Dios (1 time)
·Spanish Eyes (1 time)
·The Auld Triangle (1 time)
·The Model (1 time)
·Yiğidim Aslanım Burda Yatıyor (1 time)

O futuro? Quem sabe…

Nada de concreto foi dito sobre o próximo álbum tão pouco da próxima tour. Sabemos que ao final desse ano teremos a reedição especial de 20 anos do clássico “Achtung Baby”, que trará ainda “Zooropa” no embalo. Ano que vem, provavelmente, teremos mais notícias sobre um possível novo álbum. Bono vinha dizendo que a intenção da banda era de ‘diminuir’ para a próxima gira, tocando mais lados B e músicas raras. Seria sensacional, mas dificilmente veríamos um show como esse por aqui.

Por enquanto, é desfrutar das várias gravações piratas dos shows e voltarmos para os nosso amados álbums para matar a saudade.

Tivemos dois membros da lista in loco em Moncton e assim que voltarem publicaremos aqui vídeos exclusivos, fotos e, claro, muitas histórias da aventura. Fiquem ligados.

Para mais imagens, clique aqui.

Turnê do U2 bate recorde dos Rolling Stones

Turnê do U2 bate recorde dos Rolling Stones

A banda irlandesa U2 encerra a terceira parte de sua turnê, a “360° Tour”, esta noite no Canadá, e quebra com ela o recorde de turnê mais lucrativa da história, fechando seu caixa com pouco mais de US$ 736 milhões (R$ 1,14 bilhão) – até então o título pertencia a turnê “A Bigger Band”, dos Rolling Stones, com US$ 558 milhões (R$ 867 mihões).

A disputa entre os grupos é antiga, pois quando assumiu a primeira posição do ranking, em 2007, os Stones derrubaram a “Vertigo Tour”, do U2, que havia arrecadado US$ 389 milhões (R$ 605 milhões).

Grande parte do sucesso da “360°”, que teve início em 30 de junho de 2009, em Barcelona, e passou pelo Brasil abril de 2011, se deve ao palco desenvolvido pela banda, formado por um conjunto de garras que situam o U2 no centro do estádio, o que aumenta em 25% o espaço do público.

Com um público final de 7,26 milhões de pessoas, o grupo liderado por Bono Vox deve permanecer por um bom tempo no topo da lista de turnês mais lucrativas, principalmente após os Rolling Stones desmentirem os boatos de uma nova turnê no final de 2011.

Fonte: IG – Último Segundo

Clipe de “Rise Above 1”

Clipe de “Rise Above 1”

Foi lançado hoje o vídeo “Rise Above 1”, trilha do musical Homem Aranha: Turn Off The Dark. O clipe foi filmado nos dias 19 e 20 de junho, em Nova York, e contém uma mistura de imagens de Bono e Edge com Reeve Carney, também interpretando a música, e cenas de backstage e ensaios da peça.

Confiram:

Bono se encontra com estudantes via ONE Campaign

Bono se encontra com estudantes via ONE Campaign

Na Filadélfia, estudantes da Universidade de Michigan e da Universidade da Flórida puderam se encontrar com o Bono. Eles foram os vencedores de uma competição promovida pela ONE, campanha liderada por Bono.

O grupo de estudantes se mobiliza pra conquistar cada vez mais adeptos nas escolas à causa: a extrema pobreza mundial e a prevenção de doenças.

Depois de assistirem ao show do U2, os universitários puderam se encontrar pessoalmente com Bono. Ele fez questão de incentivar os jovens, em mostrar os resultados positivos já obtidos na África e também destacou a importância em ser criativo e se divertir fazendo a diferença para ajudar o mundo.

Durante o show, Bono promoveu a campanha da ONE tentando convencer mais pessoas à causa. E também agradeceu ao trabalho que está sendo feito pelos estudantes da Universidade de Michigan e da Universidade da Flórida.

Saibam como vocês também podem ajudar, acessando ao site http://www.one.org . Inclusive, está rolando uma petição neste momento, é só assinar: http://act.one.org/sign/horn_of_africa/?source=horn_of_africatw

Pittsburgh, 26/7/2010

Pittsburgh, 26/7/2010

Buenas!

Ontem aconteceu o penúltimo show da ‘360’, em Pittsburgh. E teve presente ao final… Veja o set list;

  1. “Space Oddity” (Intro)
  2. “Even Better Than The Real Thing”
  3. “The Fly”
  4. “Mysterious Ways”
  5. “Until The End Of The World”
  6. “I Will Follow”
  7. “Get On Your Boots”
  8. “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” / “The Promissed Land”
  9. “Stay (Faraway, So Close!)”
  10. “Beautiful Day” / “Space Oddity” (Citação)
  11. “Elevation”
  12. “Pride (In The Name Of Love)”
  13. “Miss Saravejo”
  14. “Zooropa”
  15. “City Of Blinding Lights” / “Singing In The Rain (Citação)
  16. “Vertigo” / “Two Hearts Beat As One” (Citação)
  17. “Miss You” (Citação) “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” (Remix) / “Discotheque” (Citação) / “Life During Wartime” (Citação) / “Psycho Killer” (Citação) / “Please” (Citação)
  18. “Sunday Bloody Sunday”
  19. “Scarlet”
  20. “Walk On”
  21. “One” / “Hallelujah” (Citação) / “Purple Rain” (Citação)
  22. “Where The Streets Have No Name” / “Singing In The Rain” (Citação)
  23. “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me”
  24. “With Or Without You”
  25. “Moment Of Surrender”
  26. Bad” / “Walk On The Wild Side” (Citação) / “40” (Citação)

Bad” fez mais uma rara aparição na turnê, dessa vez, em seu encerramento. A canção ainda contou com a citação de “Walk On The Wild Side”, de Lou Reed, que é usada desde 1985 e “40”, que foi muito usada como citação durante a “Elevation Tour”, em 2001.

Outra citação que vale uma menção é a de “Two Hearts Beat As One” em “Vertigo”, que não era usada há mais de 20 anos!

Para mais imagens, clique aqui.

Próximo show em Moncton, em um gran finale, com participação do Arcade Fire e com cobertura exclusiva da UV. Até lá!

Documentário do U2 no Festival de Cinema de Toronto

Documentário do U2 no Festival de Cinema de Toronto

O documentário “From The Sky Down”, que revela como o U2 produziu o disco Achtung Baby, abrirá o Festival de Cinema de Toronto.

O filme é dirigido por Davis Guggenheim e foi gravado no começo deste ano, quando a banda estava em Winnipeg. O documentário traz entrevistas e imagens, que contextualizam a concepção do álbum de 1991.

“From The Sky Down” será exibido no dia 8 de de setembro, na abertura do festival que é um dos principais eventos de cinema do mundo. O Festival de Cinema de Toronto acontecerá entre 8 e 18 de setembro.

Especial U2 Books

Especial U2 Books

O U2 parece ser uma eterna fonte de inspiração para jornalistas e escritores. Há uma enorme quantidade de livros publicados sobre eles nesses já mais de 30 anos de carreira, e a cada dia surgem novas publicações. A qualidade desses livros varia muito. Alguns são ótimos, outros totalmente dispensáveis.

Ler sobre o U2, pra mim, representa o melhor de todos os mundos, especialmente no original em inglês: porque adoro ler, adoro o U2, e adoro o inglês. Talvez por isso nesses últimos 10 anos já adquiri mais de 30 livros sobre o U2 e/ou sobre o Bono. Muitos deles estão com edições esgotadas, e isso inclui infelizmente alguns dos melhores.

Me interesso por livros sobre a história do U2, ou sobre sua arte, ou ainda registros fotográficos. Há muitos livros publicados versando sobre religião e fé, explorando a espiritualidade deles e do Bono. Usei o verbo “explorar” propositalmente, porque alguns desses livros são óbvios caça-níqueis. Eu não compro. A única exceção nesse tema é o livro de Steve Stockman, que considero bom.

Dito isso, aí vai uma pequena resenha sobre os livros que tenho e já li. A idéia é publicar uma espécie de guia pra ajudar a decidir na hora de comprar. A relação está em ordem cronológica de publicação.

Segue a primeira parte, com os 3 primeiros livros:

The U2 File, A Hot Press U2 History, edited by Niall Stokes
Omnibus Press, 1985

Ótima compilação de artigos e entrevistas da revista irlandesa Hot Press, que acompanhou o U2 desde os primeiros passos na cena local de Dublin nos anos 70. Essa primeira compilação abrange o período de 1978 a 1985. Contém o primeiro artigo da revista sobre eles, “Yep! It´s U-2“, escrito por Bill Graham, publicado em 28.04.78, para o qual fiz uma versão em português divulgada antes na UV. As notas explicativas entre parênteses não fazem parte do texto original. Mantive a grafia do nome da banda no artigo, isso mesmo, com hífen. Confiram:

Sim, é o U-2

Outro concorrente para o título vago deixado pelos Rats (nota: Boomtown Rats, a banda do Bob Geldof) e The Radiators (nota: Radiators from Space, banda do Steve Averill, que assumiu logo em seguida o design gráfico da banda, além de sugerir o nome U2), o U-2 aparece na cena musical com alguns apoiadores altamente influentes. Com Steve Rapid agindo como mentor (embora não seja o empresário) e o interesse da CBS, a banda da zona norte (nota: zona norte de Dublin) tem feito progresso desde cedo, antes mesmo de se aventurar no já conhecido circuito de shows do centro. Seu crescimento recente em importância deve-se à vitória em um concurso de talentos da Evening Press/Harp Lager.

Normalmente, tais concursos são assunto sem importância mas Jackie Hayden da CBS foi um dos juizes e ficou suficientemente impressionado para pagar por uma curta sessão demo em Keystone, e foi onde eu os encontrei. Eu tenho que admitir que não foi uma das sessões mais felizes, a inexperiência da banda aparecendo naquilo que se poderia chamar de um trabalho apressado. Seus primeiros números foram as últimas canções, que sofreram enquanto eles ainda estavam aprendendo a medir a eles mesmos e o estúdio. Só bem mais tarde é que o verdadeiro potencial deles veio à tona.

O U-2 descreve a si mesmo como provedores do pop New Wave, embora eles
sejam espertos o bastante para evitar o agora falecido rótulo power-pop. Contudo, eles também tiveram inclinações para o hard-rock, não surpreendentemente já que eles costumavam se concentrar nessa música, quando eles ainda tinham o nome antigo de The Hype. A seu favor vemos que eles não disfarçam esse contexto.

A seu favor, novamente, o fato de que o U-2 é uma banda ainda jovem, eles estão no último ano da escola. Eles impressionam como indivíduos articulados, conscientes e dedicados ao trabalho, que estão preparados para ponderar os conselhos de outras pessoas, enquanto embarcam nessa vocação. Eles falam como quem pretende ser profissional, a qualidade primária na batalha pelo reconhecimento. Todas essas qualidades e a juventude deles fazem do U-2 uma banda para o futuro, com atitude para crescer e se desenvolver rapidamente.

Já que eles ainda estão estudando para o Exame de Conclusão (nota: da escola secundária), eles não estarão imediatamente disponíveis para maiores informações por mais um mês ou dois. Mas mesmo assim, eles são uma evidência animadora de que o fluxo de bandas jovens ainda não secou. Quem são os próximos? Vocês, três. (nota: vai aí obviamente um trocadilho com o nome da banda, que também pode ser entendido como Vocês, dois)”

Há ainda a primeira matéria de capa da Hot Press, edição de 26.10.79, com o títulos “Boys In Control“, assinada pelo Niall Stokes, além de diversas entrevistas, e de reviews de Boy, October, War e The Unforgettable Fire. Uma entrevista com o Bono, feita por Liam Mackey, publicada originalmente na edição de 05.08.83 da revista, é uma das minhas preferidas nesse livro. O artigo tem o título Articulate Speech Of The Heart, e é resultado de uma conversa entre Bono e o jornalista que durou da meia noite até amanhecer. Simplesmente emocionante constatar a eloqüência, substância, maturidade, e clareza de propósitos dele, na época com 23 anos apenas.

O livro está com edição esgotada há décadas, mas eu recomendo pra quem se interessa pelo assunto, caso encontre algum exemplar usado à venda.

Unforgettable Fire, Past, Present, and Future – The Definitive Biography Of U2, by Eamon Dunphy
Warner Books, 1987

A “infamous” biografia autorizada pelo U2, que mais tarde foi bastante criticada por eles e pelo Paul McGuinness. A grande bronca é que Eamon Dunphy era um jornalista irlandês conhecido e respeitado, porém no mundo dos esportes, não na música. Segundo Neil McCormick em seu artigo “The Unbelievable Book”, publicado na Hot Press em dezembro de 1987, o livro contem diversos erros, desinformação e comentários equivocados. O principal problema parece ser mesmo a falta de background do autor sobre a cena musical da época, em especial sobre a era punk e pós-punk. Mesmo assim, considero um livro interessante de ler. Ainda é o único livro que conta a história familiar de cada um deles. Mesmo no U2 By U2, esse tema não chega a ser tratado com muitos detalhes. A biografia vai até o lançamento de The Joshua Tree.

Também está com edição esgotada há décadas. É interessante, mas enfim, em razão dos erros não considero “a must have”.

U2 Three Chords And The Truth, edited by Niall Stokes
Omnibus Press, 1989

Essa é a segunda compilação de artigos da Hot Press, dessa vez compreendendo o período 1985 – 1990. Da mesma forma que The U2 File, há entrevistas e reviews de álbuns e singles. O livro começa com um apanhado geral da carreira do U2 até 1990, com o ótimo artigo “The Making Of a Legend”, e na sequência traz matérias, publicadas antes na Hot Press, sobre a participação deles no Live Aid, sobre a parceria do Bono com o Clannad, sobre a Conspirary of Hope tour, Self Aid, Sun City, Rattle and Hum filme e álbum, e por aí vai. Dois artigos são os meus preferidos: “The World About Us” traz uma entrevista com Bono, Edge, Adam e Larry logo após o lançamento de The Joshua Tree, onde eles falam sobre o álbum e o que viveram até ali, e “I Still Haven´t Found What I´m Looking For”, sensacional entrevista com o Bono no Natal de 1988, onde ele reflete sobre sua vida, sobre a Irlanda, sobre sua fé, e sobre o U2, entre outros temas.

Da mesma forma que The U2 File, está com edição esgotada, mas vale à pena comprar mesmo usado, na minha opinião. Os dois livros trazem muitas fotos lindas, que são uma viagem no tempo.

No próximo capítulo falaremos sobre os livros U2 Burning Desire, U2 Faraway So Close, e Race Of Angels The Genesis Of U2, e talvez mais alguns.

MT

Especial U2 Show – Parte 9

Especial U2 Show – Parte 9

Em mais um especial sobre o sensacional livro “U2:Show”, de Diane Scrimgeour , Maria Teresa nos tras hoje dois importantes personagens do ‘universo’ U2 de duas fases disntintas. Carol Dodds, responsável pelos vídeos da ZOO TV, Malcom Gerrie e Gavin Taylor, respectivamente, produtor e diretor do vídeo “Under a Blood Red Sky”, em Red Rocks. Vamos lá?

CAROL DODDS

Um pequeno trechinho do artigo de Carol Dodds, que foi diretor de video da ZOO TV:

É uma experiência única trabalhar com o U2 porque eles são uma das poucas bandas que pagam generosamente por tecnologia inovadora, de ponta, que leve a performance deles a áreas ainda não exploradas. Eles também se interessam pela integração com a arte visual. Naquela época, foi o uso mais avançada de video já feito e eu abracei totalmente a abertura para visão artística que eles apoiavam. Ao mesmo tempo, a banda estava bem consciente dos custos envolvidos, então isso significava encontrarmos o equilíbrio correto.”

Um número impressionante de pessoas tem comentado comigo estórias sobre o efeito que a ZOO TV teve no uso de video. No final das contas, eu acho que a ZOO TV e o U2 causaram um substancial efeito no futuro da indústria do video. Fico contente por não ter me dado conta disso naquela época. Teria tido um efeito esmagador sobre mim.”

MALCOLM GERRIE e GAVIN TAYLOR

Malcolm Gerrie e Gavin Taylor, respectivamente produtor e diretor do video Under a Blood Red Sky, contam com detalhes como aconteceram as filmagens e tudo o que se passou nos bastidores. Como os U2ers contam no U2 By U2, eles praticamente jogaram todas as fichas e todo o dinheiro deles na produção desse video. Se algo desse errado era falência na certa, e Malcolm e Gavin sabiam disso.

Um pouco da narração de Malcolm Gerrie, que na época era o produtor do programa da TV britânica The Tube, onde o U2 se apresentou várias vezes, e onde o video seria mostrado, em princípio:

Inicialmente era pra ser uma video de 15 minutos dentro do programa normal (The Tube), e então, como o video se transformou em algo histórico, tivemos que mostrá-lo completo. Foi histórico por causa do que aconteceu naquela noite. O tempo estava tão ruim, como se os céus se abrissem. A eletricidade formava um arco, de uma coluna de caixas de som para a outra. Se isso os atingisse, eles estariam mortos. Barry Fey, o promoter, olhou aquilo e disse “Não dá. Esqueça. Vou mandar o público embora.” E então a banda estaria ferrada, basicamente, porque eles haviam colocado todo seu dinheiro nisso. Eu não teria um show para a TV, então também estaria ferrado. Nós todos estaríamos. Era um disastre. Paul estava ao telefone, tentando conseguir outro lugar para o show, e me pediu se nós podíamos manter toda a equipe. Nós tínhamos um helicóptero com um ex-piloto do Vietnam completamente pirado, voando, como nosso cinegrafista a bordo, através das chamas. No fim foi assim: esqueça o clima. Então o que aconteceu foi a atmosfera especial de tudo isso: porque aquela bruma desceu e nós conseguimos segurar metade do público, e a luz…algo realmente muito estranho aconteceu com a luz e o fogo, você sabe, e a coisa toda simplesmente assumiu uma qualidade etérea, mágica, que você não conseguiria reproduzir com efeitos especiais ou filtros.”

Existem duas coisas extraordinárias a respeito do U2. Número um, eles foram provavelmente a mais inteligente, articulada e determinada banda que eu já encontrei. Número dois, eles tinham um dos mais inteligentes e investigativos empresários de qualquer banda que eu já encontrei, e a essas alturas eu já conheci vários. Não há nenhuma diferença entre eles naquela época e agora. Paul dirige a banda de uma forma inteiramente profissional, mas com um toque humano. Isso quebra todas as regras, porque, enquanto eles são dirigidos como uma máquina bem azeitada, no coração dessa máquina existe um coração de verdade. Eu já fiquei na casa do Bono, já frequentamos juntos os mesmos aviões e clubes, e quando ele me encontra em um show deles ele corre até mim e me abraça e roda comigo como um filho perdido há muito tempo. Eu sei que ele faz isso com um monte de gente. Isso é lealdade com um L maiúsculo, e o resultado disso é que eles conseguem tudo e qualquer coisa das pessoas. Eu farei qualquer coisa pelo U2, porque, além do nível profissional, eu os considero como amigos. Eles são pessoas fantásticas, e a música deles é simplesmente brilhante.”

O número de vezes que eles já se reinventaram! Meu trabalho é juntar música e imagens, e ninguém desde o Pink Floyd fez o que eles fizeram em termos de produção de palco. Não há ninguém que os alcance. Ninguém chega perto deles no que se refere aos seus shows, em termos de ambição, risco, perigo e estar adiante do seu tempo. A televisão é 100% estórias: novelas, dramas, corações partidos, tragédias, estórias de amor, e o U2 representa tudo isso, porque a música deles e suas crenças e a forma como eles as apresentam são estórias fantásticas. Então, egoistamente, do ponto de vista de um produtor de TV, isso é o maná do paraíso, porque você sempre, sempre, sempre – 100% das vezes – vai conseguir alguma mensagem fantástica do Bono. Você vai conseguir do Paul McGuinness um ponto de vista extremamente lúcido e inteligente e frequentemente controvertido. Você vai ter uma percepção sincera do Edge. Você vai ter uma declaração totalmente pé-no-chão, direta e corajosa do Adam e do Larry. E sempre vai haver alguma estória.”

Se você pudesse criar um modelo/check list de banda ideal para um produtor de TV, em que se marcaria todas as opções nos quadrinhos – controvérsia, política, música fantástica, espetáculo, dominação mundial – você chegaria ao U2. Há certos indivíduos que chegam perto, mas você tem que pensar muito em quais seriam eles. Como banda, eu acho, eles são únicos a esse respeito.”

Do artigo de Gavin Taylor, achei lindo o parágrafo final, onde ele descreve o resultado de seu trabalho ao filmar Under a Blood Red Sky:

A bruma havia baixado e havia uma garoa fina, e estava muito frio. Mas quando Bono estava cantando, ele estava muito quente, fervendo, então havia vapor surgindo de seu corpo, e a respiração dele formava nuvens de vapor. Foi a combinação da banda, do lugar e das condições climáticas, que eram absolutamente horrorosas, mas que de alguma forma fizeram aquele show. As imagens feitas de helicópteto, a garoa, a bruma e as chamas. As reportagens que se seguiram perguntavam: “isso é um show de rock ou um encontro religioso?” Live at Red Rocks realmente deu partida na carreira deles, particularmente nos Estados Unidos. Os arremessou ao alto como um foguete nos céus.”

Minneapolis, 23/7/2011

Minneapolis, 23/7/2011

Olá!

Mais um show da ‘360’ pelos Estados Unidos aconteceu ontem, sem grandes novidades. Vamos ao set list?

  1. “Space Oddity” (Intro)
  2. “Even Better Than The Real Thing”
  3. “The Fly”
  4. “Mysterious Ways”
  5. “Until The End Of The World”
  6. “I Will Follow”
  7. Get On Your Boots”
  8. “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”
  9. Stand By Me”
  10. Stuck In A Moment You Can’t Get Out Of”
  11. “Beautiful Day” / “Space Oddity” (Citação)
  12. “Can’t Stand The Rain” (Citação) / “Elevation”
  13. “Pride (In The Name Of Love)”
  14. “Miss Saravejo”
  15. “Zooropa”
  16. “City Of Blinding Lights” / “Singing In The Rain (Citação)
  17. “Vertigo”
  18. Miss You” (Citação) “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” (Remix) / “Raindrops Keep Falling On My Head” (Citação) / “Discotheque” (Citação) / “Life During Wartime” (Citação) / “Psycho Killer” (Citação)
  19. Please” (Citação) / “Sunday Bloody Sunday”
  20. “Scarlet”
  21. “Walk On”
  22. “One” / “Hallelujah” (Citação) / “Purple Rain” (Citação)
  23. “Where The Streets Have No Name” / “Singing In The Rain” (Citação)
  24. “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me”
  25. “With Or Without You”
  26. “Moment Of Surrender”

Duas ‘menções’ á serem citadas; “Stand by Me” foi tocada integralmente e com a participação do cantor somaliano K’naan. Em “Stuck In A Moment…”, Bono fez uma tocante dedicatória a Amy Winehouse, que foi encontrada morta ontem pela manhã.

Para mais fotos, clique aqui.

Agora, só faltam dois!

E não percam a nossa cobertura especial do último show em Moncton! Detalhes em breve…