Mês: abril 2011

“Television, The Drug Of The Nation” – Especial Clipes

“Television, The Drug Of The Nation” – Especial Clipes

/// “Television; The Drug Of The Nation” ///

O U2 nasceu na era pré-MTV, mas cresceu com ela. Mesmo não sabendo tirar muito proveito disso no começo. Os primeiros vídeos da banda são paupérrimos, pra não dizer, toscos. “Lost on a Silent Planet”  (Ou Life on a Distant Planet) e “I Will Follow” com seus fundos cromaqui; “Gloria”, onde quatro mendigos vagueiam pelo cais de Dublin. “A Celebration” e sua tentativa de soar New Wave…

New Year’s Day” e Larry segurando a caixa enquanto todos congelam na neve nórdica fingindo ser cavaleiros da paz… “Two Hearts Beat As One” é bobinho que só… “Sunday Bloody Sunday” foi importante porque marcou a imagem da banda ao vivo… Calças apertadas e bandeiras brancas…

Quando a banda decidiu crescer, em “The Unforgettable Fire”, os vídeos deram uma melhorada… Pena que o figurino não… “Pride (In The Name Of Love)” tem três versões…A terceira, dirigida pela mais tarde fantástico Anton Corbjin, é de dar dó… Bono, ao final, parecer sofrer de constipação, coitado…

A faixa título é representada por um clipe soturno, onde quem se destaca é o cabelo chitãozinho de Bono. “Bad” e “A Sort of Homecoming” ganharam versões ao vivo, onde nosso querido senhor Hewson canta com uma camisa preta de padre e um crucifixo junto ao pescoço.

Quando a banda estourou, os vídeos ficaram mais iconográficos… “With Or Without You” é estranho para o tamanho do hit que ele representa. “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” mostra uma banda puritana atravessando a tentação de Las Vegas. “Where The Streets Have No Name” crava “Somos fora-da-lei também! Vamos copiar os Beatles e parar o transito”…

In God’s Country” e “Spanish Eyes” ganharam vídeos feitos a toque de caixa e “Red Hill Mining Town”, que só viu a luz da vida recentemente na caixa comemorativa do aniversário do “The Joshua Tree”. O resultado beira ao homo-erótico.

Na fase “Rattle and Hum”, depois de três clipes fracos (“Desire”, gravado nas ruas de Los Angeles, “Angel Of Harlem” e sua nostalgia e “When Love Comes To Town”, retirado do filme) veio à primeira obra de arte da banda; “All I Want Is You”. Lindo e misterioso. Dez anos pra conseguirem fazer um ótimo clipe!!!

Isso iria mudar dali pra frente…

Os anos noventa chegaram e eles decidiram entregar seu som, sua alma e seu visual pra quem entendia. Saíram os trapos, as botas de cowboy, os babados, os peitos cabeludos e cabeleiras vastas… Bem vindo ao “ZOO TV”!

Mas antes, “Night And Day”, lançado em 1990 mostrava uma transição. Bono ainda aparecia sem camisa e com suspensório, mas o clima já era outro. E quando “The Fly” saiu em 91, às coisas começaram realmente a mudar.

Larry de camiseta dos Ramones, Edge de gorrinho, Adam de Ray Ban e Bono, como um Gene Vincent perdido em Nova York, de couro e óculos escuros. “The Fly” é o nascimento da “ZOO TV”, a mais importante época da banda. “Mysterious Ways” e seu jogo de espelhos, gravado no Marrocos é outro clássico. Uma explosão de cores psicodélica e sensual.

One” teve três clipes e dois deles são os melhores da história da banda; A versões de Anton Corbjin, rejeitada na época e só lançada muito tempo depois, e a construtivista versão de Mark Pellington, rejeitada nos Estados Unidos e substituída por outra, feita por Phil Joanou.

Se um dia uma música foi representada por seu vídeo, aconteceu nesses dois casos…

 “Even Better Than The Real Thing” que tem três versões, todas sensacionais…O efeito criado por Kevin Godley num Loop entrou pra história.

Fora o remix, feito por Paul Oakenfold, que teve um video engraçadíssimo editado por Kevin Godley.

Who’s Gonna Ride Your Wild Horses”, “Until The End Of The World” e “Love Is Blindness” comuns, mas melhores que quase tudo dos anos oitenta.

Na fase “Zooropa”, três clássicos; A ode ás avessas a televisão em”Numb”, uma homenagem ao cinema mudo em “Lemon” e o segundo melhor vídeo da carreira da banda; “Stay”, dirigido por Wim Wenders em Berlim… Como se ali, o ciclo daquela era estivesse se fechando.

Depois, visitaram os quadrinhos em “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me”, onde a música e o vídeo são ótimos, mas o filme no qual foi inspirado… Pelamor;

Um vídeo raríssimo dessa época, é do tributo á Marvin Gaye, que Bono participou, numa parceria com o rei da Soul Music (post morten, é claro), na faixa “Save The Children”. ela não pode ser anexada aqui, mas se você quiser assistir, clique aqui.

Miss Saravejo”, uma colagem de cenas ao vivo e do documentário bancado por Bono… Pausa. Quem venha às cores vivas!

Discothéque” é genial! Dirigido pelo mesmo diretor de “Mysterious Ways”, Stéphane Sednaoui, o clipe é um insulto aos fãs puristas da banda. Eles esticaram a tolerãncia de seus fãs ao máximo aparecendo vestidos de clubber, dançando dentro de uma bola espelhada e travestidos de Village People; Hilário e sensacional.

Depois, ficou difícil para “Staring At The Sun” (Com duas versões), “If God Will Send His Angels” e “Please”… Todos chatos. “Last Night On Earth” tentou manter o clima e trouxe até William Burroughs pra farofa. O remix de “MoFo” e a versão ao vivo de “Gone” são pra encher linguiça.

Sweetest Thing” é chata, mas o vídeo é divertido… Daí, voltamos para o piloto automático… Ou melhor, “vamos agradar os americanos”… “Beautiful Day”, “Elevation”, ‘Walk On” são chatíssimos. Este último, inclusive, teve um vídeo feito aqui no Brasil, durante a passagem da banda pelo Rio de Janeiro em 2000. O resultado porém, não vai muito além de futebol na praia e cerveja no boteco. Meio patrocinado pela secretaria de turismo da cidade, com alguns ‘favela moments’. O único que teve algum resultado artístico foi “Stuck In A Moment You Can’t Get Out Of It”, em compensação, a segunda versão, lançada no mercado americano é o pior clipe da história da banda. “Kite”, retirada do DVD de Boston, fechou o ciclo.

 “Electrical Storm”, que fez parte da segunda coletânea de 2002, marcou pelo simples fato de trazer Larry como ator principal de um drama de amor… Lindo clipe de Anton Corbjin.

Vertigo” parece propaganda de celular… “All Because Of You”, bem, foi feito pra chamar a atenção dos americanos. ‘City of Blinding Lights” é mais um ao vivo… Dessa safra, temos “Sometimes You Can’t Make it On Your Own”… Bonito porque foi filmado nas locações de Dublin onde a banda tem sua história. “Original of the Species” não foi lançada como single, mas teve dois vídeos.

Depois, da coletânes “18 Singles”, duas versões de cada single; “The Saints Are Coming”, ao vivo e em estúdio e “Window In the Skies”, que teve um vídeo chupado de “Free As A Bird”, dos Beatles, e outro, genial, com colagens mostrando todos os artistas admirados pela banda como se estivessem tocando a música… Entrou fácil no meu top ten.

Na atual fase, nada pra se destacar… “Get on Your Boots”, “Magnificent” e “Crazy Tonight” ficaram bem meia boca… “Magnificent” até tenta copiar um pouco o clima de “Mysterious Ways”, mas não consegue. Mas quem ainda está assistindo TV depois de tanto tempo?

Saldo final? Aqui vão os meus 10 mais…

  1. One” (Anton Corbjin, 1991)
  2. Stay (Faraway, So Close!)” (Wim Wenders, 1993)
  3. One” (Mark Pellington, 1992)
  4. Window In The Skies” (Gary Koepke, 2006)
  5. Discothéque” (Stéphane Sednaoui, 1997)
  6. All I Want Is You”(Meiert Avis, 1989)
  7. Numb” (Kevin Godley, 1993)
  8. Lemon” (Mark Neale, 1993)
  9. Mysterious Ways” (Stéphane Sednaoui, 1991)
  10. Sunday Bloody Sunday” (Gavin Taylor, 1983)
Especial U2 no Brasil… Pelos fãs! – Parte 2

Especial U2 no Brasil… Pelos fãs! – Parte 2

Vamos continuar com as histórias da passagem do U2 pelo Brasil, através do olhar dos fãs? Aqui vão mais alguns relatos de nós, malucos de carteirinha…

Olá a todos! 
Minha história para o show de 2011 começou com o e-mail enviado ao meu patrão abaixo (Privei o nome da empresa para não causar maiores constrangimentos! rsrsr). Ela é um resumo um pouco longo, mas vale à pena…

De: Grace [mailto:grace@…] 
Enviada em: terça-feira, 1 de março de 2011 17:32 -> ao final do meu expediente pois saio as 17:30!kkk
Para: diretoria@…
Assunto: Pode ser??

Sr Gian, venho através de este e-mail lhe informar que minhas férias venceram em janeiro/2011, e, não quero tirar férias. Será a mesma coisa de sempre. Mas com uma diferença este ano: Com 1 mês de antecedência, hoje, 01 de março, venho pedir encarecidamente 1 semana no mês de abril.
Preciso da primeira semana: Os dias 4; 5; 6; 7 e 8 de Abril, voltando em minhas atividades normais e anormais dia 11/04.

Minha proposta é que o Sr desconte esses 10 dias corridos, pois incluem os sábados e domingos de minhas férias. Pode ser?
No aguardo ansioso e positivo de sua resposta.
 Grace

P.S: (Na verdade estou pedindo encarecidamente e de coração, mas, se o aguardo ansioso da resposta for negativo, o pedido vira um comunicado de falta sem comprovação da mesma. E, infelizmente o Sr terá que me descontar, pois, por motivos de força mega maior a minha grande devoção a empresa (que tenho mesmo) não virei trabalhar.

Mas não pode ser considerada justa causa, e nem abandono de emprego!rsrsrs. Pois já me informei na contabilidade. (O Sr. me dá uma bronca, uma advertência que terei que assinar, e assinarei, descontará somente os dias corridos do meu salário, incluindo o domingo.) 
Então… Ele me deu as férias e ainda me pagou. 😉

E eu, fui bela e feliz para a fila dia 04/04/2011 as 20:30.(já tinha dado uma passadinha no domingo chuvoso, mas vim embora)
Chegando lá dou de cara com o LOUCO do Rodrigo, 1º da fila para o dia 13 e revi mais 4 amigos do show de 2006 (Alme, Juarez, Adalberto (são os 3 da mesma família) e a Talita. Eu até então “era” (continuo me considerando) a 1ª do Portão 2, eis que surge um “cambi” amigão dizendo que estava lá desde domingo, mas isso não vem ao caso…
Enfim… Fiz amigos novos… Refiz amigos antigos… Sabe aqueles q só trocamos olhares em 2006, mas sem vínculos ou conversas? E revi pessoas que passaram e continuam fazendo parte da minha vida desde 31 de janeiro de 1998 na Pop Mart. 
Mas as melhores partes (fora o show é lógico) da minha aventura foram quando, 6ª feira 08/04, estávamos eu, Will e Felipe voltando de uma tentativa frustrante no Aeroporto… Os três com cara de grilo… E o telefone toca: (era a esposa do Will dizendo pra corrermos pra lá, pois eles iriam ao Morumbi passar o som… Eu em meu estilo “Fiona de ser”, corri aquela João Saad de chinelo, levei um tropeção, arranquei a tampa do dedão e metade da unha (alguém achou pós-show?), mas nem senti NADA!

Consegui filmar os caras, tirei foto, não sabia se pedia autógrafo, se chorava se filmava…
E quando eles entraram quem eu vejo? O “Sr Ademir” (esse só eu tive o prazer), um ajudante da montagem de palco, beeem senhorzinho, que fiz amizade nos cafézinhos diários que a tia vendia perto do Portão quatro.
Na 3ª feira do dia 5 paguei o café com leite dele, pois ele (tadinho) estava contando moedas. Aí, ele disse assim: “Fia, você será bem recompensada”.
E quando ele me viu chorando desesperadamente, me pegou pelo braço e falou: “Oi fia, xô te pagar aquele café que estou te devendo”. Eu disse que não precisava, e  foi quando ele tirou a pulseirinha dele do braço, inteirinha, e disse assim pra mim: “Fia… obrigado pelo café… Gruda com durex ou chiclete e sobe lá pelo Portão 5 q o segurança de lá é novo” (só de escrever essa parte já começo a chorar…)
Foi quando apareceu a Sil em minha vida…
Nesta hora eu estava mais pra Bruxa da Branca de Neve do que pra Fiona…Aí ela me emprestou o tênis dela, um casaquinho de tricô pra cobrir meu “shortinho rosa e minha blusinha rosa”, colocaram um óculos escuro em minha cabeça, me deram pulseiras , a mulher do Wil me emprestou uns brincões…Parecia uma Lady!

E lá fui eu pelo Portão cinco…entrei…Fiz amizade com uns carinhas do “bar” (pra não perder o costume) Dei umas voltas pela numerada, pela arquibancada e lá no gramado dei de cara com o Lobão . Sentamos lááá no fundo e como ele mesmo diz, tivemos um show intimista… Já na saída da passagem do som eu saio por onde? Pelo portão principal!

E quando abrem os portões e começa aquela gritaria, quem sai? EU, em êxtase total, em choque, antes dos caras! Ficou aquele silêncio e só ouvi uma voz q nem sei de quem era: “OLHA… É A GRACE!” hauhauahua.

Essa é a 1ª e foi a mais emocionante! Dentre outras muitas e muitas e muitas…

(Grace Moreal – UV São Paulo)

Esse show foi simplesmente PERFEITO!!!!

Fui ao show de 09/04/2011, pista. Graças as coincidências do destino, cheguei em São Paulo na sexta-feira a tarde (moro em Joinville), pois ainda tinha que ir a um cartório fazer a transferência do carro que comprei de uma amiga (o carro é de São Paulo).

Então planejei fazer isso no  dia 08, já que teria que ir para São Paulo dia 09 de qualquer jeito…
O que não imaginava era na sexta a noite, quando cheguei na fila, logo fazendo inúmeras amizades (isso não tem preço), que esse seria o momento mais fascinante da minha vida. Há 20 anos comecei a gostar dessa banda, estar no show de 2006, na arquibancada, já foi a realização de um sonho, mas ter esses caras na minha frente e poder tocá-los, foi muuuiiitttooo mais que um sonho…
Nesse momento não tive reação, a não ser não conseguir tirar minha mão da deles, e em seguida, quando a ficha caiu, gritei muito, muito mesmo (o Bono me desculpe se não gosta de histeria, mas não tinha como controlar… hehehe).
Desculpe as fotos tremidas, esse foi meu momento especial de todas as 40 horas que fiquei sem dormir… valeu muito a pena, faria tudo denovo..
No show fiquei na grade e aproveitei cada momento, MARAVILHOSO!!!!

É isso…

Beijos

Juliana Alves (UV Santa Catarina)

Acho que tudo foi válido desde quase infartar tentando comprar o ingresso, esquecer o nº do RG na hora de preencher o formulario da T4FUN nos segundos que me restavam ou receber a confirmação para a compra e cair de choro de alegria….

Foi uma espera angustiante, NATAL, CARNAVALPASCOA…até a confirmação da vinda deles pra Brasília, ai sim, sabia que podia ser a minha chance de vê-los só passando de carro, e o mais perto que conseguiria, mas fui recompensada com fotos , autógrafos e um beijo…ah..o beijo do BONO….”.I was born /I was born to be with you /In this space and time….” e tudo fez sentido !!!

Dai tem sido um delirio só…não consegui voltar ainda à vida real. As imagens, os sons, os efeitos,a emoção não saem da minha mente. simplesmente a BEAUTIFUL DAY….

Abraços!

Gislaine Vicentini (UV – Brasília)

Bom, o melhor aconteceu para mim na véspera do show do dia 13/04. Dia 12/04, extamente as 23 alguma coisa, quase meia noite. Estavamos na frente do portão do Morumbi, depois de esperarmos por 6 horas dob chuva torrencial, com direito a raios, trovões e uma enxorrada imunda, que afugentou até os seguranças para dentro do estádio, quando aconteceu o inesperado, pois as possibilidades eram mínimas diante da tromba d’água que resolveu castigar SP naquela noite.
Os portões se abriram, saiu um carro vermelho e o chefe da segurança anunciou que todos já tinham ido embora. Mas fã é insistente e lá continuamos molhados a espera do milagre. E ele veio. Os guardas sairam primeiro e em seguida veio o carro negro. Começamos a gritar pois sabíamos que pelo menos um aceno de mão teríamos, mas Bono resolveu sair do carro e vir em nossa direção. Quando vi a cena de Bono vindo em minha direção eu dei um berro de assustar, mas me controlei a pedidos dos que estavam comigo, alertando que ele não gosta de tumulto.

Bono veio e segurou minha mão, no aperto de mão mais caloroso possível, o sorriso nos lábios e os olhos mais azuis que Deus podia dar a uma pessoa (mesmo escondidos atrás das lentes do óculos). Eu não queria, eu não esperava, eu sabia que ele acenaria, mas não que um dia eu iria tocar a mão daquele que até então era um ser inatingível. Foi o maior presente que já tive depois de 2006 quando pude ficar na hot area e ve-lo onde sempre gostei de ve-lo: no palco.
É isso…bem breve e direta.

Cristina Vox (UV – Rio de Janeiro)

Bem, querem saber o meu momento no show é isso? Na verdade não tive um momento e sim o momento, foi a noite mais fascinante da minha vida.Esperei por isso por muito tempo.Em 98 era menor de idade e foi o ano que nasceu meu filho, nem pais nem marido permitiram tal loucura, em 2006 não consegui comprar ingresso e assisti pela globo aos prantos, ainda hoje quando escuto o Zeca Camargo passo mal, traumatizei..rs

Prometi, e cumpri, que na próxima turnê eu moveria céus e terra, mas estaria la e na hot área.Meu sonho se realizou, após sair de Marabá/PA num vôo de quase 5 horas com escalas e uma semana hospedada no Morumbi Resort – constelação de estrelas quarto nr 09, eu e meu marido (o Pará) fomos o nr 43 e 44 a entrar portão 2 do dia 09/04/2011.

Entrei na inner circle, vi todos os integrantes passarem ao meu lado, cantei, chorei, cantei, pulei, cantei, gritei, cantei…

Sim, eu consegui… ainda não acredito, mas consegui.

U2 é minha filosofia de vida, minha trilha sonora e meu sonho realizado.

Cristina Ramos – UV Pará

No dia 13/04,realizei um sonho de vida:assistir a um show do U2..O melhor momento pra mim? Sem dúvida ouvir aquele início de guitarra de “Where the Streets Have no Name” Quantas vezes assisti videos dessa música sendo tocada ao vivo e me emocionei,lágrimas caindo sobre o meu rosto…

Foi isso que imaginei que aconteceria naquele dia no Morumbi, mas foi exatamente o contrário…Nos primeiros acordes, o sorriso no rosto, um sentimento tão grande de alegria, de realização por estar ali, no mesmo local que a banda, vendo na minha frente Bono, The Edge, Larry e Adam tocando a música que me acompanha a tanto tempo e representa o que a banda traz de melhor: energia, conforto, alegria.

Raquel – UV Paraná

E ai, estão gostando? Não pensem que acabou não! Continuem mandando os seus relatos, sempre com foto, para o e-mail do admistrador do site ou para o meu particular, marcioguariba@hotmail.com.
Ah! E sintam-se a vontade para me adicionar no Facebook, Orkut, Skype e MSN! Vamos manter contato!

“U2-3”; “I was on the feeling it was out of control”

“U2-3”; “I was on the feeling it was out of control”

Quando “Out Of Control” começou no segundo show de São Paulo, Bono disse “Para ocasiões especiais, nosso primeiro single!”. Muitas pessoas não sabem que antes de “I Will Follow” ser lançada, antes do singles de “A Day Without Me”, “Another Day” e “11 O’Clock Tick Tock”, o U2 lançou “U2-3”. Muitas vezes chamado de EP (para os novatos, um disco com menor número de faixas, variado de 5 a 8), esse lançamento é sim um single, porque só tinha 3 faixas; “Boy/Girl”, que em sua versão de estúdio nunca mais foi lançada, e versões levemente diferentes das lançadas posteriormente no álbum “Boy”, em outubro de 1980, para “Stories For Boys” e, como mencionado, de “Out Of Control”.

Nesse artigo, Maria Tereza trás a tradução de um artigo de 2004 escrito por Chass De Whalley, produtor do single. O cara é a testemunha ocular do nascimento do U2. Texto essencial pra quem quer conhecer mais sobre a banda;

Another Time – A verdadeira história do primeiro disco do U2

Um relato da testemunha ocular, o homem que o produziu, Chas de Whalley

Record Collector, Setembro de 2004

Versão parcial em português por Maria Teresa M.da Rosa

Encontrei com Paul McGuinness pela primeira vez em fevereiro de 1979. Ele viajou a Londres para percorrer as gravadoras com uma maleta cheia de cassetes vagabundos. Meu trabalho como caçador de talentos da CBS inglesa era ouvir esses cassetes, emitir um parecer educado sobre eles e então mostrar a porta da rua para o dono. Obviamente não fiz isso tão bem quanto devia, porque um mês ou dois depois ele estava de volta com meia dúzia de cassetes mais, de meia dúzia de artistas diferentes.
 ….

Ele então mencionou uma jovem banda de rock que ele estava empresariando que vinha fazendo sucesso na Grafton Street, em Dublin, e que tinha acabado de gravar alguns demos nos estúdios de Eamonn Crackerjack Andrew. Paul me entregou um cassete com os nomes das músicas escritas com esferográfica. A banda costumava se chamar The Hype, ele disse, mas eles haviam mudado o nome para U2. Eu adoraria dizer que sofri uma epifania e fiquei chapado pela força e paixão genuína que saia dos auto-falantes. Mas não posso dizer isso. O U2 soava como mais uma das milhares de aspirantes a banda de new wave, e realmente não me impressionou. Mas ao me mostrar fotos de quatro garotos mirrados com pretensões artísticas, e contar como eles haviam vencido um concurso de talentos patrocinado pela CBS em sua terra natal, Paul McGuinness jogou muito bem. Havia ainda algo sobre uma apresentação na TV. Se metade do que ele disse era verdade, estava claro que esses caras do U2 iriam longe. Então eu disse que conversaria com meu chefe sobre ir a Dublin para ver o U2 tocar assim que fosse possível.
 …

Então foi assim que eu e meu colega Howard Thompson acabamos numa gloriosa e quente tarde de junho em uma agência de publicidade de Dublin, com a cara cheia de champagne, conversando com irlandeses excêntricos da mídia local. Paul nos levou direto do aeroporto para a festa.
 …

De repente estávamos no McGonagles, um lugar escuro, mal cheiroso e com uma decoração duvidosa, com um palco apertado e um público significantemente menor do que esperávamos. Isso porque era proibida a entrada de menores de 18 anos, me disse o Paul. Muitos fãs do U2 eram garotos de escola, mas ainda assim seria um bom show. Ele nos prometeu. Eu e Howard estávamos tão chapados e bêbados que isso provavelmente não teria importância.

O U2 finalmente foi para o palco. Eles eram barulhentos e impetuosos, rápidos e frenéticos, inconstantes e esquisitos, de um jeito parecido com os Skids. O público os adorava, se amontoando na frente do palco, e se agitando ferozmente. Mas só uma coisa realmente me chamou a atenção na banda – foi o vocalista, o garoto que o mundo logo conheceria como Bono. Ele deu tudo de si naquele show. Ele ainda não escalava as caixas de som e nem se pendurava nas estruturas do jeito que o faria ser amado pelo público americano alguns anos depois. Mas ele chegou perto disse, correndo, pulando e se movimentando, usando cada polegada do palco e destemidamente atuando como se ele estivesse já num estádio e precisasse impressionar mesmo os fãs das arquibancadas mais distantes.

Mais tarde eu descobri que ele havia tido aulas de teatro, mas e o jeito que ele se movia através de músicas como Out of Control, Shadows and Tall Trees e Twilight? Não era método teatral, era mágico! Eu fiquei completamente chapado. Eu não via uma estrela de tamanha grandeza desde a primeira vez em que Paul Weller e o Jam tocaram em Nashville dois anos antes, quando eu escrevia para a revista Sounds. Eu me inclinei e gritei no ouvido do Howard, “esse cara é incrível. Ele vai ser o próximo David Bowie.” A resposta dele foi apenas um grunhido.

De volta a Londres, eu tive uma grande idéia. Normalmente nós dávamos às novas bandas um dia inteiro de graça no menor dos três estúdios da CBS na Whitfield Street a um custo de 100 libras bancado pela área de publicidade. Paul McGuinness me contou que ele podia conseguir dois dias no estúdio mais prestigiado de Dublin, Windmill Lane, pelo mesmo valor. Então eu propus ao meu chefe que eu fosse a Dublin e gravasse demos com o U2, enquanto o pessoal da área de contratos podia negociar um acordo com a banda que nos desse o direito de lançar o demo como single pela CBS Ireland somente, assegurando assim nosso interesse na banda sem, no entanto, nos comprometermos em definitivo com eles.

A segunda vez que eu vi o U2 foi no CommunitUy Centre em Howth, um lugarzinho junto ao mar, próximo a Dublin. O público era formado por 40 ou 50 fãs de rock, muitos tentando desesperadamente ser punks, sendo observados com um certo divertimento por pequenos grupos de mães e pais e avós que estavam sentados nas mesas na beira do salão.

Eu agora sabia bem mais sobre o U2 e o que eles pretendiam. Com o propósito de conhecer melhor a banda e discutir sobre quais músicas iríamos gravar, eu passei a tarde com eles na casa dos pais do Adam, eu acho. Era um lugar muito legal num subúrbio tranqüilo de Dublin e ficou claro que pelo menos um deles vinha de uma sólida família de classe média. Mas enquanto eles riam e faziam piadas bebendo xícaras e xícaras de chá, Paul Hewson, Dave Evans, Larry Mullen e Adam Clayton provaram que já tinham um senso de propósito bem desenvolvido. Eles sabiam de onde vinham e, até certo ponto, para onde estavam indo.

Eles me contaram como vinham tocando suas próprias músicas quase desde o começo quando, depois de um show desastrado alguém chegou pra eles e disse “vocês formam uma banda legal rapazes, mas vocês estão tocando covers e ninguém quer ouvir covers mal feitas!” Então Bono, que emergia rapidamente como o porta voz do U2 – e grande pensador – disse “nós começamos misturando os instrumentos com cores primárias pra ver o que funcionava e o que não funcionava.”

Eles eram também intensamente idealistas. O punk tinha capturado a imaginação deles, mas não era a retórica revolucionária do Clash ou os sentimentos obscuros dos Stranglers ou dos Banshees que os inspirava. Em vez disso, Bono falava sobre inocência e integridade como sendo parte de uma nova rebelião. Havia algo profundamente espiritual nele mesmo naquela época – mas se você me dissesse que ele se importava tanto com Deus eu teria ficado realmente surpreso.

Foi nesse show em Howth que o Edge finalmente me chamou a atenção. Ele estava tocando a Gibson Explorer que, ele me contou antes, havia comprado em uma loja de penhores quando curtia férias com a família em New York. Ele também me disse que era difícil de mantê-la afinada. Talvez isso tivesse algo a ver com seu estilo de tocar guitarra, que era, no mínimo, incomum. Ele ainda não tinha a sua caixa de eco Memory Man – ela não iria aparecer antes das gravações de 11 O´Clock Tick Tock que o U2 fez com Martin Hannet para o primeiro single deles pela Island, em 1980. Mas enquanto virtualmente todos os guitarristas naquela época estavam febrilmente tirando riffs ou detonando grandes acordes, Edge já experimentava com aquele som que parecia mais um zumbido de cordas abertas com o qual ele mais tarde revolucionou o som do rock.

Tudo que eu me lembro do Adam, do outro lado do palco, era o seu chocante cabelo louro cacheado e um sorriso que mostrava claramente o quão orgulhoso ele estava se si mesmo. E o Larry? Ele estava escondido atrás dos seus pratos. Mas quem iria querer observar o baterista, de qualquer maneira, quando Bono mais uma vez estava a ponto de detonar com tudo lá na frente? Balançando e acenando e gritando e de repente revelando algo que eu não havia ainda me dado conta: de que ele tinha uma voz como a de um anjo, capaz de subir às alturas acima do melhor da banda e arremetendo-se de volta à Terra de novo como um homem em um trapézio voador. Quando voltei aos camarins pra me despedir eu já estava convertido.

Nos encontramos novamente num sábado em agosto de 1979. O U2 tocou de graça debaixo de uma cobertura de aço naquela tarde no Gaiety Green, na época o equivalente, em Dublin, ao Camden Market. Naturalmente o lugar estava entupido de gente e a banda foi chamada de volta para o bis três ou quatro vezes. Então atravessamos a cidade até Windmill Lane, onde tínhamos o estúdio reservado das seis da tarde até à meia-noite.

Nós escolhemos pra gravar as favoritas Out of Control, Stories for Boys e uma música nova, Boy/Girl. Edge, Larry e Adam instalaram seus equipamentos na sala de gravação principal do estúdio, enquanto o engenheiro de som, cujo nome era Bill e tocava jazz no piano em suas horas de folga, colocou um microfone na sala de controle. Isso era pra que o Bono pudesse cantar os vocais que serviriam de guia e que os outros poderiam ouvir nos seus fones de ouvido enquanto tocavam, porém não apareceria nas respectivas trilhas gravadas por cada um deles. Porém, do jeito que o Bono se atirou a cantar esses vocais guia – dando tudo de si, acenando loucamente com os braços, as pernas chutando e pulando, encorajando seus companheiros do outro lado da enorme janela de vidro a arrancarem com tudo e à toda – só você é que não saberia que esses vocais não eram pra valer.

E eles corresponderam, é claro. Porém um tape gravado pode ser algo cruel, uma mídia que não perdoa, e ao tocar o tape novamente, rachaduras começaram a se abrir no som do U2. Adam e Larry não eram assim tão bons em manter o ritmo, e sem o estardalhaço e a fúria de uma apresentação ao vivo onde eles pudessem esconder isso, não dava pra confiar que eles iriam manter o andamento. Stories for Boys e Boy/Girl até que estavam legais. Mas havia – e ainda há – uma longa seção de 24 compassos, a dois terços mais ou menos do início de Out of Control, onde permanece apenas o arranjo de baixo e bateria, e então lentamente tudo se intensifica de novo. Quer seja por nervosismo ou por exaustão, Larry sempre perdia o ritmo nesse ponto, Adam não conseguia achar seu caminho de volta, e a coisa toda se desmanchava.

Como essa era, disparada, a melhor música que eles tinham – e precisava soar tão coerente quanto possível – eu fiz com que eles repetissem e repetissem quantas vezes fosse necessário até que eles conseguiram. O pobre do Larry estava quase em lágrimas e, se dá pra acreditar no excelente livro de Bill Graham, Another Time Another Place, Bono estava a ponto de estourar comigo também, só que ele era muito educado pra isso. Tudo o que eu lembro é dele dizendo incrédulo “Mas o Larry tem aulas com um dos melhores bateristas de Dublin! Como é que ele pode estar fora do compasso?”

Nós mixamos as músicas na noite seguinte, com o Paul me passando baseados que eu aceitei agradecido. Não sei se o plano dele era me ajudar a ter grandes idéias ou me deixar tão alto que ele e o resto da banda poderiam assumir o controle. De qualquer forma, todos concordamos que as músicas tinham que ser tão fortes quanto possível, e acabamos colocando alguns efeitos nas trilhas de guitarra do Edge. Mas no dia seguinte, sentado no aeroporto, tomando café com o Bono, com o tape original sobre a mesa entre nós, eu sabia que os tais efeitos não acrescentavam nada. E sabia também que eu tinha falhado com eles (isso sem mencionar meu próprio ouvido como produtor) por acabar produzindo nada mais do que demos regulares, certamente não aquilo que faz um grande hit, pelo menos não pelos padrões de Londres.

E provavelmente não pelos padrões de Paul McGuinness também, já que ele conseguiu que as três músicas fossem remixadas por Robbie McGrath, que cuidava do som dos Boontown Rats, e só então a CBS Ireland lançou o single U2 Three, quatro semanas mais tarde. Se isso fez alguma diferença é até questionável, pois o U2 já fazia tanto sucesso em sua terra natal que as primeiras 1.000 cópias se esgotaram em um só dia e o single alcançou a primeira posição na parada irlandesa. Algumas cópias foram importadas pela Rough Trade que distribuiu o single no Reino Unido, e de repente a imprensa britânica especializada em música se interessou.

A essas alturas eu voltei a me animar. Talvez eu tivesse feito alguns demos suspeitos mas o U2 estava longe de ser um grupo qualquer. Agora eu realmente, de verdade, queria contrata-los e convenci Muff, meu chefe, a ir a Irlanda e vê-los com seus próprios olhos. Dessa vez o U2, que estava ficando mais coeso e confiante a cada show, estava tocando no Baggot Inn, o lugar estava arrasando e representantes da EMI e da A&M; também estavam entre o público. Mas fomos eu e Muff que levamos Paul e Bono pra tomar vinho depois do show e pra falarmos abertamente de negócios. E eu acho que, se tivesse sido possível, a CBS teria fechado um contrato de exclusividade mundial com o U2 naquela noite.

Acontece que Paul McGuinness, encorajado pelo interesse que ele vinha obtendo de virtualmente cada gravadora em Londres, de repente elevou o tom da conversa ao anunciar que ele queria que a CBS comprasse para o U2 o que a Phonogram tinha comprado para os Boomtown Rats – uma casa nos arredores de Londres para onde a banda pudesse se mudar, e que seria a base de lançamento deles na conquista da parada britânica. Isso significaria um adiantamento em torno de 100 mil libras, e naqueles tempos somente bandas que tinham potencial para o sucesso imediato mereciam esse tipo de grana. O U2 simplesmente ainda não era tão bom assim, e Muff rejeitou a proposta.

Mas ainda não tinha acabado. Ninguém mais aceitou o negócio proposto por Paul. Por isso, o U2 veio a Londres pra tocar numa série de clubes noturnos em dezembro de 1979, e contabilizar em cima de boas matérias sobre eles, publicadas nas revistas Sounds e Record Mirror, e então decidimos tentar mais uma vez gravar algo que impressionasse a cúpula da CBS. Um dia antes de eles pegarem o ferryboat de volta pra casa, os quatro garotos do U2, encharcados pela chuva, apareceram no estúdio da CBS em Whitfield Street pra gravar mais duas faixas.

Dessa vez a banda tinha tudo muito bem ensaiado, e era o Bono que precisava de ajuda. A voz dele estava detonada depois de meia dúzia de shows em quase meia dúzia de dias também, e ele passou o tempo se tratando a base de mel e limão. Eu lembro de ter sugerido alguma sobreposição da sua voz em partes onde ele devia sussurrar a letra tanto quanto cantá-la, numa tentativa de colocar alguma textura extra nos seus vocais frágeis.

Gravamos duas músicas, mas só uma acabou sendo lançada. Era Another Day, uma típica música do U2 sem maiores pretensões, e que acabou sendo o lado A do próximo single deles. A outra era Pete The Chop, e era de longe a coisa mais pop que eu já tinha ouvido deles, mas eu tinha certeza que iria cair bem entre os executivos da CBS. Imagine então minha decepção quando Bono telefonou um dia antes que eu e o engenheiro de som Walter Samuel mixássemos as faixas pra dizer que a banda havia detestado e queria enterrar a música. Então não fizemos nada com ela, e é por isso que eu não tenho um tape da música e, quando a CBS procurou pelo tape nos seus arquivos alguns anos atrás também não encontrou (Correção da Record Collector – na verdade essa música apareceu mais tarde como Treasure Whatever Happened to Pete the Chop e foi b-side do single New Year´s Day).

Tudo o que eu tenho daquela sessão de gravação é uma cópia do single de 7” em sua embalagem, e o pôster que o Paul colocou no pacote, e que apareceu na minha mesa pouco tempo que o disco foi lançado em fevereiro de 1980. Por essa época, a CBS London tinha desistido do U2 e o escritório irlandês da gravadora relutava em dar apoio a uma banda que o quartel general da companhia não queria. No verso do pôster há um bilhete rabiscado. Pode-se ler: “as coisas estão tão ruins agora que a CBS Ireland está me cobrando por esses discos então só mandei um pra você. Eles também se recusam a fazer propaganda ou pagar pela embalagem…tudo de bom pra você, Paul e U2.

Eu duvido que o Paul tenha levado sua experiência com a CBS a sério. Mas eu levei. E não demorou muito pra que eu caísse fora de lá, antes que eles me mandassem embora, sem dúvida, mas ainda impressionado negativamente pela falta de habilidade da companhia em reconhecer o talento cru do U2 – quando estava lá bem debaixo do nariz deles.

– x – 

Em outra tradução de Maria Tereza, desta vez de um artigo do jornal Irlandês “The Evening Press”, de 1978, comentado pelo colunista do @U2, Matt McAgee. Nele, descobrimos ainda mais sobre o início da banda… Imperdível;

Estava relendo algumas traduções que fiz há mais tempo, e achei essa de um artigo do site @U2, que eu acho que muitos aqui não conhecem. É sobre uma notícia do jornal irlandês The Evening Press, de 1978, que mostrava os ganhadores do concurso de talentos que aconteceu em Limerick, no dia de Saint Patrick daquele ano. Todos sabemos que nossos irlandeses favoritos venceram o tal concurso, mas segundo Matt McAgee, webmaster do @U2, o artigo do jornal trazia uma surpresa. Aí vai a tradução:”

É o The Hype!…É o Feedback!…Era o U2 Malahide o tempo todo!

A linha inicial onde o U2 se transforma em U2 precisa ser re-escrita.

A história que vem sendo passada adiante, da primeira geração de fãs até a atual, recontada inúmeras vezes entrevista após entrevista, ano após ano, está…pedimos desculpas…errada.

Como tem sido dito, a história é mais ou menos assim: a banda originalmente formada por cinco integrantes, incluia o irmão do Edge, Dick. Eles originalmente se chamavam Feedback porque – segundo Bono tem dito frequentemente – era o barulho que eles ouviam através dos amplificadores. Eles mudaram o nome para The Hype, e o The Hype participou e venceu um concurso de talentos no dia de São Patrício, de 1978, em Limerick, o que os levou às suas primeiras sessões de estúdio e colocou o nome da banda na nascente cena musical de Dublin. Segundo conta a história, foi pouco tempo depois da vitória no concurso de talentos que Dick Evans deixou a banda, e o The Hype mudou seu nome para U2…o mesmo quarteto que conhecemos e amamos hoje…E o resto é história.

Boa história, mas não muito precisa.

Um artigo do jornal The Evening Press (que co-patrocinou o concurso) mostra Bono, Edge, Larry e Adam segurando seu troféu – a legenda debaixo da foto refere-se à banda como “U2” e o artigo que a acompanha os relaciona como “U2 Malahide”.

Em outras palavras, Dick já tinha deixado a banda e eles já estavam usando o nome U2 quando eles venceram o concurso.

Se você não é um historiador do U2, isso pode não significar nada e provavelmente você não ache que a notícia é assim tão extraordinária. De fato, pelo relato de uma testemunha ocular, isso não traz nenhuma luz à notícia de que o U2 venceu o concurso, em primeiro lugar. Falando sobre extraordinário…

Para ser honesto, nós ficamos todos atônitos quando eles venceram, porque na verdade, eles eram horríveis.”

Assim fala Fran Kennedy que, em 1978, era o guitarrista de um quarteto chamado The Doves – uma das bandas que o U2 bateu naquele concurso de talentos durante as festividades da Semana Cívica em Limerick.

O concurso apresentava 36 bandas tocando na primeira noite. As bandas foram separadas ao longo de diversos locais de apresentação em torno de Limerick, e oito foram selecionadas para as finais na noite seguinte em frente de uma platéia ao vivo no Savoy Cinema.

Kennedy, hoje em dia um quarentão que trabalha como ilustrador freelance, não se lembra de nenhuma das músicas que o U2 tocou nas finais, mas se lembra de algumas pequenas coisas sobre aqueles quatro caras de Dublin.

“Eu me lembro que o Bono era muito barulhento e imprudente, ele nos contou. Ele usava uma casaco trespassado, com botões de metal e dragonas. Nos honestamente achamos que o som deles era horrível. Eles eram músicos muito básicos, sem nenhum controle dos seus instrumentos. Eram pouco mais que principiantes naquela época.”

Kennedy diz que, enquanto a maioria das bandas que estavam competindo andavam juntas, o U2 se manteve distante da competição.

O U2 Malahide como eles eram chamados, não se misturou com nenhum de nós. Eles eram um pouco mais jovens do que todos os outros. Eu não sei o porquê. Eu acho que era coisa deles, eles não se encontraram com nenhum dos demais músicos. Eu me lembro de ter conversado com alguém do grupo The Village e ambos concordamos que eles não chegariam nem ao terceiro lugar.. Eles pareciam ter um tipo de tratamento especial por parte dos juízes. Dois dos juízes, um da revista Hot Press e outro cara da rádio RTE conversaram com o U2 no intervalo. Eles não falaram com mais ninguém.”

A banda de Kennedy, The Doves, era uma banda cover que tocava músicas dos Byrds, Beatles, Eagles e Van Morrison, e outras sucessos do momento. Em sua performance na final do concurso, eles tocaram Hotel Califórnia completa, incluindo o solo de guitarra. Mas ele admite que tocar covers pode não ter sido a melhor maneira de vencer o concurso.

“Não apreciávamos a importância da originalidade naquela época. E achamos que íamos nos dar bem porque éramos bons músicos.”

Nota: Malahide é o nome de um lugarejo (muito bonito, por sinal) ao norte de Dublin City, onde moraram Adam e Edge (esse por menos tempo)

Segundo livro brasileiro sobre o U2 chega em abril

Segundo livro brasileiro sobre o U2 chega em abril

 Depois de três anos de um árduo – mas divertido –  trabalho, os fãs do U2 vão poder finalmente contar com mais um livro nacional sobre o grupo. E desta vez, com histórias contadas por esses próprios fãs sobre suas aventuras ao lado da banda entre 1998 e 2006…

Na Rota da BR-U2 – e a Saga da Invasão Irlandesa no Brasil foi concebido em uma reunião informal entre Claudio D. Dirani (hoje jornalista na rádio Alpha FM 101.7) e a designer gráfica Glaucy Marques Vulcano no final de 2006/início de 2007 em uma cafeteria da Avenida Paulista. A ideia original se baseava em um livro sobre o U2, que contasse os segredos de suas gravações.

Só que este plano mudou rápido, quando foi notada a raridade de textos que falassem da relação da banda com o próprio país. Apesar dos poucos shows até então (sem contar os próximos três da U2 360º), as ligações de Bono, The Edge, Adam e Larry com o Brasil são bastante estreitas. Em 2000, por exemplo, o U2 fez questão de aceitar o convite da Rede Globo para fazer um show especial, mesmo sem que a Elevation Tour tocasse nosso solo nos meses seguintes.

Assim, o autor (que já escrevera U2 – História e Canções Comentadas, além de Paul McCartney – Todos os Segredos da Carreira Solo), começou a escavar histórias de cada era, entrevistar pesoas que falaram e interagiram com a banda no palco, e muito mais pesquisas, para montar seu próximo trabalho.

Além das histórias dos fãs, eu também estive lá, enfrentei milhões de contratempos “Segunda-Feira Sangrenta” para comprar ingressos para a turnê Vertigo”, explica Claudio. “Sem falar da minha relação com muitas pessoas da lista Ultraviolet-U2, que me ajudaram muito, muito mesmo a finalizar o livro”.

Antes da obra chegar agora, em Abril, o processo para deixá-la a gosto do leitor foi bem árduo. Além de muitas entrevistas que foram complicadas de serem conseguidas, alguns simplesmente se recusaram a responder. “A Katilce, por exemplo. Foi mencionada no livro, mas ficou incomunicável. Talvez tenha sentido um certo gosto do estrelato”, lamenta o autor, que estár presente nas três apresentações do U2 no Morumbi, dias 9, 10 e 13 de abril.

Na Rota da BR-U2 e a Saga da Invasão Irlandesa no Brasil deve chegar bem perto destas datas. “Como foi produzido com apoio de um sócio e não de uma editora convencional (dando mais liberdade e democracia ao seu criador – e também a quem adquire o produto), a primeira tiragem será limitada. Por isso, estou aceitando apenas encomendas de fãs do U2 que fizerem os pedidos via UV e este site”, conclui o autor.

Na Rota da Br-U2 – e a Saga da Invasão Irlandesa no Brasil

216 páginas

Preço: (ainda não confirmado) R$ 40

Encomendas: cldirani@gmail.com (em breve site oficial)

Saiba mais sobre o autor em www.rockreporter.com.br
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‘All You Look So Beautiful Tonight!’ : U2 Ao Vivo

‘All You Look So Beautiful Tonight!’ : U2 Ao Vivo

Live is where we live”… Essa frase dita por Larry Mullen há alguns anos sintetiza muito o que é o U2 e como eles se tornaram a maior banda dos últimos trinta anos. E como eu me apaixonei pela sua música. Principalmente, porque diferente de tantas outras bandas que quando tocam ao vivo querem simplesmente soar exatamente como os seus discos, o U2 se transforma, se reformula. Ganha dimensão, acordes, citações, letras novas e muita, mas muita energia mesmo…

E essa história já começa no período de gestacão da banda, entre 1976 e 1979, quando começaram a compor suas próprias músicas porque não conseguiam tocar a de mais ninguém. Quatro caras, instrumentos toscos e idéias na cabeça.

Durante a primeira turne de divulgação, a do álbum “Boy”, entre 1980 e 1981, Bono era um showman agressivo; escalava estruturas de palco, gritava, fazia mosh… Tudo pra chamar a atenção do maior número de pessoas que pudesse. O set list era coeso, rápido… Mas a faixa que cresceu e que foi transformada ao vivo foi “The Electric Co.”, que tinha como introdução uma pequena outra chamada de “The Cry” que nunca foi gravada. Quer dizer, o riff sim, em; “Is That All?”, do álbum October de 1981.

 Por falar nesse álbum, sua turnê, que aconteceu em 1982 teve outra faixa que melhorava muito ao vivo; “I Threw a Brick Through a Window”. Insonssa no disco, ganhou em energia com a bateria de Larry. Ainda mais, emendada com “A Day Without Me”, uma das melhores do primeiro álbum.

Na turnê do álbum “War”, entre 1982 e 1984, quase todas as músicas melhoraram ao vivo; “New Year’s Day”, “Sunday Bloody Sunday” e, principalmente, “40”. Mas foi um B-Side, lançado no single de “A Celebration”, que acabou ficando marcado nessa fase; “Trash Trampoline and The Party Girl”, que ficou registrada somente como “Party Girl” no EP ao vivo “Under a Blood Red Sky” de 1983 é até hoje uma espécie de ‘mimo’ da banda para os fãs.

Nas tours seguintes, a curta “The Unforgettable Fire Tour”, a participação na “A Conspiracy Of Hope Tour”, juntamente com Peter Gabriel e The Police, a massificada “The Joshua Tree Tour” e a pequena “Lovetown Tour”, começava uma época que cada um dos giros planetários da banda tinha a sua versão de cada música. Muitas, melhoradas ao extremo, outras, simplesmente marcadas como ‘versões definitivas’ dos clássicos. Quase todas cresceram muito ao vivo. Aliás, nessa fase, versões inesquecíveis de “With or Without You” (que ganhou “Shine Like Stars”, uma pequena letra nunca usada em outra faixa por Bono, mas que talvez tenha inspirado “One”, no seu refrão), “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, primeiro, com a citação de “Exodus” de Bob Marley e depois, numa versão sensacional com o coral New Voices of Freedom, do Harlem. “Where The Streets Have No Name”, abrinndo os show já de forma apoteótica. “Desire”, com citação de “1969” dos Stooges. “Exit” com trechos de “Gloria” de Van Morrison. “Silver And Gold”, B-Side que ganhou uma guitarra cortante ao vivo. “A Sort Of Homecoming”, que se tornou mais melodiosa; “Angel Of Harlem” com citação de “Suspicious Minds” de Elvis; “Bad”, na sua versão definitiva, ora com citações de “Walk On The Wild Side” e “Satellite Of Love”, de Lou Reed, ora com citações de “Ruby Tuesday” e “Sympathy for the Devil” dos Stones, e, principalmente, “Pride”. Especialmente a versão registrada no documentário “Rattle And Hum” de 88. Fora as sensacionais covers de “People Get Ready”, “Spring Hill Mining Disaster”, “Helter Skelter”, “Help”, “All Along The Watchtower”, “C’Mon Everybody”… Pra muitos, a melhor fase ao vivo da banda.

Durante a “ZOO TV”, eles brincaram com o coração dos fãs. Tudo é amplificado, melhor. Até as faixas antigas… “Zoo Station” e sua batida metálica; “The Fly”, sincopada e cínica; “Even Better Than The Real Thing” divertidíssima; “Mysterious Ways” que é muito melhor que a original do disco, mais extensa e cheia de teclados… Além das citações de “Love To Love You Baby” de Donna Summer.

Until the End Of The World” é praticamente um hit criado ao vivo. “One” , com letra adicionada ao final e emendada com “Unchained Melody” é de cortar os pulsos. “Numb” e a interação com os telões. “Stay” semi-acústica… “Tryin’ To Throw Your Arms Around The World”, outra que cresceu demais ao vivo. A cover sensacional de “Satellite Of Love”… Até “Dancing Queen”, do Abba foi tocada! Lembrem, “Everything You Know Is Wrong!”… Das antigas, destaque para a furiosa versão de “Bullet The Blue Sky” e a cortante “Runnign To Stand Still”, com guitarras fazendo as vezes dos pianos. Além de “Desire”, totalmente distorcida, que abria as sessões ‘teatrais’ do show. “Daddy’s Gonna Pay For Your Crashed Car” hilária, “Lemon” e seu tom operístico, “Ultra Violet”, outra marcada pela sua versão ao vivo, a corta pulsos “Love Is Blindness”, na minha opinião, a melhor música ao vivo da banda… Além de uma canastra interpretação de “With or Without You” e “Can’t Help Falling in Love”, de Elvis Presley.

Na “PopMart”, de 1997 e 1998, primeira tour que passou por aqui (e eu estava lá, nos dois shows paulistas) as dificuldades de transpor as faixas dos disco para o palco foram imensas. Muitas delas, morreram no caminho (“Miami”, “If God Will Send His Angels”, “Wake Up Dead Man” e “Do You Feel Loved?”), outras, mudaram bastante, com ótimos resultado (“MoFo”, “Gone”, “Staring At The Sun”, “Please…), e outras, nem tanto (“If You Wear That Velvet Dress” e, principalmente, “Discothéque).

MoFo” ao vivo é uma das melhores aberturas de show de todos os tempos. Conectada com o remix de “PopMusik” do Devo, que era usado como introdução, é o maior exemplo de como, quando eles querem, conseguem fazer milagres com uma canção ao vivo.

Na “Elevation Tour”, em 2001, a banda retomou um pouco o descompromisso de um set list fixo, voltando a tocar as músicas de maneira mais segura, sem arriscar versões extremamente diferentes e fez versões fantásticas com algumas delas. “In a Little While” e “Kite”, do então disco de trabalho, “All That You Can’t Leave Behind” de 2000, cresceram muito. “Walk On” também. Ganhou um crescendo e alguns ‘aleluias’ pra encerrar os shows com chave de ouro. Das antigas, uma versão sensacional e diferente de “The Fly” e uma furiosa “Bullet The Blue Sky”, com uma introdução de video usando Charlton Heston, ator famoso em Hollywood pelo seu envolvimento com as leis de posse de armas de fogo nos Estados Unidos, “I Will Follow” e “Out Of Control” também, principalmente as versões lançadas nos dois DVD’s da turne, gravados em Boston e em Dublin.

Na “Vertigo Tour” nada de muito marcante com relação as músicas novas; “City Of Blinding Lights” e “Vertigo” cresceram bastante; “Sometimes You Can’t Make It On Your Own” e “Miracle Drug” ganharam versões lindas; “Original Of The Species” não se encontrou; “All Because Of You”, apesar de ser um rockão com cara de show ao vivo, não empolgou o suficiente para ser fixada nos shows e “Yahweh” ganhou uma versão acústica que melhorou, e muito, sua versão original.

Mas o destaque mesmo, ficou com as faixas antigas… Desde uma versão energética de “Elevation”, com paradinhas que levantavam qualquer estádio; “An Cat Dubh/Into The Heart”, “The Cry/The Electric Co.”, “Gloria” e “The Ocean”, que foram revisitadas e tocadas com o coração na boca; “Miss Saravejo” mostrou que o tio Bono ainda tá em forma (pelo menos na voz) e “Where The Streets Have No Name” ganhou uns ‘ilêaiês” africanos sensasionais… Pena que “One” foi usada como propaganda social e perdeu o seu sentido original.

Na atual tour, a imensa “360”, todas as faixas do álbum “No Line On The Horizon” ficaram sensacionais ao vivo; Já na abertura com “Soon”; na introdução ritmíca de “Breathe”; Na energia de “No Line On The Horizon” e “Get On Your Boots”; Nos coros de “Unknown Caller” e “Magnificent”. Mas a única que cresceu, para o bem ou para o mal, e se transformou foi o remix de “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight”, com Larry tocando bongos sobre uma batida eletrônica pré gravada. Das antigas, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” ganhou a companhia de “Movin’ On Up” do Primal Scream, “Your Blue Room” e “Electrical Storm” estrearam ao vivo, com destaque para a primeira, numa versão que é arte pura, e o retorno de “The Unforgettable Fire”, na melhor versão da música, que não era tocada desde a tour “LoveTown” de 89…

Após uma pausa, a 360 retornou na Europa e na Oceania com muitas modificações. Para os fãs do último disco, péssimas. Saíram “Breathe”, “Unknown Caller” e “No Line On The Horizon”. Nenhuma outra, como as aguardadas “Fez / Being Born” ou “Stand Up Comedy” apareceram. E ainda tiraram “Soon”, a introdução sensacional do show. Além delas, “The Unforgettable Fire”, “Your Blue Room” e “Electrical Storm” foram embora… Mas, em compensação, a banda resolveu fazer algo que não fazia há muito tempo; Tocar material não lançado. Primeiro foi já na abertura dos shows, que agora tem a instrumental “Return Of The Sting Ray Guitar”, com a banda toda no palco com luzes acesas. O rockão “Glastonbury” e a acústica “North Star”, sobra de “All That You Can’t Leave Behind”, já apareceram logo no primeiro show. Depois vieram “Every Breaking Wave”, feita para o último álbum; “Mercy”, numa versão um pouco diferente da lançada na compilação “Unreleased & Rare” de 2004 e, por último, “Boy Falls From Sky”, uma das melhores dessa leva, feita para o musical “Spider-Man:Turn Off The Dark”, que ainda não estreou na Broadway.

/// As Faixas Esquecidas ///Através dos anos, muitas músicas lançadas não viram o palco, por uma série de razões; O único disco que teve todas as suas faixas executadas ao vivo foi “Boy”, obviamente, por ser o primeiro e eles precisavam de repertório. Do seguinte, “October”, “Stranger In A Strange Land” e “Is That All?” nunca foram tocadas. e “Scarlet” só recentemente viu a luz do dia, como introdução de “Walk On” em alguns shows da 360 tour.

Do álbum “War” várias não foram tocadas. Uma em especial; “Drowning Man”, linda balada com violinos e violões que até chegou a ser ensaiada para a primeira parte da 360, mas que ainda não estreou. Outras do disco não tocadas foram “Red Light” e “The Refugee”, ambas, experimentações que realmente ficariam esquisitas ao vivo.

Elvis Presley And America” e “Promenade” são as duas não tocadas de “The Unforgettable Fire”. A segunda é uma pena. Já imaginei ela várias vezes como ponte para “Where The Streets Have No Name”. Outras duas faixas foram pouco executadas; “Wire” e “Indian Summer Sky”. “4th of July” foi apenas utilizada como intro para as apresentações da “Joshua Tree Tour”.

Por falar nesse álbum, só “Red Hill Mining Town” não foi tocada ao vivo. Bono usou a desculpa do tom muito alto da sua voz.

Do “Rattle and Hum”, “Heartland” é a faltante. Uma pena.

Achtung Baby!” tem uma pérola esquecidas; “Acrobat”; uma ‘fan-favorite’ que é aguardada com avidez por muita gente. “So Cruel” foi outra faixa pouco tocada, e mesmo assim, de maneira acústica.

Zooropa” teve “Some Days Are Better Than Others” abandonada. A faixa-título e “Babyface” também foram pouquíssimo executadas. Se é que podemos contar a cortada versão de “Zooropa” que eles fizeram. “Ah! mas e The Wanderer”, com Johnny Cash?” Você perguntaria… Durante a “Vertigo Tour”, uma homenagem foi feita no tributo ao cantor. E ficou inesquecível;

Pop” contribui pra essa lista com a delicada “The Playboy Mansion”.

All That You Can’t Leave Behind” tem três faixas não tocadas; Outra fan favorite, “When I Look At The World”, que não foi executada com a desculpa de que Edge não se lembrava de como tirou o som da guitarra, “Grace” e “Peace On Earth”, que só foi usada algumas vezes com introdução de “Walk On”… Tinha tudo pra crescer ao vivo. “Wild Honey” é outra praticamente esquecida; Só foi tocada duas vezes em toda a turne.

How To Dismantle An Atomic Bomb” foi tocado quase inteiro. Duas faixas ficarão de fora; “A Man And A Woman”, que no seu formato acústico poderia ter feito parte dos sets que a banda costuma fazer, e “One Step Closer”, que é praticamente uma vinheta. “Crumbs From Your Table”, uma jóia, também foi tocada poucas vezes.

Agora, em se tratando de faixas esquecidas, ninguém bate “No Line On The Horizon”. “White As Snow”, “Stand Up Comedy”, “Fez (Being Born) e “Cedars Of Lebanon” estão no limbo, enquando “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight”, só foi tocada na sua forma original com frequencia na promo tour.

(Nota; Uma raridade ao vivo é “Night And Day”, tocada somente uma vez. Aqui vai o áudio)

Agora, pra fechar, um top 20 das minhas versões favoritas ao vivo;

  1. Love Is Blindness” (“ZOO TV Tour”)
  2. Bad” (“The Joshua Tree Tour”)
  3. Mysterious Ways” (“ZOO TV Tour”)
  4. Zoo Station” (“ZOO TV Tour”)
  5. MoFo” (“PopMart Tour”)
  6. The Fly” (“ZOO TV Tour”)
  7. Pride (In The Name Of Love)” (“The Joshua Tree Tour”)
  8. Running To Stand Still” (“ZOO TV Tour”)
  9. I Still Haven’t Found What I’m Looking For” / “Exodus” (“The Joshua Tree Tour”)
  10. Exit” (“The Joshua Tree Tour”)
  11. Gone” (“PopMart” Tour)
  12. One” / “Unchained Melody” (“ZOO TV Tour”)
  13. Bullet The Blue Sky” (“Elevation Tour”)
  14. Where The Streets Have No Name” (“Vertigo Tour”)
  15. Ultra Violet (Light My Way)” (“ZOO TV Tour”)
  16. With Or Without You” (“The Joshua Tree Tour”)
  17. Staring At The Sun” (“PopMart Tour”)
  18. The Cry” / “The Electric Co.” (“Boy Tour”)
  19. The Unforgettable Fire” (“360 Tour”)
  20. The Fly” (“Elevation Tour”)

E você? Quais são as suas versões favoritas ao vivo? Deixe nos comentários!

“The Unforgettable Fire”; In a spiral staircase to the higher ground

“The Unforgettable Fire”; In a spiral staircase to the higher ground

/// “In a spiral staircase to the higher ground” ///

Três discos. Quem, hoje em dia, tem o direito de lançar três discos para emplacar um hit? Nesses nossos tempos de internet. Você só tem um soco, uma chance de capturar a atenção do ouvinte. Muitos artistas morreram nesse processo, os famosos “One-Hit Wonders”.

E o U2 estava quase virando um. Na verdade, nem hit era de verdade; “New Year’s Day” era conhecida, mas conseguiu posições tímidas nas paradas para uma banda que almejava mais e que lotava os lugares onde tocava. Essa era a sina deles até então; Banda ao vivo, que cativava pela energia das apresentações e nem tanto pelo número de músicas conhecidas do grande público.

E eles precisavam mudar isso, e rápido.

Mas como?

Bom, a idéia era chamar Brian Eno, mentor da guinada musical de David Bowie nos anos setenta e músico colaborador do Roxy Music, Robert Fripp e David Byrne, para produzir um disco diferente, que usasse o estúdio de forma intuitiva para que dali saísse um novo som, mais sofisticado e detalhista, mas sem perder a grandiosidade que era a marca da banda. Parece difícil não? E foi. Muito.

Junto de Eno veio Daniel Lanois, músico canadense que havia sido engenheiro de som de alguns trabalhos anteriores dos dois e que estava engatinhando na produção. E a primeira idéia dos dois foi; Ambiência. Enfurnaram-se no antigo Castelo Slane, em Dublin e usaram as grandes salas de pé alto para tirar a grandiosidade que a banda queria. Tentar criar intimidade na multidão.

Esse experimento cravou o que a banda seria dalí pra frente; Desde “The Unforgettable Fire”, todos os discos foram feitos assim. Ele foi a primeira demo tape de uma idéia difícil e trabalhosa.

E ainda faltava ‘o’ hit… E ele veio.

O disco abre com “A Sort Of Homecoming”, Batida intricada, guitarra espacial e melodia desconstruida. Temas são desimportantes. O que importava era o clima. A letra desconexa lembra poesia. Uma música que te ganha com o tempo e hoje, é uma das minhas vinte favoritas.

Daí, o hit. “Pride (In The Name Of Love)”, talvez, a música mais conhecida da história da banda. E ela foi trabalhada para isso. Quem já assistiu ao documentário “The Unforgettable Fire Sessions” viu o tempo e o esforço que a banda e os produtores colocaram nessa canção. Talvez, ela seja a conexão perfeita da carreira anterior da banda ao que estaria por vir. Estádios, não mais arenas… É, até hoje, a faixa mais executada por eles ao vivo.

Wire” é a antítese de Pride. Rápida, estranha. O baixo agora tinha slaps (batidas com o dedão). Eles estavam tentando se tornar músicos de verdade.
E conseguiram na faixa-título.”The Unforgettable Fire” é a jóia do disco.Uma das minhas preferidas de todos os tempos. É cadenciada, climática. Européia até o osso. Incrivelmente conectada aos sons que viriam nos anos noventa. Letra poética que flutua nos pianos e nas guitarras de Edge. Um clássico esquecido que voltou com força na última turnê, só para provar que em 84 a cabeça deles já estava em 2010.

Promenade” é outra jóia escondida nesse disco. Nunca tocada ao vivo, nitidamente, é um improviso de estúdio que capturou a atenção da banda. Letra narrada. Linda. Talvez, sobre Ali. Uma canção de amor definitiva. Pós-sexo. Chegar á altura máxima que o amor pode te elevar.

4th of July” é um interlúdio desnecessário. The Edge começa a encontrar o seu lado experimental nesse disco. Logo após, em 86, ele lançaria a trilha do filme “Captive” que é praticamente uma continuação desse conceito, que foi novamente revisitado no projeto “Passengers” em 95.
A segunda parte do disco, teoricamente feito para ser mais experimental, começa com “Bad”. Definitivamente, o maior hino da banda. Música que cresceu muito ao vivo e que vendeu a nova imagem que eles queriam de sí mesmos. Ela, sozinha, foi a responsável pelo impulso que faltava para que atingissem a estratosfera. Especialmente, sua perfomance em Wembley, pelo Live Aid de 1985. Bono á acha mal escrita. Relamente, seu tema sobre heroína narrada na perspectiva de uma pessoa tentando ajudar alguém sobre uma base climática repetida a exaustão, só foi fazer sentido quando, no palco, a banda enxertou subidas e descidas na melodia…

Ai, praticamente, o disco acaba. “Indian Summer Sky” não vai a lugar algum. Poesia dispersa entre batida e baixo. “Elvis Presley and America”, a seguinte, nada mais é que a batida de “A Sort Of Homecoming” desacelerada e Bono improvisando letras e melodia sobre ela. Parece até piada! Uma canção de ninar para Elvis entupido de drogas. Uma demo. Bono até hoje dia que gostaria de ter refeito a música.

Pra fechar, “MLK”. Uma canção delicada, poética e definitiva sobre Martin Luther King. Muito mais que “Pride”. Como se a urgência da mudança proposta pelo álbum fosse embora, e no seu lugar, vemos Bono, sozinho, se despedindo da Terra.

Duas faixas que saíram como lado B do single de “The Unforgettable Fire” deveriam estar nesse álbum. “Love Comes Tumbling” e “The Three Sunrises”. A primeira é fácil, uma das melhores faixas escritas no primeiro período da banda. Melancólica e cadenciada, não lembra nada feito por eles antes. Já a segunda é um rock celta que gruda na cabeça. Ficaram de fora em privilégio á experimentação provavelmente.
A sorte da banda foi que “Pride” pegou. A Rolling Stone americana os colocou na capa sob o título de “Band Of The 80’s”. O Live Aid selou a imagem militante da banda e, ao vivo, nas duas turnês que se seguiram (a “Unforgettable Fire Tour” e a “Conspiracy Of Hope”) prepararam o terreno para o que viria a seguir, em 1987…

Mas nesse disquinho esquisito, de capa com cara de quadro, sem melodias fáceis, cheio de experimentos cabeça, morava a banda que conhecemos hoje. Um passo pra trás e duzentos para frente.

Mais uma vez. Eles estavam certos.

E ave Brian Eno!

Algumas notícias da semana…

Algumas notícias da semana…

Buenas!

Aqui vai um resuminho de algumas notícias da semana no ‘universo’ u2;

Killing Bono”, o aguardado filme que se passa durante o início da trajetória do U2, será exibido pela primeira vez fora do Reino Unido no Seattle International Film Festival, o maior dos Estados Unidos e que está na sua trigésima sétima edição. O festival acontece entre os dias 19 de maio de 12 de junho. Bom para quem irá ao show da ‘360’ na cidade, que acontece dia 4 de junho. 

Para acessar o site do festival clique aqui. Pra quem ainda não viu, veja o trailer do filme;

Em outra notícia relacionada a cinema, como já haviamos reportado aqui, Larry Mullen Jnr. fará a sua estréia na tel agrande. Além de produtor, ele também atua no filme “Man On The Train”, juntamente com Donald Sutherland. Dirigido por Mary McGuckian, Mullen interpreta um ladrão de bancos esquisito que chega a uma pequena cidade para mais um assalto.

Além de produzir e atuar, Larry também compôs a trilha do filme! Material novo para nós, fãs!

Lembrando que Larry já tinha uma ‘experiência’ como ator; No clipe de “Electrical Storm”, dirigido por Anton Corbjin, ele contracena com a atriz Irlandesa Samantha Morgan, de “Minority Report”. Vamos relembrar?

Não há trailer ainda. Para algumas fotos da produção, clique aqui. No site oficial da produtora Pembridge Pictures ainda não há muitas informações, mas quem quiser acompanhar, o link é este.

O vídeo acima foi enviado por Bono para o menino argentino Mateo Lentini, de nove anos, que tem uma rara doença de pele, na recente passagem da banda pelo país. Na mensagem, Bono diz;

Em minhas orações antes de dormir vou pensar em ti e vou bater as portas de Deus dizendo: Cuide de Mateo! Espero que sinta meus braços em volta de você, e se sentir, saiba que são os braços de Deus também. Seja amado.”Bono é o Bono né… 🙂

E nós, paulistanos, teremos mais uma chance para assitir ao sensacional “U23D” no cinema. É que o pessoal da Mobz, responsável pela distribuição do filme no Brasil, organizou uma sessão única para fãs neste sábado, dia 30 de maio, ás 11:30 da manhã, no Kinoplex Itaim (Rua Joaquim Floriano, 466), ao preço módico de $7,50.

Para garantir o seu ingresso, entre aqui.

Falando em encontro de fãs com depressão pós-show, além deste encontro no sábado, domingo, a partir das 15:00, o pessoal da lista “U2 360 Fila”, do Facebook, organizou um encontro no bar Santo Expetto, na Rua Madre de Deus, 573, na Moóca. Nós estaremos em peso lá! Quem for daqui ou estiver de passagem aproveite para botar as histórias em dia!

Pra quem gosta de Killers também, o site @U2 fez uma lista, comparando letras da banda com algumas do U2. Quem quiser (e souber inglês) pode acessar aquipara ler o ótimo artigo.

Lembrando que na nossa nova coluna, “Bandas que o U2 gosta”, está online. Com certeza, falaremos do Killers em alguma das edições. A primeira banda dissecada será o Elbow, semana que vem.

Em mais uma notícia internacional, o site U2 México fez uma entrevista com Ricardo Zamora, radialista e especialista nos Irlandeses. Quem quiser praticar o cursinho básico de espanhol, o link é esse

Em mais um rompante de velhice, Paul McGuinness, empresário da banda, criticou as empresas de tecnologia e internet, durante uma entrevista na TV americana. Paul disse que espera que os gênios da Google, Facebook,  Amazon, etc, façam alguma coisa. 

Isso me soa como discurso de gente que não quer se adaptar as novas tecnologias. Não existe mais volta; Ninguém vai mais pagar por música, isso é fato. Não adianta produzir a edição mais luxuosa que ela vai vender pouco. O artista vive de shows. Voltamos pros anos 40 e 50; Se editava singles e se saia em turnê. Tudo que pode ser digitalizado, vai virar ectoplasma. Tá morto. Ainda haverão os saudosistas que gostam (como eu) de ouvir um disco com começo, meio e fim. Mas o grande público, que fazia um álbum chegar a 10, 12 milhões de cópias, não existe mais. É acostumar ou virar um demagogo.

E numa última notícia, o eterno William Shatner, famoso pela série “Star Trek”, nos anos 60, vai gravar “In A Little While” no seu próximo projeto como cantor, chamado “Searching For Major Tom” (?!?!), como anunciado no seu site oficial.

Shatner deve ter realmente adorado a ‘360’. Além da faixa do U2 e do título, mencionando “Space Oddity”, música de David Bowie que esta sendo usada pela banda na abertura dos shows, Ele também regravará a faixa e ainda “Rocket Man”, de Elton John, usada ao final dos shows da turnê.

Atualmente, Shatner é visto na Warner Channel, no seriado “Shit, My Dad Says!”

Te cuida Bono! (rs)

Até mais… Fiquem agora, com um videozinho para alegrar o dia;

Uma nova série; As bandas que o U2 gosta!

Uma nova série; As bandas que o U2 gosta!

Em 1998, durante uma entrevista á um dos meus ídolos, o Fábio Massari, antigo VJ da MTV e atual locutor da Oi FM, Bono disse que a intenção do U2 era a de ser um liquidificador; Pegar todos os sons, cores e cheiros, colocar tudo junto e misturar. E foi sempre isso que a banda fez; Saber ser influênciada, independente se por uma banda antiga, contemporânea ou nova, o U2 não tem vergonha de buscar referências para incrementar o seu som.

Podemos até dizer que no ínicio, ainda na época de Feedback e The Hype, o U2 tinha poucas influências notórias; The Jam, The Ramones… Até Led Zepellin e Peter Frampton, cuja canção “Show me The Way” foi tocada na primeira apresentação da banda, ainda em 1976. Fato é que Bono e Edge, principais compositores da banda, não tiveram vergonha da sua ignorância musical e se deixavam influenciar, mas sempre com muito bom gosto. Desde os Virgin Prunes, banda performática formada pelo amigos Gavin Friday e Guggi, passando pelo Clash, Siouxie & The Banshees, David Bowie e Thin Lizzy e, quando chegaram á América, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Talking Heads e The Police.

Durante a fase de crescimento da banda, logo após o lançamento de “The Unforgettable Fire”, Bono começou a se deixar influênciar pela cultura norte-americana; O Blues e o Country de raíz, as bases do Rock’N’Roll em seus primórdios. E, principalmente, as melodias antêmicas da música gospel com seus tons altos e refrões poderosos.

Em “Rattle And Hum”, por exemplo, é tudo um samba do crioulo doido; Temos Beatles e Bob Dylan em covers (“Helter Skelter” e “All Along the Watchtower”) e referências (e reverências) a Van Morrison (“Van Diemen’s Land”), Bo Diddley (“Desire”), Elvis Presley (“Angel Of Harlem”), Jonh Lennon (“God Part Two”) e, claro, BB King (“When Love Comes To Town).

Durante os anos 90, as referências mudaram; No DVD “Achtung Baby – A Classic Album Under Review”, são feitas até comparações faixa-a-faixa com o trabalho de Jesus Jones, Scott Walker, Primal Scream, Stone Roses e David Bowie.

Recentemente, no álbum “No Line On The Horizon”, pudemos ver algumas outras influências no som do U2; Leonard Cohen, um dos cantores preferidos de Bono (em “Cedars of Lebanon”), passando pelo esquecido Led Zeppelin (em “Stand Up Comedy”) e até bandas novas, como o School Of Seven Bells, cujo guitarrista Benjamin Curtis desenvolveu uma variação de efeitos de guitarra que Edge usou muito, principalmente em “No Line On The Horizon” e “Fez / Being Born”.

Enfim… Tudo isso foi escrito porque a intenção desta nova série é tentar ajudar as pessoas a conhecerem outros artistas através do U2 assim como eu conheci. Fãs da banda, normalmente, seguem alguns padrões; Ou do rock clássico, independente de geração, de gente como Pink Floyd, Queen, Beatles, Stones, Pearl Jam, Legião Urbana e Simple Minds, ou seguem a veia mais alternativa, como Echo & The Bunnymen, Smiths, Depeche Mode e afins.

Há também aquele fã que não liga muito para ‘o resto’, rss. É U2 em primeiro e o resto em segundo. Meio que tanto faz como tanto fez. Entra no grupo do ‘Ouço de tudo’… 

Eu tenho um gosto muito particular com relação a musica e devo muito isso ao U2. Se hoje gosto tanto de Beatles quanto de Chemical Brothers, ou de Al Green e Radiohead, sem esquecer de Velvet Underground, Clash, New Order, Stone Roses, National e Arcade Fire, eu devo ao fato de que o U2 nunca deixou a minha cabeça fechar.

E nessa série de especiais, eu tentarei mostrar um pouco disso…

E ai, o que acham da iniciativa? Deixem dicas sobre bandas e suas opiniões…

Semana que vem, a primeira banda; Elbow

Nova música de Brian Eno.

Nova música de Brian Eno.

Brian Eno é um dos caras mais importantes na história do U2; Ex-integrante da banda Roxy Music, um dos expoentes do Glam Rock nos anos setenta, que também gerou Bryan Ferry, que mais tarde ficaria famoso pelo  hino dos motéis ‘Slave To Love’, Eno é responsável por alguns dos trabalhos mais importantes de vários artistas, sempre quando os mesmos querem dar uma ‘guinada’ no seu som. Foi assim quando David Bowie resolveu se enfurnar no Hansa Tom Studios, em Berlin  para se reinventar em sua trilogia alemã, com ‘Low’, ‘Heroes’ e ‘Lodger’ (alguma semelhança com o U2?). Depois, foi responsável pela criação da Ambient Music, com Robert Fripp. Produziu o primeiro disco do Devo, “Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!” e trabalhou no primeiro e elogiadíssimo álbum de David Byrne, ex-Talking Heads, “My Life In The Bush Of Ghosts”.

Além de ter embarcado na transformação do U2 em “The Unforgettable Fire”, em 84, Eno, além de seus experimentais discos solo, trabalhou com Laurie Anderson, Paul Simon, Talking Heads, Harold Budd e Grace Jones durante os anos oitenta. Criou o grande álbum daquela década, novamente em parceria com Daniel Lanois e o U2 em “The Joshua Tree”, e ainda trabalhou com a banda durante a década de 90 (“Achtung Baby”, “Zooropa” e “Passengers”) e 2000 (“All That You Can’t Leave Behind”, alguma faixas de “How To Dismantle an Atomic Bomb” e “No Line on The Horizon”, onde é creditado como co-autor de quase todas as canções).

Mais recentemente, produziu o último álbum do Coldplay, “Viva La Vida!”, e trabalha novamente com a banda para o próximo álbum.

Sua nova faixa, “Glitch”, foi feita em parceria com o poeta Rick Holland. O seu próximo álbum, intitulado “Drums Between The Bells”, sai em junho e a faixa foi disponibilizada para audição grátis online. Conheça mais detalhes do álbum aqui.

Bom, eu adoro coisas nessa linha. O Radiohead usa muito a referência do cara, então já dá pra perceber do que se trata. Além, da óbvia conexão com o Kraftwerk, outra banda que o U2 adora e que já gravaram “Neon Lights” e cometeram o assasinato de “The Model” no recente show no Brasil. Se você gosta de experimentar, lá vai!

E como curiosidade, é muito legal para os fãs do U2 conhecerem “Against The Sky”, faixa do álbum “The Pearl”, de 1984, feito em parceria com Harold Budd. Ouçam e me contem em que música Bono e Cia. usaram um sampler dela. Quer dizer, nem podemos chamar de sampler, ela é praticamente uma regravação com vocais.

Para saber mais sobre Brian Eno, clique aqui.

Mais informações sobre o leilão beneficente em homenagem á Bono.

Mais informações sobre o leilão beneficente em homenagem á Bono.

 Como já haviamos noticiado aqui, a African Well Fund organizou, pelo nono ano consecutivo, o “Build a Well for Bono’s Birthday”, uma série de leilões beneficientes feitos com intenção de ajudar focos específicos na África. Esse ano, em Benin, mais especificamente. Os leilões começam dia 1 e terminam dia 10 de maio, data do aniversário de 51 anos do vocalista. Para ver as fotos, clique aqui. Mas a gente adianta algumas bem bacanas aqui.