Crise não é desculpa para ignorar pobreza, dizem Clinton e Bono

Crise não é desculpa para ignorar pobreza, dizem Clinton e Bono

Fonte: Reuters

O impacto global da crise financeira dos Estados Unidos não é desculpa para que os governos e empresas deixem de ajudar os pobres no mundo, disseram o ex-presidente norte-americano Bill Clinton e o roqueiro Bono na quarta-feira.

Enquanto o Congresso dos EUA debate um plano de ajuda de 700 bilhões de dólares para o mercado na pior crise financeira desde a recessão da década de 1930, Bono perguntou por que os países ricos não eram capazes de propiciar ajuda para os problemas do mundo.

É extraordinário para mim que seja possível arranjar 700 bilhões de dólares para salvar Wall Street, e que o G8 não possa arranjar 25 bilhões de dólares para salvar 25.000 crianças que morrem todos os dias com doenças evitáveis e tratáveis e de fome”, disse o vocalista da banda U2 na quarta conferência filantrópica anual de Clinton em Nova York. “Isso é loucura. Isso é loucura.”

Essa crise não é uma desculpa para abandonar os desafios do mundo, e sim uma razão que força a intensificação dos esforços para superá-los”, disse Clinton, que tem se dedicado ao trabalho humanitário desde que deixou a Casa Branca, em 2001.

O Grupo dos oito países mais industrializados prometeu em 2005 aumentar a verba anual para a ajuda humanitária em 50 bilhões de dólares até 2010. 25 bilhões dessa quantia seriam destinados à África. Mas de acordo com os atuais planos de gastos, faltarão 40 bilhões de dólares ao G8, de acordo com um relatório de junho do painel de progresso da África, firmado para monitorar a implementação.

Falência é algo sério e sabemos de todas as pessoas que perderam seus empregos”, disse Bono, se referindo à falência declarada pelo banco de investimentos de Wall Street Lehman Brothers Holdings Inc. “Mas isso é falência moral.”

Mais de 130 executivos estão reunidos com líderes mundiais, ativistas humanitários e celebridades como a cantora Barbra Streisand e o cantor Bob Geldof no Clinton Global Initiative, conferência de três dias que começou nesta quarta-feira.

A conferência irá discutir problemas mundiais de educação, energia e mudança climática, saúde e pobreza. Especialistas alertaram que a crise financeira provavelmente afetaria as doações de caridades de corporações e indivíduos.

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