Empresas se pintam de vermelho para lutar contra a aids

Empresas se pintam de vermelho para lutar contra a aids

Fonte: Agência EFE

As maiores empresas dos Estados Unidos, da Apple à Motorola, passando pelas lojas GAP e a empresa telefônica Spring, pintaram seus produtos de vermelho, incentivadas pelo ativismo do cantor do U2, Bono, na luta contra a aids. Todas essas empresas, além de artistas do cinema, da música e da televisão, como Oprah Winfrey e Penélope Cruz, se uniram à campanha Red (vermelho) lançada por Bono e Bobby Shriver, presidente do Debt, Aids, Trade and Africa (DATA).

O objetivo da campanha é arrecadar recursos para o Fundo Global, que foi lançado há meses com o apoio da ONU para lutar contra a propagação da aids na África, especialmente nas mulheres e nas crianças, além da malária e da tuberculose. Consciente do impacto que as grandes marcas têm no consumidor médio americano, o cantor envolveu as grandes corporações em seu ativismo, e conseguiu que lançassem os produtos “vermelhos” no mercado.

A Apple anunciou na sexta-feira o lançamento de uma edição especial na cor vermelha de seu produto estrela, o reprodutor digital iPod, do qual destinará US$ 10 de cada unidade vendida para a campanha idealizada por Bono e Bobby Shriver. “É maravilhoso ver o incrível nível de compromisso das companhias que estão dispostas a emprestar sua criatividade em benefício da luta contra a aids no continente africano, que sofre a pior crise sanitária em 600 anos”, disse Bono durante o lançamento do iPod vermelho.

Outras muitas companhias se vestiram de vermelho, como a rede de roupas GAP, que nos últimos dias publicou anúncios nos grandes jornais com estrelas do cinema e da música vestidas com sua coleção “vermelha”, criada para colaborar na luta contra a pandemia. A Motorola e a Sprint também deram sua contribuição com a edição limitada de seu telefone estrela, o RAZR, em versão na cor vermelha, enquanto o American Express tingiu da mesma cor seu característico cartão verde. Segundo Bono explica no site da campanha Red (www.joinred.com), como “consumidores do primeiro mundo, temos um tremendo poder. O que decidimos comprar ou não de maneira coletiva pode mudar a vida e o curso da história de nosso planeta”. E a idéia é simples, afirma, porque permite que os consumidores, sem nenhum custo adicional, comprem um produto “vermelho”, e que a empresa “vermelha” destine uma parte dos lucros para a compra e distribuição de remédios e anti-retrovirais para a África.

A Red não é caridade, é simplesmente um modelo de negócio. Você compra coisas ‘vermelhas’ e nós conseguimos o dinheiro. Compramos os remédios e os distribuímos. Assim conseguem continuar vivos e cuidar de suas famílias”, afirma o manifesto da campanha. Esta iniciativa promovida por Bono foi anunciada em janeiro no Fórum Mundial de Davos, na Suíça, e em abril já começaram a ser vendidos os primeiros produtos “vermelhos” na Europa, mas nos EUA só chegaram neste fim de semana. Em maio de 2006, a campanha Red entregou seu primeiro US$ 1 milhão ao Fundo Global para suas atividades em Ruanda. Em setembro, outros US$ 9 milhões foram para essa nação e a Suazilândia, um dos países africanos mais afetados pela aids.

Em menos de quatro anos de funcionamento do Fundo Global, esta iniciativa conseguiu com que mais de meio milhão de pessoas recebam os tratamentos apropriados contra o vírus da aids, que 1,43 milhão fossem tratados contra a tuberculose e 7,3 milhões contra a malária. Além disso, 5,7 milhões de pessoas puderam fazer o exame de detecção do vírus da aids, e 11,3 milhões de famílias receberam mosquiteiros tratados com inseticida, um acessório econômico e muito efetivo contra a malária.

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