Dinossauros e U2 viram vitrine para chineses

Dinossauros e U2 viram vitrine para chineses

Fonte: Agência Estado

A sigla AOC não significa muita coisa para os brasileiros. Trata-se, no entanto, de um gigante chinês que este ano deve produzir 40 milhões de monitores e aparelhos de TV com telas de cristal líquido (LCD) e de plasma. No Brasil, a empresa tem uma fábrica em Manaus que acaba de ter a capacidade duplicada para 1,4 milhão de unidades de televisores e monitores LCD. A AOC especializou-se em produzir aparelhos sob encomenda para grandes empresas aplicarem suas próprias marcas, mas agora pretende mudar o jogo e lançar seus próprios produtos. Para isso, precisa se tornar conhecida.

A AOC tinha dois caminhos: investir fortunas em publicidade ou buscar uma via mais criativa. Acabou optando pela segunda alternativa. A partir de hoje a empresa vai se exibir para os freqüentadores da mostra “Dinos na Oca”, uma megaexposição sobre dinossauros, avaliada em R$ 7 milhões, e que pode chegar a atingir um público de até 1 milhão de pessoas. A AOC não apenas associará seu nome à exposição, como também exibirá seus produtos. Ao chegar, o visitante atravessará um túnel de 22 telas de TVs de plasma de 42 polegadas que exibirão um conteúdo multimídia sobre dinossauros. São os mesmos aparelhos que estarão à venda.

Por uma tradição da empresa, cada operação internacional tem de gerar sua própria verba de marketing, e isso nos coloca numa situação difícil com nossos concorrentes, como as empresas coreanas, que recebem verba direta da matriz para esse tipo de despesa”, diz Adriana Justi, gerente de Marketing da AOC. “Precisamos ser criativos e ter ações de impacto”, diz. A empresa não revela o valor do investimento. A AOC não é a única a se valer dessa estratégia de marketing. Outra empresa com um nome em sigla pouco familiar aos brasileiros, a BenQ Mobile, braço alemão do grupo taiwanês BenQ, é um dos principais patrocinadores da turnê do U2 no País – a mesma que chamuscou a imagem do Grupo Pão de Açúcar no episódio da caótica venda de ingressos na semana passada. Prudentemente calados até a poeira baixar, os executivos da BenQ não se pronunciam sobre o assunto, mas a estratégia da empresa é usar o megashow para entrar com força no mercado brasileiro.

A BenQ Mobile fabrica telefones celulares e é parte do grupo BenQ de Taiwan, que faturou US$ 5,1 bilhões em 2004. A empresa de telefonia nasceu quando a taiwanesa incorporou a divisão de celulares. Na transação, concluída em outubro do ano passado, a Siemens pagou à BenQ cerca de 350 milhões para se livrar de sua deficitária divisão de celulares. Junto com a estrutura da antiga Siemens Mobile, a BenQ herdou também alguns contratos milionários de marketing. O mais vistoso é o patrocínio do time espanhol de futebol Real Madrid, dos “galácticos” Ronaldo, Robinho, Beckham e Zidane.Em novembro, a BenQ pagou US$ 117 milhões ao clube para colocar seu nome na camiseta dos astros até 2010. Até lá, a marca BenQ pode ser associada à Siemens, conduta que deve manter também no Brasil. Pelo contrato de patrocínio do show do U2, a BenQ Mobile deve realizar promoções, como sorteio de ingressos. A empresa informou por meio de sua Assessoria de Imprensa que só deve divulgar sua estratégia de marketing na próxima semana. A BenQ já tem uma fábrica em Manaus e desde 2002 vende MP3 players, câmeras digitais e produtos de informática como mouses e teclados. As informações são de O Estado de S.Paulo.

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