U2 ingresso suado

U2 ingresso suado

Trecho de matéria da Isto É

Shows da banda prometem ser ruidosos, a começar pela caótica venda de entradas

Dolores Orosco e Luiz Chagas

Há sete anos, o vocalista Bono, da banda irlandesa U2, entrou no palco do MTV European Music Awards logo depois de Mick Jagger, o líder dos Rolling Stones, a quem chamou de “majestade satânica”. Não foram poucos os que sentiram no ar uma espécie de autobeatificação por parte do “modesto”, mas onipresente, Bono. E sua banda, de certa forma, congrega fãs roqueiros que têm fé e abraçam causas. Como o cantor. A maior delas é pagar o preço módico de R$ 200 pelo ingresso mais barato, suado, fruto de uma espera de horas na fila, sob sol inclemente, como aconteceu no primeiro dia de vendas de seus dois shows brasileiros, na segunda-feira 16. Em sua segunda viagem ao País, a banda viu da Toscana, na Itália, onde passa férias, os 73 mil ingressos para o anunciado único espetáculo que fariam em São Paulo, no estádio do Morumbi, no dia 20 de fevereiro, esgotarem em um dia conturbado. Como havia gente acampada desde sábado nos postos montados na Rede Pão de Açúcar, patrocinadora do show, a situação desandou em completo caos. A publicitária paulistana Rachel Orlando, 24 anos, por exemplo, chegou às 9h30 da manhã e só obteve os ingressos 13 horas mais tarde, em razão da lentidão das máquinas impressoras. A mesma sorte não teve a estudante Marjorie Cohn, 19 anos. Apesar de ter ficado cinco horas a mais na fila do que Rachel, ela chegou em casa apenas com uma senha dada pela (des)organização do posto, que ficou com seu número de RG e telefone. A assustadora, mas não imprevisível procura de ingressos, alegada pela produção, levou à confirmação de um segundo show no dia 21. Mas para a ansiedade dos fãs, as informações sobre as vendas só serão dadas na sexta-feira 27. A confusão da primeira bateria de vendas indica que a passagem do U2 pelo Brasil será mesmo ruidosa. A turnê Vertigo, que divulga How to dismantle an atomic bomb, 11º álbum da banda, já foi vista por três milhões de pessoas em 19 países, arrecadando cerca US$ 300 milhões, o que a coloca como a mais bem-sucedida turnê do ano passado. Depois do Brasil, os quatro roqueiros passam pelo Chile e pela Argentina, onde os ingressos já se esgotaram. Segundo Alexandre Accioly, um dos nomes envolvidos na vinda da banda e sócio do jogador Ronaldo em uma rede de academias, o “Fenômeno” intercedeu pessoalmente junto a Bono para que o U2 se apresentasse no País. “O cantor nos convidou para vê-lo em Copenhague, onde homenageou Ronaldo do palco”, disse. Apesar de novato no negócio, sabia, portanto, com quem estava lidando. Para um empresário do ramo, que não quis se identificar, o caos na venda dos ingressos revela um tratamento amador a uma banda de pop stars que exige uma logística à altura. Eduardo Romero, diretor de marketing institucional do Pão de Açúcar, aponta a demanda inesperada como a grande vilã. “Temos três mil senhas para atender. Havia público para até seis shows do U2.”

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