Eleito uma das Pessoas do Ano pela Time, Bono Vox estrela dois novos DVDs

Eleito uma das Pessoas do Ano pela Time, Bono Vox estrela dois novos DVDs

Fonte: Zero Hora (cadastro exigido)

Bono Vox é o roqueiro que fez da redução da dívida externa um tema sexy. A definição está na revista americana Time do último dia 19, na qual Bono foi eleito uma das Pessoas do Ano de 2005, ao lado de Bill e Melinda Gates. Da vaidade ao engajamento, Bono está também em dois espetáculos lançados agora em DVD: o festival Live 8 e o show da turnê Vertigo, do U2. Foi a conjunção entre o estrelato e a ação política que levou o vocalista de 45 anos de volta à capa da Time. O semanário o apresenta como um “constant charmer” – no sentido de uma pessoa atraente e persuasiva -, que “chantageou moralmente os líderes dos países mais ricos a perdoar US$ 40 milhões da dívida dos países mais pobres”. O mesmo irlandês que há mais de 20 anos arrasta multidões nos shows do U2 também coleciona encontros com poderosos como George Bush e o próprio Gates, apoiador de um dos projetos de Bono, a ONG DATA, voltada ao combate à Aids e ao perdão da dívida dos países africanos. O próximo da fila é o presidente Lula, com quem Bono deve conversar em fevereiro, na turnê brasileira do U2, com datas e locais ainda a definir.

Bono, nascido Paul Hewson, usa seu carisma como instrumento político desde o início da fama do U2. Era com ira santa que ele e os comparsas Larry Mullen Jr. (bateria), Adam Clayton (baixo) e The Edge (guitarra) lamentavam os conflitos religiosos da Irlanda em canções como Sunday Bloody Sunday. Com suas performances messiânicas, o vocalista chegou a ser ridicularizado pela crítica da época. “Procuro a sensação de que o músico está dando tudo de si. Tenho isso graças ao John Lennon e ao Bob Dylan, que nunca tentaram se esconder. Dou tudo de mim” explicava ele, em 1985. Antes de assumir uma postura mais irônica na década seguinte, Bono teve compensações: sua banda vendeu milhões de discos e ele chegou a ser comparado ao ídolo John Lennon pela própria viúva do ex-beatle, Yoko Ono.

Este ano, depois de ser citado como candidato à presidência do Banco Mundial, Bono foi outra vez recompensado, quando o U2 dividiu o palco do Live 8 com o grande parceiro de Lennon, Paul McCartney. A performance deles em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band é um dos momentos mais luminosos do DVD quádruplo do festival (lançamento EMI, R$ 200 em média), que inclui também shows de Madonna, Coldplay e Pink Floyd. Mas é outro DVD, Vertigo: live from Chicago (Universal, R$ 60 em média), que retrata melhor o vocalista do U2. Ao vivo, Bono leva ao máximo o lado cênico: rege a platéia, dança e faz gestos sensuais. O lado “sério” se traduz em um discurso contra a pobreza do Terceiro Mundo e em uma bandana na qual símbolos islâmicos, judaicos e cristãos formam a palavra coexist (“coexistir”). Quando convida para o palco um garoto tímido, o cantor brinca de humilde: “Como é o seu nome? O meu é Paul, mas eles me chamam Bono.”

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