Bono amigo

Bono amigo

JOSEPH KAHN

The New York Times

WASHINGTON – Bono, o astro do rock irlandês que defende a ajuda a países pobres, já se definiu como “o James Joyce dos pobres”. Mas o vocalista da banda U2 esqueceu de dizer que se tornou também a madre Teresa dos conservadores. Muitos astros defendem causas populares, mas poucos se alinham ao governo do presidente americano George Bush, contrário ao Protocolo de Kyoto (de combate ao aquecimento global) e a outros projetos defendidos por celebridades. Bono, contudo, tem boas relações com os republicanos. “Esqueçam essa história de mocinhos e bandidos”, disse, a respeito das críticas a sua posição.

O cantor discutiu em fevereiro, com a assessora de Segurança Nacional dos EUA, o aumento da ajuda de Estados ricos a países pobres e suas exigências para aparecer ao lado de Bush durante o discurso que o presidente americano fez, quinta-feira, na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Bono e o secretário do Tesouro, Paul ONeill, viajarão juntos à África em maio. Jesse Helms, o republicano mal-humorado, disse que o cantor o convenceu da utilidade do perdão da dívida de países pobres. E o vocalista parece ter influência sobre Bush, que comparou a Aids na África a um genocídio e o combate à doença a um dever moral. O presidente jamais descrevera a Aids dessa forma.

Perguntado se Bush não o está enganando, Bono disse esperar que o presidente mantenha a palavra: “Citarei outro presidente republicano, Ronald Reagan. Vamos confiar, mas vamos verificar.”

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